Pode aplicar perfume nas partes íntimas? Entenda
Anamaria
A participante do Big Brother Brasil 25, Aline Patriarca, causou polêmica ao optar por utilizar perfume nas partes íntimas enquanto se preparava para um momento de lazer à beira da piscina na manhã desta segunda-feira (3). Em sua defesa, Aline afirmou que essa escolha tinha como objetivo chamar a atenção de seu colega Diogo Almeida.
Contudo, essa prática levantou preocupações entre profissionais de saúde, que advertem sobre os potenciais riscos associados ao uso de produtos perfumados em áreas sensíveis do corpo feminino. Segundo especialistas, a região íntima apresenta características delicadas e é suscetível a irritações provocadas por cosméticos.
“O uso de perfumes na região íntima pode trazer diversos riscos à saúde vaginal. A maioria desses produtos contém substâncias químicas, como fragrâncias artificiais e álcool, que podem causar irritação, alergias e desequilíbrio da microbiota vaginal. Esse desequilíbrio pode levar ao crescimento excessivo de bactérias ou fungos, resultando em infecções como vaginose bacteriana e candidíase. Além disso, algumas formulações podem alterar o pH natural da região, prejudicando sua defesa natural contra agentes infecciosos”, afirma o ginecologista César Patez.
O uso de perfumes pode não apenas causar reações alérgicas, mas também alterar as secreções vaginais, levando a complicações indesejadas. Médicos enfatizam que o perfume pode mascarar odores naturais que podem ser indicativos de infecções. Portanto, se houver alteração no odor da região íntima, é essencial consultar um ginecologista.
Além disso, os especialistas recomendam cautela até mesmo com perfumes indicados para áreas íntimas e, supostamente, “seguros”. “Mesmo que esses produtos sejam formulados com pH equilibrado e ingredientes menos agressivos, seu uso pode não ser necessário e, em alguns casos, ainda representar um risco para a saúde vaginal. O ideal é verificar se o produto é testado por ginecologistas e se possui componentes que não interferem na microbiota vaginal. Ainda assim, cada organismo reage de forma diferente, e o melhor caminho é sempre priorizar a higiene adequada com água e sabonetes suaves, sem fragrâncias artificiais”, diz o médico.
Os cuidados de higiene íntima devem ser realizados com atenção. A vagina, parte interna da genitália feminina, não deve ser lavada, a limpeza deve se restringir à vulv – a parte externa. Para tal, é suficiente o uso de água corrente e sabonetes neutros, aplicados suavemente com os dedos. É importante também prestar atenção nas dobras da pele, onde secreções podem se acumular.
Existe necessidade de aplicar perfume nas partes íntimas?
Segundo César Patez, a resposta é não. Isso porque a vagina tem um odor natural, que varia de acordo com fatores como alimentação, ciclo menstrual e equilíbrio hormonal.
“Esse odor não deve ser mascarado com fragrâncias artificiais, pois isso pode gerar mais problemas do que benefícios. Se houver um cheiro forte ou desagradável persistente, isso pode ser um sinal de infecção ou desequilíbrio, e o ideal é procurar um ginecologista para avaliação. A melhor forma de manter a região íntima saudável e sem odores incômodos é manter bons hábitos de higiene, usar roupas leves e de algodão, evitar duchas vaginais e manter uma alimentação equilibrada”, orienta o especialista.