Como as escolas podem proteger as crianças da onda de calor?

Com o aumento das temperaturas, escolas devem adotar estratégias para garantir o bem-estar dos alunos. Manter a hidratação constante, garantir ambientes ventilados, priorizar atividades na sombra e oferecer uma alimentação leve são algumas das principais medidas para enfrentar o calor sem comprometer a saúde e o aprendizado.

A onda de calor que atinge diversas regiões do país impacta diretamente o conforto das crianças no ambiente escolar, aumentando o risco de desidratação, mal-estar e queda no desempenho acadêmico. Para minimizar esses efeitos, as escolas precisam de planejamento e medidas específicas.

“A temperatura dentro das escolas pode ser até 2°C a 3°C mais alta do que a registrada na cidade, especialmente em locais sem arborização. Isso afeta diretamente o conforto e a concentração das crianças”, alerta a pediatra e neonatologista Juliana Alves, especialista em Pediatria Integrativa e Funcional.

Mariana Ruske, pedagoga e idealizadora da Senses Montessori School, destaca que a infraestrutura e as atividades devem ser adaptadas para garantir o bem-estar dos alunos e professores diante do calor excessivo.

Medidas para enfrentar o calor nas escolas

Estimular a hidratação constante – Crianças devem ser incentivadas a beber água regularmente. O uso de garrafinhas individuais facilita esse hábito, enquanto bebedouros acessíveis garantem que a hidratação esteja sempre ao alcance. Para alunos neuroatípicos, que podem não perceber a necessidade de se hidratar, a atenção dos professores é fundamental.

Ambientes bem ventilados e com áreas verdes – Espaços arejados contribuem para um ambiente mais agradável. Escolas que possuem árvores e jardins naturais ajudam a manter a temperatura mais amena, criando locais mais confortáveis para as atividades diárias.

Brincadeiras refrescantes – Atividades ao ar livre são essenciais, mas devem ser realizadas na sombra sempre que possível. O contato com a água pode ser um diferencial, ajudando a aliviar o calor. “A ideia é se molhar mesmo! A água traz alívio imediato para as crianças e os professores”, explica Mariana.

Alimentação leve e nutritiva – Para que os pequenos se sintam bem ao longo do dia, a escola pode investir em refeições naturais e equilibradas, reduzindo o consumo de alimentos ultraprocessados. “Apostamos em frutas frescas, iogurte natural e vitaminas naturais, que ajudam na hidratação e mantêm os pequenos nutridos”, afirma Mariana. Entre as opções refrescantes, um piquenique com açaí e banana sem açúcar é um destaque, pois combina energia e frescor.

Adaptação das atividades físicas – Exercícios ao ar livre devem ser realizados em locais sombreados e com ventilação adequada. “Atividades físicas ao ar livre precisam ser feitas em locais sombreados e bem ventilados. Se o calor estiver muito intenso, o ideal é evitar exercícios sob o sol direto, pois o risco de queda de pressão e mal-estar aumenta”, alerta Juliana.

Essas adaptações são fundamentais para garantir que as crianças possam aprender e brincar com segurança, sem que o calor excessivo comprometa seu bem-estar. “Com medidas simples, é possível transformar o ambiente escolar em um espaço mais saudável e agradável para os pequenos durante essa onda de calor”, finaliza Mariana.