É possível detectar traços de psicopatia em crianças?
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Anamaria
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Recentemente, dois casos envolvendo crueldade animal chocaram o Brasil. Um adolescente de 14 anos em Santa Catarina jogou cinco filhotes em uma fornalha, enquanto uma criança de 9 anos, no Paraná, invadiu uma clínica veterinária e matou 23 animais. Esses episódios levantaram questionamentos: tais comportamentos podem ser sinal de psicopatia em crianças?
Para o neurocirurgião André Ceballos, especialista em desenvolvimento infantil, é perigoso rotular essas crianças como psicopatas, como muitos já fizeram nas redes sociais. “É essencial evitar diagnósticos severos baseados em comportamentos isolados”, explica o especialista, destacando que nem todo ato agressivo reflete traços de psicopatia. Esses sinais podem estar associados a condições como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). Cada caso deve ser cuidadosamente avaliado, pois comportamentos violentos podem ter origens variadas.
Existe o diagnóstico de psicopatia infantil?
De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID), a psicopatia não é um diagnóstico utilizado. Em vez disso, termos como Transtorno de Conduta ou Transtorno Desafiador Opositivo são mais adequados, sempre com a recomendação de uma avaliação multidisciplinar. Para Ceballos, o primeiro passo para prevenir problemas futuros é a atenção à primeira infância, período crítico para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social. “Marcos do desenvolvimento infantil devem ser observados de perto, e a ausência de empatia ou comportamentos agressivos persistentes podem ser motivo de atenção”, afirma.
Intervenções precoces desempenham um papel fundamental em crianças com comportamentos atípicos. “Pais atentos e avaliações especializadas fazem toda a diferença”, reforça o neurocirurgião. A primeira infância é uma fase em que a criança precisa de um ambiente acolhedor, emocionalmente seguro e com suporte adequado. Condições adversas, como ambientes estressantes podem impactar diretamente no desenvolvimento infantil, contribuindo para o surgimento de comportamentos antissociais.
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Nesse sentido, o papel dos pais e responsáveis é crucial para identificar eventuais atrasos ou desvios de comportamento. “Adultos devem promover empatia nas crianças por meio de atividades que incentivem a compreensão dos sentimentos alheios”, conclui o neurocirurgião.
Por fim, é fundamental que a sociedade adote uma postura de empatia ao lidar com comportamentos infantis problemáticos, compreendendo suas causas e oferecendo suporte adequado para o desenvolvimento saudável de todas as crianças. Entender os traços de comportamento atípico em crianças pode ser um desafio, mas com o cuidado adequado e intervenções precoces, muito pode ser feito para garantir o bem-estar emocional e social delas.
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