Surto de energia cerebral no fim da vida pode representar a 'saída da alma do corpo'
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Um novo estudo levanta questões intrigantes sobre a consciência humana, sugerindo que um surto de energia no cérebro de pacientes clinicamente mortos pode representar a "saída da alma do corpo". A afirmação vem do Dr. Stuart Hameroff, anestesiologista e professor de anestesiologia e psicologia na Universidade do Arizona.
Durante uma recente pesquisa, sensores de eletroencefalograma (EEG) monitoraram o cérebro de um paciente em estado de morte clínica, revelando uma atividade cerebral incomum após a ausência de pressão arterial e batimentos cardíacos.
Eles viram tudo sumir e então [psh] você teve essa atividade quando não havia pressão arterial, nem frequência cardíaca", relatou Hameroff em entrevista ao Project Unity.
Esse fenômeno, conhecido como sincronização gama — um padrão de ondas cerebrais associado ao pensamento consciente, percepção e consciência — foi detectado no EEG e pode durar entre 30 a 90 segundos após a morte clínica do paciente.
Apesar das críticas de alguns céticos, que afirmam se tratar do último suspiro dos neurônios ou meramente uma ilusão, Hameroff defende que essa atividade pode ser interpretada como uma manifestação da consciência deixando o corpo. Ele sugere que a consciência poderia operar em um nível mais profundo, necessitando de menos "consumo energético" em comparação com outras funções cerebrais.
O ponto é que isso mostra que a consciência é, na verdade, provavelmente, um processo de muito baixa energia", afirmou.
O Dr. Lakhmir Chawla foi um dos pioneiros nesse tipo de monitoramento, utilizado por anestesiologistas para assegurar a ausência de atividade cerebral em pacientes doadores de órgãos.
Hameroff observa que esse evento tem se mostrado bastante reprodutível, com cerca de 50% dos pacientes apresentando essa atividade ao serem monitorados.
Além disso, ele mencionou um estudo realizado pelo Dr. Robin Lester Carhart-Harris, que investiga como substâncias psicoativas influenciam a saúde mental. Nesse estudo, voluntários foram submetidos a ressonâncias magnéticas ou monitorados por EEG enquanto recebiam psilocibina.
Os participantes relataram experiências vívidas de alucinações durante os testes, embora as ressonâncias magnéticas não mostrassem atividade cerebral aparente, levando à perplexidade dos pesquisadores. Hameroff questionou se esse fenômeno poderia estar relacionado à possibilidade da consciência operar em um "nível quântico mais profundo".
A teoria
A teoria da "atividade cerebral quântica" propõe que determinadas funções cerebrais podem ocorrer em uma escala reduzida dentro dos neurônios, além do processamento clássico através das vias neurais tradicionais. Pesquisas nesse campo exploram a ideia de que a consciência poderia ser uma vibração quântica coletiva dentro dos neurônios.
Hameroff acredita que o estudo de Carhart-Harris pode oferecer insights sobre o aumento da atividade cerebral observada no final da vida. "Acredito que a consciência é realmente de baixa energia", concluiu.
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