Psiquiatra ensina como lidar com adolescentes: 'É sobre guiar, não controlar'
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A adolescência costuma ser uma fase em que tanto os filhos como os pais enfrentam dificuldades para lidar com novas emoções, vontades e responsabilidades. Entretanto, de acordo com a psiquiatra infantil Willough Jenkins, há maneiras de facilitar o processo. A professora associada da Universidade da Califórnia (EUA) listou essas dicas, que orientam como melhorar o convívio e educar adolescentes, em uma série de vídeos publicados nas redes sociais.
“Converso com jovens todos os dias no meu trabalho e ouço coisas que eles nem sempre dizem em casa. Muitos deles se sentem incompreendidos, microgerenciados ou como se suas necessidades fossem invisíveis. Eu queria falar honestamente em nome deles, mas com profundo respeito também pelos pais”, disse a especialista, em entrevista à revista ‘Newsweek’.
Entendendo os adolescentes
Para a profissional, que viralizou recentemente no TikTok, a melhor forma de lidar com os jovens é apostando em uma educação baseada em mentoria, e não gestão. “Gestão é sobre controlar resultados — dar instruções, estabelecer regras rígidas e intervir para evitar erros. Mentoria é sobre guiar, não controlar. Significa ser alguém com quem seu filho pode conversar, fazer perguntas e pedir conselhos”, disse.
Jenkins afirma, no entanto, que é necessário manter a autoridade, mas sem exigir obediência e buscando crer que eles tomarão boas decisões. “Os adolescentes prosperam quando sentem que confiam neles”, apontou. A psiquiatra ressalta ainda a importância de os familiares permanecerem presentes, mesmo quando os filhos parecem desejar espaço.
Ela explica, ao verem os jovens mal humorados ou distantes, é comum que os pais se afastem por acreditarem que eles gostariam de um tempo sozinhos. Entretanto, segundo as dicas de Jenkins, esse pode não ser o melhor caminho.
“Se pararem de tentar auxiliá-los completamente, os jovens se sentem esquecidos ou que vocês não se importam. Então, mesmo que eles não respondam, por favor, continuem verificando. Mandem mensagem. Batam na porta. Ofereçam o lanche. Os adolescentes ainda querem saber que alguém os viu e não desistiu”, indiciou.
Ademais, a psiquiatra aponta que o mesmo conselho vale para os momentos em que os adolescentes passam a reivindicar maior independência. “Isso não significa que eles não precisem mais de você. O segredo é se manter presente, mesmo sem muita pressão. Andem de carro juntos, sentem-se por perto quando estiverem fazendo a lição de casa ou liguem tarde da noite, quando parecem mais abertos. O que importa é que eles saibam que você está lá e que você se importa, mesmo que eles finjam que não ligar”, concluiu.
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