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Um olhar, seis palavras
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17/12/2022 22h00
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©GettyImages
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Seis palavras valem mais que mil imagens. Seis palavras pronunciadas pela pessoa mais famosa, a circunstância mais vista, o evento mais convocatório que está acontecendo em nosso planeta. Seis palavras que ganharam vida e se movem como pássaros de passagem. Independentemente da sua origem, já fazem parte de um poema (intitulado “Duas palavras tremendas”, de García Hamilton), de canções (trap, cumbias (música típica da Colômbia), reggaeton), memes, etc. Tão simples e por isso mesmo, justo. Inesperado. Palavras ditas que não foram escritas agora estão estampadas em camisetas e até tatuadas. Quem as disse geralmente fica em silêncio. Ou, pelo menos, seu discurso é contido, austero, generoso. “Qué miráh, bobo, andá pa’ llá” (na tradução: “está olhando o que, bobo? Sai para lá”), o S se transformou em H, aprofundando seu – mágico, simples – dizer.

O peixe também vive pela boca. E essas seis palavras deram vitalidade às nossas trocas animadas. A mais contundente das seis, “bobo”, sai como um golpe: lábios pegajosos brincando para responder. “Bobo” irradia bonomia, raiva inocente. Ela parece ser de um bairro de Rosario. Duas sílabas idênticas, repetidas. Anotados na parede da história, adquiriram o peso de devolver um desafio. Porque há olhares que falam, e a astúcia do olhar pode ser feroz. Diga-me como você está e eu direi o que você cala.

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A frase, como a de um filósofo, ou de um messias, popularizou-se em tempo recorde.
Desta vez, Messi jogou em outro campo. Aquele com as palavras. Tom difícil, em tempos de loucura verbal, quando proliferam os gritos e os insultos. O dele foi quase inesquecível. Longe de xingar. Apenas um desgosto entoado.

Vale a pena recordar para esta ocasião o pedido do sempre presente Fontanarrosa (cartunista, quadrinista e escritor argentino): “Vamos viver um Natal sem palavrões, e cuidemos também deles, porque vamos precisar deles”.

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A frase, como a de um filósofo, ou de um messias, popularizou-se em tempo recorde. Muleta, mas também escudo ou cuspir. Ele até mudou o gênero. Algumas mulheres começaram a espalhar na rua, insultando o elogio. “Que diabos, idiota”. E com essa apropriação, tão imediata quanto sensata, os olhares lascivos começam a desmoronar, as ‘guarangadas’ (pode ser traduzida como ‘grosserias’) desinflam. Como um golaço retórico, quem vai longe demais fica calado. A frase do camisa 10 os silencia. Nada mais a dizer a uma frase que diz tudo. “Qué miráh, bobo”.

*Texto traduzido do site Perfil Argentina.


Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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