Ciúme entre filhos: como os pais devem lidar?

O ciúme entre irmãos, quando os pais não resolvem na infância, pode chegar à fase adulta com mágoas e ressentimentos. Por isso, é tão importante lidar desde cedo. Muitas vezes, na gravidez da mãe, o mais velho já observa que as atenções estão voltadas para o barrigão, que traz o novo membro da família. Depois, os pais logo percebem que a competição passa do limite considerado saudável, já que o alvo da rivalidade, muitas vezes, é a atenção deles. Por isso, são comuns perguntas como “de quem você gosta mais?”. É preciso uma boa dose de sabedoria e paciência para lidar com o tema.

 “As brigas vão acontecer. Cabe aos responsáveis nortear as crianças para que elas entendam o que está acontecendo e ajudá-las a resolver da melhor forma”, diz Luciana Brites, psicopedagoga e CEO do Instituto NeuroSaber.

Como cada caso é único, a origem desse sentimento entre os irmãos deve ser entendida. Quando a questão não é resolvida ainda na infância, a terapia pode ser uma boa alternativa. Assim, cada um pode entender os traumas deixados em um passado de ciúmes e competições.

Ciúme do pai com a mãe

Outras vezes, o ciúme se manifesta quando os filhos percebem demonstrações de afeto entre os pais. Se o simples fato dos pais se abraçarem ou terem atitudes carinhosas gerar um escândalo, atenção. É hora de lidar com o assunto.

Para Telma Abrahão, idealizadora da Educação Neuroconsciente, biomédica e especialista em Neurociência e Desenvolvimento Infantil,  é importante acolher seus sentimentos e usar a situação como uma oportunidade para ensinar sobre o amor e os diferentes tipos de relacionamentos. “Explique com linguagem simples que o amor entre os pais é diferente do amor pelos filhos. Diga algo como: ‘Você sabia que existe um tipo de amor especial entre mamãe e papai? E tem outro tipo de amor muito especial que é só para você! Quando a gente se abraça ou se beija, estamos mostrando o amor que sentimos um pelo outro, mas isso nunca diminui o amor enorme que temos por você’ É fundamental deixar claro que há espaço suficiente para todos”, ensina a especialista.