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A atração turística no Japão que exibe monges que se mumificaram ainda em vida
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A atração turística no Japão que exibe monges que se mumificaram ainda em vida

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Aventuras Na História
22/04/2025 14h10
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16511180/original/open-uri20250422-17-ag6036?1745331735
©Reprodução/Youtube (@HISTORY)
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No coração da região de Tóhoku, em Yamagata, encontra-se uma das atrações turísticas mais incomuns do Japão: templos que abrigam os corpos mumificados de monges, conhecidos como sokushinbutsu.

Essa prática extrema de ascetismo budista remonta ao período Edo (1603–1868) e está intimamente ligada ao culto das montanhas sagradas de Dewa Sanzan, especialmente ao redor do monte Yudono.

Os sokushinbutsu eram monges que, com o objetivo de alcançar a iluminação espiritual e salvar a humanidade, se submeteram a um processo rigoroso de automumificação. A preparação durava vários anos e envolvia uma combinação de dieta extrema, meditação e envenenamento gradual do corpo.

Veja no Twitter
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Sokushinbutsu was a practice among Japanese Buddhist monks from the 11th to 19th centuries who sought enlightenment through self-mummification.

Monks prepared by drastically reducing their food and water intake, eating only pine needles and resin, and consuming a poisonous tea… pic.twitter.com/uyj7qW6BcY

August 23, 2024

Dieta restritiva

Segundo informações do site Atlas Obscura, nos primeiros três anos, os monges seguiam uma dieta restrita de nozes e sementes, aliada a intensa atividade física para eliminar gordura corporal.

Nos três anos seguintes, alimentavam-se apenas de cascas e raízes, enquanto passavam a ingerir um chá venenoso feito da seiva da árvore urushi, que causava vômitos e perda de fluidos, além de eliminar vermes e bactérias que poderiam causar a decomposição.

No estágio final, cortavam toda ingestão de alimentos, restringiam a água a pequenas quantidades salinizadas por cerca de cem dias e meditavam em isolamento absoluto sobre a salvação da humanidade, à espera da morte.

Quando o fim se aproximava, eram colocados por seus discípulos em uma caixa de madeira, no fundo de um poço de três metros, selados com carvão. Em posição de lótus, tocavam um sino diariamente para indicar que ainda estavam vivos. Quando o som cessava, o tubo de ar era removido e o túmulo selado.

Nem todos os que tentaram o processo obtiveram sucesso. Ao abrir os túmulos após algum tempo, alguns corpos foram encontrados em decomposição. Esses monges foram respeitados por sua determinação, mas não venerados. Já aqueles cujo corpo estava bem preservado eram elevados ao status de Buda, expostos ao público e cuidados por seus seguidores.

Prática proibida

Segundo o site Japan Guide, o governo japonês proibiu a prática no final do século 19, classificando-a como bárbara, embora registros indiquem que monges ainda tentaram o processo no início do século 20. Hoje, cerca de 28 múmias de sokushinbutsu são conhecidas no Japão, mas apenas 16 podem ser visitadas por turistas.

O mais célebre desses monges é Shinnyokai Shonin, que se automumificou em 1784, aos 96 anos. Seu corpo está preservado no templo Dainichibō, aos pés do Monte Yudono. Acredita-se que ele tenha buscado a prática como forma de redenção espiritual e auxílio ao povo em tempos de fome.

monge
Shinnyokai Shonin / Crédito: Reprodução

Outro exemplo é Tetsumonkai Shonin, cuja múmia repousa no templo Churenji, em Tsuruoka. Antes de tornar-se monge, ele matou dois soldados em legítima defesa e, após isso, dedicou-se à vida religiosa até sua automumificação em 1830, repercute o Atlas Obscura.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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