Mamografia causa câncer de mama? Veja 5 mitos sobre o diagnóstico
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Após a descoberta de um câncer de mama, uma das primeiras ações do paciente costuma ser buscar informações sobre a condição. De acordo com especialistas, essa atitude é importante para preservar o equilíbrio emocional durante o tratamento. O problema, contudo, surge quando o conhecimento vem apenas de fontes online, onde muitos conteúdos incorretos circulam rapidamente, o que pode prejudicar a recuperação.
“A internet é poderosa, e existe muita coisa que nos assusta bastante. Há mitos sobre questões que, na verdade, poderiam proteger a paciente, principalmente em relação ao diagnóstico precoce. Ou até mesmo sobre as próprias terapias. Elas existem para trazer benefícios e auxiliar no processo de cura. Então, quando alguém divulga informações do tipo: ‘Esse remédio vai te matar’, é importante esclarecer que não”, aponta a mastologista Fabiana Makdissi.
Mamografia causa câncer de mama
Segundo a profissional, um mito recorrente envolve o principal exame para a identificação da doença: a mamografia. Há anos circulam na internet notícias afirmando que o procedimento seria responsável por causar o tumor. Makdissi explica, contudo, que esse suposto fato não passa de uma crença que, infelizmente, foi muito perpetuada de geração em geração.
Muitas pessoas acreditam que, devido à radiação e à pressão sobre as mamas, a mamografia aumentaria o risco de câncer. Na verdade, a dose utilizada é muito baixa para causar qualquer dano. Por isso, o exame continua sendo recomendado para mulheres a partir dos 40 anos, sempre com orientação médica. Além disso, para aquelas entre 50 e 74 anos, a mamografia torna-se rotina, sendo realizada a cada dois anos.
Desodorante aumenta o risco da doença
A mastologista relata ainda que cosméticos também são alvo de notícias falsas. Isso porque há quem afirme que o antitranspirante pode desencadear o câncer de mama. A associação se dá pela presença de alumínio na composição dos produtos, que, na teoria, poderia causar intoxicação e levar à doença.
“Não, desodorante não causa tumores. Ele pode entupir os pelos, causar foliculite e resultar em ínguas, que são pequenos gânglios inflamados devido ao poro fechado. Quando se fala em câncer de mama, existe a relação entre mama e axila, pois, quando há um tumor na mama, o primeiro local para onde as células podem se espalhar é a região abaixo do braço. Assim, muitas pessoas acabam criando essas conexões equivocadas por conta da desinformação, especialmente a que circula na internet”, ressalta.
Depressão e amargura estão associadas a tumores
Dietas curam o câncer de mama
Já a nutróloga Andrea Pereira conta que, com frequência, se depara com pacientes que decidem deixar o tratamento de lado para apostar em dietas milagrosas encontradas na internet. Ela cita, por exemplo, casos em que mulheres passaram a consumir babosa, uma planta com componentes potencialmente tóxicos, acreditando que iriam se curar da enfermidade.
“Hábitos saudáveis reduzem as probabilidades, mas isso não significa que você não vá ter a doença. O câncer é multifatorial e possui várias causas. Eu queria muito que existisse uma dieta que fosse melhor que a quimioterapia, a imunoterapia ou a hormonoterapia. No entanto, não existe dieta ou alimento que cure o câncer. A alimentação ajuda, mas não é curativa”, detalha.
Medicina integrativa substitui os tratamento tradicionais
E, segundo a especialista em medicina integrativa, ainda há mulheres que acreditam, de forma equivocada, que sua área pode substituir as intervenções tradicionais. Entretanto, apesar de os métodos apresentarem maiores efeitos colaterais, eles são essenciais para a recuperação e a melhora da saúde.
“Muita gente se confunde. Chegam dizendo: ‘Olha, eu vim até você porque é médico integrativo, então não quero fazer o tratamento, quero que você me passe vitaminas ou uma dieta’. Eu explico, então, que não é isso. A medicina integrativa significa unir forças. Ou seja, você continua com o tratamento indicado pelo seu oncologista, que é fundamental, e eu te acolho, ajudando com outras terapias para complementar esse processo. Podemos incluir, por exemplo, meditação, yoga ou outras práticas que promovem bem-estar. Tudo isso é muito válido”, ressalta, por fim.