Cocaína rosa: o que é a chamada 'droga de festa', encontrada no corpo de Liam Payne?
Anamaria
Menos de uma semana após a morte do cantor Liam Payne, uma análise preliminar indicou a presença de uma combinação de benzodiazepínicos (medicamentos para ansiedade), cocaína, crack e a chamada cocaína rosa. Os resultados parciais de exames toxicológicos foram divulgados na última segunda-feira (21) pela ABC News.
O cantor e compositor britânico Liam Payne morreu, aos 31 anos, na última quarta-feira (16). Ele caiu do terceiro andar de um hotel localizado no bairro de Palermo, em Buenos Aires, na Argentina. O artista é conhecido por ser ex-integrante da banda One Direction.
A autópsia preliminar indica que Liam Payne morreu de politraumatismos e hemorragia interna e externa, segundo informações do jornal argentino Clarín. O cantor inglês sofreu uma queda de 14 metros da sacada do quarto do hotel onde estava hospedado em Palermo, na capital argentina.
O que é a cocaína rosa?
Conhecida também como tusi ou tuci, a cocaína rosa tem ganhado notoriedade como uma "droga de festa". Trata-se de uma combinação de cetamina, estimulantes como MDMA e cafeína, com adoçantes que lhe conferem a coloração característica. A substância tem se tornado popular em festas na América Latina e na Europa, especialmente em locais conhecidos por suas cenas noturnas, como Ibiza.
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O relatório de 2022 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime associa a origem da cocaína rosa, que circula no mercado europeu, à Colômbia. O nome oficial da droga deriva de 2C-B (em inglês, pronunciado "tusibí"), um alucinógeno desenvolvido pela primeira vez nos Estados Unidos na década de 1970 e proibido globalmente desde 2001.
No entanto, o tusi possui diversos apelidos regionais e sua composição pode variar significativamente. Conforme relatado pelo jornal El País, tanto organizações criminosas quanto produtores amadores têm facilidade em fabricar a cocaína rosa, resultando em variações significativas em sua formulação.
Não há um padrão fixo: com frequência, são adicionadas substâncias como opioides, metanfetaminas e alucinógenos, tornando cada lote único e potencialmente mais perigoso.
As consequências da cocaína rosa
O impacto no organismo humano é diverso devido à multiplicidade de componentes. Os efeitos podem variar desde sonolência, diminuição da dor e liberação de serotonina e, em casos mais graves, causar a psicose tóxica.
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A Energy Control, organização que visa reduzir riscos associados ao uso de drogas, destaca que os efeitos são maiores quando há cetamina na mistura, enquanto uma maior concentração de MDMA ou cafeína tende a produzir efeitos estimulantes.
Preocupada com o aumento da popularidade da droga, relatos da polícia nova-iorquina já ligam o uso da cocaína rosa em casas noturnas com casos de agressões sexuais. De acordo com Bridget Brennan, promotora especial para narcóticos de Nova York, a substância pode induzir amnésia temporária nas vítimas, facilitando crimes desse tipo.
Segundo a NBC, a cocaína rosa seria uma das drogas preferidas do rapper P. Diddy. Preso, o cantor é acusado de tráfico sexual, estupro e conspiração em outros crimes.
O custo da cocaína rosa varia entre US$ 20 e US$ 100 (entre R$ 114 e R$ 570) por grama nos Estados Unidos, conforme dados da Drug Enforcement Agency (DEA). Para termos de comparação, os preços da cocaína comum na Europa giram em torno de 60 euros por grama.