Estudos comprovam que jovens que se sentem sozinhas descontam os sentimentos em alimentos calóricos
Bons Fluidos
Quem nunca quis se afundar em um balde de sorvete e assistir a um filme para esquecer tudo de errado que estava acontecendo no dia? Uma pesquisa comprovou que isso não é um costume só seu, mas, na verdade de mulheres jovens que se sentem sozinhas em geral. Quer entender mais? Veja abaixo o que foi divulgado pela Agência Einstein:
A pesquisa
A Universidade da Califórnia reuniu 93 mulheres com uma média de 25 anos para estudar os impactos negativos da solidão sobre os hábitos alimentares à saúde mental. Os cientistas dividiram as escolhidas em dois grupos. Um deles continha pessoas com altos índices de percepção de isolamento social e outro com baixos índices. Para testá-las, mostraram imagens de alimentos enquanto examinavam as reações através de ressonância magnética funcional, o fluxo sanguíneo e oxigenação dos tecidos cerebrais.
Os estudos mostraram que aquelas que sentiam-se sozinhas apresentaram mais ativação nas regiões do cérebro associadas ao desejo por comida. Isso aumentava quando compartilhavam fotos de sobremesas . Além disso, as áreas de massa cinzenta, que são as que fazem termos autocontrole quando o assunto é alimentação, se ativaram em menor quatidade.
Chegaram à conclusão que elas tinham alguns fatores em comum, como maiores índices de gordura corporal, alimentação baseada em recompensa e de baixa qualidade, vícios alimentares , apetite descontrolado e não sabem lidar com eventos difíceis e estressantes. Porém, os impactos vão muito além dos sentimentos. Eles acabam influenciando diretamente a forma que aquela pessoa se alimenta, fazendo com que ganhe mais peso e possa desenvolver ansiedade e depressão.
Comer emocional
Essas consequências nada mais são do que a fome emocional , segundo o endocrinologista Carlos Andre Minanni, do Centro de Prevenção e Tratamento da Obesidade do Hospital Israelita Albert Einstein. As pessoas acabam descontando todos os sentimentos na comida. Pois, de acordo com a psicóloga Juliana Santos Lemos, o alimento se torna uma válvula de escape para aliviar as dores momentânea. “Nesses casos, a preferência é por itens ricos em açúcar e gorduras, que oferecem a sensação rápida de prazer e ativam o sistema límbico no cérebro, região que envolve as emoções e o mecanismo de ganho e recompensa”, explica.
Tratamento
O lado bom dessa história toda é que esse comportamento pode ser desfeito através de terapia, especialmente a cognitivo-comportamental. “Com essa abordagem, é possível entender os aspectos que antecedem a ingestão alimentar e que definem o conjunto de cognições que constroem o processo da alimentação, além de gerenciar outros fatores que impactam a saúde física e mental”, conclui Santos Lemos.