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Saída da Globo e caso Amarilla: André Hernan se reinventa no digital
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Saída da Globo e caso Amarilla: André Hernan se reinventa no digital

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Sportbuzz
30/01/2023 19h00
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André Hernan é um dos grandes nomes do jornalismo esportivo na atualidade. Aos 40 anos, e consagrado como um dos principais repórteres do país, o jornalista deu um passo ousado na carreira em 2022 e deixou um dos maiores veículos do Brasil para se aventurar na internet. Menos de um ano depois, ele alcançou 217 mil seguidores no YouTube e conquistou o prêmio de melhor repórter pela ACEESP. Ou seja, o especialista em mercado da bola se provou na multiplataforma. 

Em entrevista exclusiva ao SportBuzz,  André Hernan comentou sobre os desafios que teve de ultrapassar para chegar a sua grande reputação no meio digital. O pouco tempo produzindo conteúdo nas redes sociais e a rápida transição da televisão para o ambiente das redes sociais o trouxeram respostas positivas dos internautas, mas nem ele esperava que ia ser tão rápida a sua adaptação ao novo modelo. O Grupo Globo, definitivamente, parece ter ficado no passado. 

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"Foi surpreendente, sim, porque eu esperava uma certa desconfiança do público quando eu fiz essa transição da televisão para o digital. Por mais que eu tivesse um pouco da noção do digital, é um universo diferente e eu tinha um certo receio com a reação das pessoas com essa mudança. Eu acho que quando aceitei esse desafio, eu mergulhei tanto, que essa resposta acabou sendo surpreendente, mas gratificante. Tudo que eu entreguei e venho entregando vem demonstrando uma resposta positiva do público, que está me entendendo nessa transição", afirmou.

Na visão de André Hernan, o ambiente digital concedeu a ele uma liberdade que ainda não havia visto na sua carreira até 2022. O jornalista relembrou o seu passado na Globo e sua experiência com a televisão. Ele não se arrepende de ter deixado o maior veículo de comunicação no auge de sua carreira, e deixa claro que assinou a sua libertação ao se aventurar criando conteúdos exclusivos para as redes sociais. 

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André Hernan
André Hernan tem se aventurado nas redes sociais após ter deixado a Globo (Crédito: Reprodução/Instagram) 


"Isso é muito louco. Eu chegava, às vezes eu ficava até decepcionado, tinha uma série de informações, muitos detalhes e tinha apenas 30 segundos para dizer tudo o que eu gostaria. Eu me sentia preso num modelo, mas isso ao longo dos anos, antes de eu pensar nessa mudança, eu olhava para o digital como um espaço de liberdade e tempo. Eu me sinto mais à vontade e consigo ser mais eu no dia a dia quando eu estou falando no digital. Essa liberdade não tem preço. Por mais que a televisão esteja tirando essa armadura, o digital já explora esse espaço há mais tempo e tenho  tido mais condições para explorar", explicou. 

Mesmo com tão pouco tempo de mercado no digital e uma longa experiência na televisão, André Hernan sabe quais serão os seus próximos passos na carreira. Ele contou ao SportBuzz que a sua ideia é deixar de ser um repórter estadual, para se tornar nacional. O jornalista tem tido mais liberdade para participar de uma série de conteúdos e com diferentes veículos. Algo bem diferente do que fazia na época em que era protagonista na televisão. 

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"Cara, agora eu tenho que ser um repórter nacional, né? A minha cara é muito paulista, mas o nosso desafio é nacionalizar o meu rosto. A gente conseguiu furar a bolha no final da Libertadores com uma entrevista com o Arrascaeta. Esse é o grande desafio de furar bolhas e conseguir novas fontes, mas eu também não tenho pressa", explicou.

Caso Amarilla: a reportagem mais importante da carreira e que teve direito até perseguição

Por mais que André Hernan dê indícios de que esteja vivendo o melhor momento da carreira, o jornalista não esconde que o passado na televisão o proporcionou reportagens marcantes. O 'caso Amarilla', por exemplo, foi o mais importante na opinião do jornalista. O árbitro foi responsável por apitar aquele polêmico Corinthians e Boca Juniors, na Libertadores de 2013, que resultou na descoberta de um forte esquema de arbitragem. 

Na oportunidade, Hernan foi o primeiro a conversar com Carlos Amarilla, porém o processo de apuração foi de longe um dos mais complexos de sua carreira. Na conversa com o SportBuzz, ele trouxe detalhes da apuração e a história chamou atenção pela série de imprevistos que o jornalista teve de ultrapassar para alcançar resultados. 

Veja a declaração completa de Hernan: 

"Eu acho que o furo que foi o que mais me trouxe dificuldade e trouxe mais coisas aleatórias foi quando eu consegui entrevistar o Amarilla. Carlos Amarilla, aquele do episódio de Corinthians e Boca Juniors na Libertadores em 2013. Inclusive, eu estava naquele jogo e foi um absurdo. Eu nunca vi uma coisa tão bizarra como aquela. Logo depois de aparecer a denúncia contra o Amarilla, nós fomos atrás dele em Assunção [no Paraguai] e ficamos nove dias atrás dele. Essa apuração é um manual de tudo o que um repórter pode viver de adrenalina dentro da sua função. Em um primeiro momento, ele batia o telefone na cara, desligava, mandava a gente ir embora. Então eu comecei a fazer um processo inverso.

Eu mapeei os amigos do Amarilla e fui atrás deles para saber quem era mais próximo, claro, com a ajuda de alguns companheiros locais. Eu descobri que um bandeirinha aposentado era amigo do Amarilla e nós fomos atrás. Aí eu descobri que ele tinha virado cabeleireiro e nós fomos até o salão dele. Para minha sorte, é que ele era muito 'resenha' e falou sobre carnaval e eu prometi para ele um lugar no camarote na Sapucaí e um monte de outras coisas que eu não poderia conseguir, mas eu queria ficar amigo do cara.

Cortei o cabelo três vezes com ele em nove dias, tava ficando quase careca. Aí eu falei para o produtor, cinegrafista, todos cortarem o cabelo também. A gente foi criando uma relação com ele, e ele foi nos dando uma pista sobre o Amarilla. Fomos até o parque, ele [Amarilla] descobriu que estávamos lá e não ia mais. 

Fazíamos um plantão na frente de um centro de preparação para árbitros, ele aparecia com o carro, mas a gente não o perseguia. [O cabelereiro] Falou que ele não queria falar, que estava difícil, mas ele deixou claro que ia nos ajudar. Então, contou de um parque que o Amarilla ia treinar às 6h e nós acordamos às 4h para encontrá-lo. Eu criei uma cena com o meu cinegrafista e montamos um 'teatrinho'. 

Combinei com o câmera para ele se aproximar do Amarilla e começar a filmar a cara dele. Nisso eu iria interromper, dar uma bronca no cinegrafista e pediria desculpas. Fizemos isso e deu certo. Aí conversei com ele, falei da necessidade dele se pronunciar e ele conversou com a gente. Depois disso, a gente comemorou muito e foi tipo o Pelé e Galvão na conquista do tetra [em 1994]".


Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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