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Textos antigos revelam como os mesopotâmicos descreviam os sentimentos
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Textos antigos revelam como os mesopotâmicos descreviam os sentimentos

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Aventuras Na História
07/12/2024 00h00
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©Getty Images
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Um novo estudo revelou com mais detalhes como os antigos mesopotâmicos entendiam e viviam os sentimentos, no passado. A pesquisa foi liderada pela professora Saana Svärd, da Universidade de Helsinque, na Finlândia, e incluiu também especialistas da Universidade Aalto, da Universidade de Turku, ambas também da Finlândia, e da Johannes Gutenberg-Universität Mainz, da Alemanha.

As descobertas foram publicadas na última quarta-feira, 4, na iScience, e se basearam em uma longa análise de mais de um milhão de palavras de antigos textos acadianos, encontrados em tábuas de argila para escrita cuneiforme datadas de entre 934 a.C. e 612 a.C..

Conforme explicado pela Archaeology News, o trabalho buscava realizar a primeira análise quantitativa a relacionar emoções e partes do corpo. "Mesmo na antiga Mesopotâmia, havia uma compreensão aproximada da anatomia, por exemplo, a importância do coração, fígado e pulmões", explica Svärd no estudo.

Para a pesquisa, foi empregada a chama linguística de corpus, um método desenvolvido ao longo de anos no Centro de Excelência em Impérios Antigos do Oriente Próximo (ANEE), liderado por Svärd, que permite uma análise de grandes conjuntos de dados, bem como o mapeamento de descrições linguísticas de emoções em partes específicas do corpo.

Então, os resultados foram comparados com mapas corporais modernos, baseados em experiências corporais autorrelatadas pelo pesquisador finlandês Lauri Nummenmaa e sua equipe, que coloriram imagens corporais com base nos sentimentos. Enquanto isso, os mesopotâmicos podem ser analisados por descrições linguísticas sobre sentimentos.

Sentimentos antigos

A partir de textos antigos acadianos, é possível interpretar que, muitas vezes, a felicidade era associada ao fígado, com descrições como "aberto", "brilhante" e "cheio", destacando assim a importância simbólica e funcional do órgão. Era também nele que os antigos mesopotâmicos diziam sentir o amor — em vez do coração, onde culturas modernas e várias antigas associavam —, que ainda era sentido, também, nos joelhos.

Essa associação, por sua vez, pode se relacionar à intensidade emocional simbolizada ao se dobrar ou colocar alguém de joelhos. Já outros sentimentos como a raiva, que humanos modernos frequentemente associal à parte superior do corpo ou às mãos, era descrito pelos mesopotâmicos como concentrada nos pés, com termos como "aquecido" ou "enfurecido".

Ilustrações comparando como culturas modernas e os mesopotâmicos compreendiam a alegria e o amor, respectivamente / Crédito: Divulgação/iScience/Juha M. Lahnakoski et. al

A partir destas novas inferências, novos caminhos para explorar e compreender os antigos mesopotâmicos e a expressão de sentimentos em diferentes culturas e épocas são revelados. "Pode ser uma maneira útil de explorar diferenças interculturais na maneira como vivenciamos as emoções", observa Svärd.

+ A história por trás do primeiro registro de um beijo

Agora, os pesquisadores pretendem estender a pesquisa, para entender como emoções como o amor compartilham expressões físicas ao longo de milênios, sendo associada ao coração em diferentes culturas, enquanto outras como a raiva e a felicidade diferem significativamente.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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