Dormir em camas separadas faz bem para um casal? Entenda a tendência!
Bons Fluidos

No fim de 2024, Cameron Díaz contou no podcast Lipstick on the Rim que ela e o marido não compartilham mais o mesmo quarto. “E acho que precisamos normalizar quartos separados”, disse ela. A confissão viralizou, mas não é um caso isolado: pesquisas recentes mostram que cada vez mais casais têm buscado essa alternativa para dormir melhor – e, paradoxalmente, se relacionar melhor.
O que é o “divórcio do sono”
A expressão batiza um acordo prático: cada um dorme em cama ou quarto próprio para preservar o descanso. A ideia ganhou força porque o sono ruim impacta humor, saúde e convivência. Afinal, se uma pessoa não consegue dormir bem, isso afeta tudo, desde a sua imunidade até ao seu funcionamento corporal.
Um levantamento de 2023 da Academia Americana de Medicina do Sono (AASM) indica que mais de um terço dos adultos nos EUA dorme ocasional ou regularmente separado do parceiro para melhorar a qualidade do sono. Entre os millennials, a prática é ainda mais comum: 43%. Depois vêm a Geração X (33%), Geração Z (28%) e os baby boomers (22%). Mas por que os mais jovens aderem mais? Especialistas apontam para uma mudança de mentalidade. Existe menos estigma em torno da ideia de dormir separadamente.
Tendência em crescimento
No Reino Unido, a National Bed Federation encontrou, em 2020, quase 1 em cada 6 casais vivendo juntos e dormindo separados; em 2009, o The Sleep Council registrava 7% com camas separadas – taxa que praticamente dobrou em uma década. Nos EUA, pesquisa do New York Times com a International Housewares Association aponta 1 em cada 5 casais dormindo em quartos separados, muitos todas as noites, em amostra de 2.200 adultos.
Vantagens e desvantagens
Casais optam por dormir separados por diferentes motivos: rotinas de sono que não se alinham (como horários distintos para deitar e acordar, preferência por luz, TV, leitura ou silêncio absoluto) podem prejudicar o descanso. Um estudo citado pela Naturepedic, com 800 participantes, indica que metade dos que adotam quartos ou camas separados relata relação saudável e noites melhores por não interromper o parceiro. Além disso, ter um espaço próprio favorece o conforto pessoal, com liberdade para manter uma rotina única.
Entre as desvantagens, estão o custo e a necessidade de um segundo ambiente, inviáveis para muitos lares, e o receio de perda de intimidade, que pode ser reduzido ao reservar momentos de convivência e carinho. Por fim, a opinião alheia ainda pesa, mas não deveria determinar o arranjo escolhido pelo casal. Mas quando isso funciona? Especialistas são unânimes: só dá certo com consenso.
Dicas práticas para combinar com respeito
- Conversem sobre as necessidades de sono. Barulho, luz, temperatura, colchão – alinhem o que é inegociável para cada um;
- Definam um “ritual de conexão”. Jantar juntos, caminhar à noite, abraçar-se antes de ir cada um para seu quarto;
- Reavaliem periodicamente. O que funciona hoje pode mudar com as fases de trabalho, filhos, saúde;
- Protejam a intimidade. Quartos separados não significam vida íntima separada. Planejem encontros e carinho;
- Seja qual for o arranjo, priorizem o sono. Ele é alicerce de humor, memória, imunidade e do próprio vínculo.
Dormir separado não é sinônimo de crise. Muitas vezes, é apenas uma solução prática para duas pessoas com jeitos de descansar diferentes. Em outras, dormir juntinho segue sendo o que faz sentido – e também traz benefícios. O importante é que a decisão seja combinada, gentil e focada na saúde do relacionamento. Afinal, um bom dia quase sempre começa na noite anterior.