Técnico vencedor da Copa do Mundo feminina com a Espanha enfrenta possível demissão
Sportbuzz
O técnico que conduziu a seleção feminina da Espanha ao título inédito da Copa do Mundo Jorge Vilda enfrenta a possibilidade de ser demitido do cargo devido à sua posição contrária ao boicote ao presidente da federação, Luis Rubiales. Como parte de um processo de "reestruturação" exigido pelos líderes das federações regionais, Vilda é considerado alguém que se opõe às mudanças em andamento. Diversas fontes na Espanha informaram que membros da federação já estudam aspectos contratuais e legais a fim de destituí-lo do cargo.
Seu futuro como treinador da seleção espanhola já estava incerto mesmo antes do início do mundial na Austrália, devido à insatisfação geral do elenco, que emitiu uma carta à federação em setembro do ano passado, exigindo sua demissão. Na carta, as jogadoras alegaram que o treinador tinha um comportamento "autoritário" e discordavam de seus métodos de treinamento. É importante destacar que Rubiales, atualmente no centro das polêmicas envolvendo o episódio do beijo forçado na final da Copa, apoiou a permanência de Vilda em setembro de 2022, mesmo após 15 jogadoras ameaçarem não participar das convocações por sua causa.
O descontentamento dos líderes das federações regionais em relação ao treinador começou quando ele recusou-se a aderir à demissão coletiva proposta pelos integrantes da comissão técnica. A gota d'água, entretanto, veio após Vilda aplaudir Rubiales, que afirmou durante sua fala na assembleia geral convocada na última sexta-feira (25) que não iria renunciar.
Além dos pedidos de demissão coletiva dos membros da comissão técnica, até o momento, mais de 80 jogadoras espanholas já afirmaram que não irão vestir a camisa da seleção nacional enquanto Rubiales permanecer no cargo. Nas últimas 24 horas, Rubiales também se viu sob investigações por agressão sexual devido ao beijo forçado em Jenni Hermoso.
Nesta segunda-feira, a mãe de Rubiales disse estar "disposta a morrer" pelo filho. Angeles Béjar, que aderiu a uma greve de fome em apoio ao dirigente dentro de uma igreja em Motril, no sul da Espanha, declarou que não descansará até que "a justiça seja feita".
"Vou permanecer aqui pelo tempo que conseguir; estou disposta a dar minha vida pela justiça, porque meu filho é uma pessoa digna", afirmou a mulher de 72 anos a um repórter da emissora de TV espanhola, TeleCinco.
*Estagiário Paulo Pink sob supervisão de Gabriella Vivere