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Lipedema x obesidade: entenda as diferenças
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Lipedema x obesidade: entenda as diferenças

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Anamaria
25/01/2025 19h35
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A principal diferença entre o lipedema e a obesidade é que a gordura do lipedema é resistente a dietas e exercícios físicos. Ela também se destaca por apresentar fibrose, aspecto de “casca de laranja” ou “grãos de arroz”, e a formação de nódulos que se assemelham a celulites.

É possível, por exemplo, vermos mulheres com cintura fina, que se alimentam de forma equilibrada e praticam exercícios, mas com as pernas e braços com certas deformidades devido ao lipedema.

Reconhecimento e impacto social

Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o lipedema como uma doença distinta, e em 2022 ele foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Essa inclusão permite um diagnóstico mais padronizado e o planejamento de políticas de saúde, mas a adoção do CID-11 no Brasil está prevista apenas para 2027.

O lipedema é dividido em cinco estágios, variando em intensidade. Os sintomas incluem nódulos dolorosos nas coxas, contornos naturais dos joelhos apagados, pernas com formato de “ampulheta” e sensação de peso ou dor. Esses sinais podem impactar a mobilidade, a aparência e a saúde mental das pacientes.

Lipedema: uma condição ainda em estudo

Apesar de ser uma condição antiga, o lipedema ainda é pouco compreendido. A gordura acumulada na doença é diferente da gordura comum, tanto superficial quanto visceral.

Sabe-se que fatores genéticos e hormonais contribuem para o quadro, que tende a piorar em fases de mudanças hormonais, como puberdade e gravidez. O estrogênio, por exemplo, desempenha um papel importante na progressão da doença.

A cirurgiã vascular Thais Torres mostra sinais do lipedema em vídeo no TikTok. Imagem: Reprodução
A cirurgiã vascular Thais Torres mostra sinais do lipedema em vídeo no TikTok. Imagem: Reprodução

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico é clínico e depende da experiência do profissional. O histórico familiar e a relação dos sintomas com eventos hormonais, como a menstruação, também são analisados. Exames como ultrassom venoso e densitometria corporal podem ser usados para identificar problemas associados e avaliar a composição corporal.

Não há cura para o lipedema, mas o tratamento busca reduzir a inflamação por meio de uma alimentação equilibrada e atividade física. Drenagens linfáticas e meias de compressão também ajudam a aliviar sintomas como inchaço e dor.

Em casos mais graves, a lipoaspiração pode ser recomendada. O procedimento remove as células de gordura afetadas, proporcionando melhora significativa a longo prazo. No entanto, o custo é alto e o procedimento ainda não está disponível pelo SUS.

Uma doença não reconhecida por todos

Embora já esteja no CID-11, o lipedema ainda enfrenta resistência de alguns profissionais da saúde, que desconhecem os sintomas e os associam à preguiça e falta de atividade física.

Por outro lado, o conhecimento sobre o lipedema tem crescido graças a campanhas de conscientização e depoimentos de mulheres que vivem com a condição, como a modelo Yasmin Brunet. Estima-se que 10% das mulheres no mundo sejam afetadas pela doença — o equivalente a cerca de 10 milhões de brasileiras.

Lipedema: cuidados e desafios

A gordura do lipedema impacta o sistema linfático e as articulações, podendo causar linfedema, desgaste das cartilagens e dores crônicas. O tratamento precoce ajuda a evitar complicações, mas o acesso às opções ainda é limitado.

Enquanto não há medicamentos específicos, algumas pacientes adotam mudanças alimentares ou suplementos anti-inflamatórios como coenzima Q10 e ômega-3, mas sem comprovação científica robusta.

A conscientização e o reconhecimento do lipedema como uma condição séria e debilitante são passos fundamentais para melhorar o diagnóstico e o tratamento das mulheres que convivem com essa doença. Se você identifica os sintomas, procure um especialista para uma avaliação detalhada.

 

Leia a matéria original aqui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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