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Comida chinesa: a milenar gastronomia e suas curiosidades
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Comida chinesa: a milenar gastronomia e suas curiosidades

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Aventuras Na História
09/02/2025 13h00
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©Getty Imagens
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Os primeiros gourmets não eram franceses. Há 4 mil anos, os chineses já escreviam sobre comida. "Trata-se, talvez, do único país do mundo em que sábios, filósofos, pensadores políticos e poetas escreveram tratados sobre alimentação e organizaram coletâneas de receitas", diz Ariovaldo Franco no 'livro De Caçador a Gourmet — Uma História da Gastronomia' (Senac-SP).

De lá para cá, os chineses criaram muito mais que rolinhos primavera e frango xadrez. Conheça as principais curiosidades de uma das mais antigas e ricas culinárias do mundo.

1330: Alimento que cura

Os chineses sempre acreditaram que a saúde está diretamente ligada ao que se come —tanto que, durante muito tempo, eram os farmacologistas que lideravam a cozinha dos palácios.

Muitos deles publicaram livros de receitas saudáveis. É o caso de 'Princípios da Dieta Correta', de Hu Su-Hui, publicado em 1330, segundo o qual a maioria das enfermidades poderia ser curada com uma dieta equilibrada.

Ingredientes até hoje usados, como gengibre, alho-poró, cogumelos e botões secos de margaridas, chegaram à mesa por causa de suas funções medicinais.


Sem data conhecida: pihtan

O pihtan é, disparado, o prato mais excêntrico da cozinha chinesa. Trata-se de um ovo de pata que apodrece dentro de um pote cerâmico, sob camadas de cinzas, cal virgem, soda cáustica, chá e sal.

Pihtan - Getty Images

 

Ao cabo de alguns meses, a gema fica cinzenta e a clara, preta e cremosa, tudo com acentuado aroma de enxofre. Diz a lenda que esse preparo foi criado pela família de um nobre encarcerado por seu opositor político sem direito a alimentação — para driblar os carcereiros, os parentes do preso teriam escondido o ovo em um vaso. Hoje, o pihtan é servido como entrada e aperitivo e tratado como uma iguaria fina.


Há 4 mil anos: para fugir da fome

Para quem gosta de novidades, a mesa chinesa é um prato cheio. Nas ruas das cidades, comem-se espetinhos de cavalo-marinho, escorpião e até cigarra — os bichos vêm inteiros e são servidos bem crocantes.

O ensopado de carne de cachorro também é apreciado. A escassez de recursos naturais está na raiz de hábitos tão curiosos. Há 4 mil anos, sucessivas guerras acabaram com a agricultura. Só que o imperador Xiang Yu não admitia cardápio repetido.

Os cozinheiros apelaram para a criatividade", explicou o professor de culinária asiática Marcio Senji.

Na tentativa de economizar lenha, as verduras, os legumes e as carnes passaram a ir para a panela já picados, o que reduzia o tempo de cozimento.


Século 3 a.C.: chá medicinal

O chá surgiu na Índia e foi levado para a China por volta do século 3 a.C. Era tido como erva medicinal e podia ser aromatizado com casca de laranja, cebola e gengibre. Depois vieram rosas, jasmim e camélias. Na dinastia Tang (618 a 907), beber chá já era um hábito diário.


Século 15: pato com caramelo

Era uma vez uma cidade onde o arroz, item número 1 da alimentação local, era transportado a pé pelos canais. Só que uma boa parte dos grãos acabava se perdendo e ia parar na barriga dos patos, que começaram a engordar dia após dia. Essa história é verdadeira e aconteceu na Pequim do século 15.

Culinária chinesa - Getty Images

 

Encantados com aquelas apetitosas aves carnudas, os moradores trataram de garantir alimento para meses: mergulhavam os patos em uma conserva agridoce misturada com temperos salgados, passavam uma leve camada de caramelo por fora e deixavam os bichos pendurados por semanas. Ainda hoje, o pato de Pequim é feito assim.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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