Superfungo Candida Auris: saiba o que é e como proteger sua saúde
Anamaria
Recentemente, quatro casos de infecção pelo superfungo Candida Auris foram confirmados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, Minas Gerais, trazendo à tona preocupações sobre esse organismo resistente. Descoberto em 2009 no Japão, o superfungo já foi identificado em diferentes partes do mundo e chegou ao Brasil em 2020. Mas o que é o Candida Auris e por que ele é tão perigoso?
O que é o superfungo Candida Auris?
O Candida Auris é uma levedura altamente resistente que se destaca pela capacidade de sobreviver em ambientes desafiadores, como altas temperaturas e superfícies hospitalares. Essa característica faz com que ele seja muito difícil de erradicar, tornando-se uma ameaça, especialmente para pacientes hospitalizados.
O fungo é capaz de aderir tanto à pele humana quanto a superfícies inanimadas, como equipamentos médicos. O Candida Auris é um risco em ambientes hospitalares, já que pode ser transmitido de um paciente para outro ou se infiltrar em dispositivos médicos como cateteres. Quando atinge a corrente sanguínea, pode causar infecções graves, como a candidíase invasiva, que afeta órgãos internos e pode ser fatal em até 53% dos casos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Como ocorre a infecção?
A infecção por Candida Auris geralmente ocorre em ambientes hospitalares e afeta pacientes que já estão internados, seja por cirurgia ou por doenças crônicas. Além disso, o uso prolongado de antibióticos pode facilitar a infecção, uma vez que esses medicamentos podem eliminar as bactérias que combatem o fungo naturalmente.
O superfungo é resistente a medicamentos antifúngicos convencionais e a desinfetantes utilizados em hospitais, o que exige medidas extremas para o controle da infecção, como o isolamento dos pacientes contaminados e o uso de novos métodos de desinfecção.
Tratamento do Candida Auris
Infelizmente, o tratamento contra o superfungo é um desafio, devido à escassez de medicamentos eficazes. Quando os antifúngicos são usados em combinação, o efeito tóxico para o corpo pode ser alto, principalmente para pacientes já debilitados. Em 2023 novas classes de antifúngicos foram apresentadas no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, oferecendo novas perspectivas de tratamento.
Ainda assim, o desenvolvimento de terapias é um processo lento, e a comunidade médica teme que novas espécies resistentes possam surgir. Esse ciclo de resistência é um desafio constante na luta contra infecções hospitalares, e a rápida adaptação do Candida Auris preocupa especialistas.
Os sintomas do superfungo podem variar, mas os mais comuns incluem febre, fadiga, dificuldade respiratória, pressão arterial desregulada e até vômitos. No entanto, identificar a infecção pode ser difícil, já que muitos pacientes já estão doentes e podem confundir os sinais.