Thiago Monteiro fala sobre desabafo, ameaças e baque após Roland Garros
Sportbuzz
A temporada de 2023 não foi uma das melhores para o tenista cearense, Thiago Monteiro. O jogador, que passou maior parte dos quatro anos no top 100 e chegou a estar na 61ª posição da ATP, perdendo jogos complicados para atletas de elite, deixou de vencer partidas contra adversários mais fracos e caiu para a posição 153 do ranking do esporte.
Em entrevista durante o Challenger de Campinas, Thiago Monteiro falou sobre os maus momentos com o jornalista Alexandre Cossenza. O jogador sentiu a derrota para Yannick Hanfmann no Roland Garros, após cinco horas de partida, quando teve boa vantagem no quinto set. Além disso, falou dos problemas pessoais que afetaram sua temporada.
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Depois de vencer Holger Rune, número quatro do mundo, Monteiro desabafou sobre alguns comentários que viu de espectadores. “Os jogos estavam sendo transmitidos só pelo YouTube, e havia muitos comentários negativos durante o jogo, de um pessoal muito momentista ali. Eu não cheguei a ver os comentários em si, mas sei como funciona. Foi algo que me pegou muito de surpresa e senti um pouco essa necessidade de expor depois de muito tempo no circuito, jogando contra grandes jogadores. Foi minha segunda vitória contra um top 10 na carreira, depois de seis anos, jogando na quadra rápida indoor, fora de casa, contra um cara #4 do mundo, e essa vitória foi realmente fantástica, e eu só queria carregar coisas positivas comigo e com o time também. Também foi uma forma de não guardar essas coisas negativas para mim”, afirmou.
“No começo, quando eu tive essa primeira transição - meu primeiro grande ano foi 2016, depois em 2017 e 2018 eu patinei um pouquinho, mas eu me importava muito com essa questão dos comentários, de estar mostrando resultado. Eu não jogava tanto para mim. Estava sempre muito preocupado com o julgamento alheio. É tudo parte do processo, do amadurecimento também. Inúmeros tenistas passam por esse processo mesmo. Hoje eu me sinto tranquilo, mais em paz e melhor comigo mesmo, sabendo que eu tenho uma boa rede de apoio atrás de mim. Minha equipe, minha família, meus amigos... Acho que o trabalho que venho fazendo dos últimos anos tem mostrado isso. Este ano não foi uma temporada muito positiva, mas foi de muito aprendizado. Não tenho dúvidas que vou voltar a jogar am alto nível novamente nos grandes torneios. Acho que venho me encaixando cada vez melhor, principalmente depois dessa vitória, que me mostra que eu ainda tenho muita lenha para queimar. E foi um pouco isso. Não foi um desabafo só desse momento pontual, mas de uma certa história mesmo minha nos últimos anos na carreira”, relembrou.
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Ao ser questionado sobre a falta de reconhecimento, Thiago aproveitou para desabafar. “Eu sinto que tenho um carinho sempre muito grande quando jogo no Brasil. No Rio Open, principalmente. Aqui em Campinas, acho que o pessoal que acompanha de verdade ou realmente gosta do tênis está ali, mandando energia e transmite muito esse carinho. Acho que não é nem falta de reconhecimento, mas acho que tem muitas pessoas que às vezes não têm muita noção, aparecem na internet e veem um resultado, e acaba que faço um bom jogo um dia, mas no outro perco para um cara mais abaixo no ranking, mas hoje todo mundo sabe que o nível é super parelho e tem que estar bem todos os dias para desempenhar bem no esporte individual. E aí vem essa rede de ataques, que são inúmeros comentários. Não consigo estar descrevendo tudo aqui porque não vejo mais comentários, mas às vezes chega para mim por minha irmã ou meu treinador”, comentou.
Já sobre sua temporada e a derrota para Yannick Hanfmann, Thiago Monteiro afirmou que realmente foi um baque. “Cara, ali foi um momento duro. Foi bem duro, na verdade. Porque eu sinto que neste ano eu melhorei muitas coisas, joguei em alto nível algumas semanas muito positivas contra caras que estavam no top 20. [...] Eu senti que estava muito próximo de conquistar algo para mim. E, ao mesmo tempo, eu coloquei um pouquinho essa cobrança em mim. E aí, em Roland Garros, depois daquela guerra que foi um jogo de quase cinco horas…”, disse.
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