Veja como a dieta influencia na saúde de pacientes com autismo e TDAH
Caras
Existem estudos que sugerem uma conexão entre a dieta e o desenvolvimento de sintomas de autismo e TDAH. Questões dietéticas podem piorar ou melhorar esses sintomas. Melhorar o terreno inflamatório do paciente pode trazer benefícios gerais. Em entrevista à CARAS Brasil, o nutrólogo Gustavo Sá aponta que há evidências epigenéticas indicando que doenças nos pais podem afetar a saúde dos filhos, incluindo o autismo.
“A epigenética, que é a influência do meio na genética, ressalta que pais doentes podem transmitir espermatozoides e óvulos doentes, aumentando a incidência de autismo. Além disso, o isolamento social, uma característica do autismo, pode ser exacerbado pelo uso excessivo de dispositivos eletrônicos como tablets”, diz.
NUTRIENTES ESPECÍFICOS E DIETAS BENÉFICAS:
Ômega 3: Ajuda nos sintomas de autismo e TDAH.
Azul de Metileno: Coadjuvante não medicamentoso que auxilia na tenacidade, especialmente no TDAH.
Dieta Mediterrânea: Reconhecida por seus benefícios anti-inflamatórios, é recomendada para uma dieta menos inflamatória.
DESEQUILÍBRIOS NUTRICIONAIS E EFEITOS NO CÉREBRO
Desequilíbrios nutricionais podem agravar os sintomas de autismo e TDAH, de acordo com o especialista. “Por exemplo, a obesidade em pacientes com essas condições pode ser comparada a jogar gasolina no fogo, intensificando os problemas”, informa.
PAPEL DA NUTRIÇÃO NO GERENCIAMENTO DE SINTOMAS
A nutrição é crucial no gerenciamento do perfil inflamatório do paciente, complementando o tratamento convencional. Embora Gustavo não seja nutricionista, ele destaca a importância da nutrição.
“Alimentos a serem evitados. Para indivíduos com TDAH e autismo, é aconselhável evitar alimentos industrializados e refrigerantes, que são extremamente prejudiciais”, ressalta Gustavo Sá, acrescentando que que uma abordagem integrada, considerando tanto a nutrição quanto o tratamento convencional, é essencial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com autismo e TDAH.
SINAIS DE ALERTA E ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS
De acordo com o nutrólogo, os sinais de deficiência nutricional não são fáceis de perceber. "É importante observar um possível nível de desidratação na criança e realizar um acompanhamento para análise de composição corporal. Além disso, é fundamental lembrar que crianças também precisam fazer exames regularmente para identificar qualquer deficiência nutricional", salienta.
Esse é um tema complexo e, apesar do especialista estar compartilhando informações aqui, é importante consultar uma nutricionista para ter certeza absoluta. Estratégias alimentares podem ajudar, mas precisam ser personalizadas e baseadas em evidências científicas. O ômega 3, por exemplo, é conhecido por ajudar em casos de TDAH e autismo.
"Devido à variação dos sintomas e necessidades individuais, uma abordagem personalizada é crucial. Autismo e TDAH podem coexistir no mesmo indivíduo, e cada condição pode influenciar a outra. Portanto, é essencial ajustar a dieta e o tratamento para cada caso específico, especialmente durante a fase de desenvolvimento psicomotor das crianças", fala.
Gustavo Sá ressalta também a importância de considerar a saúde geral da criança. "Com a sociedade enfrentando altos níveis de obesidade, isso pode agravar os sintomas de TDAH e autismo. Manter uma dieta equilibrada e uma abordagem holística à saúde pode melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes", informa.
RESUMO DE PONTOS IMPORTANTES:
- Monitoramento Regular: Realizar exames e análises de composição corporal para detectar deficiências nutricionais.
- Dieta Anti-inflamatória: Adotar dietas menos inflamatórias, como a Dieta Mediterrânea, pode ser benéfico.
- Suplementos Nutricionais: Ômega 3 é um suplemento que pode ajudar a melhorar os sintomas de TDAH e autismo.
- Abordagem Personalizada: Ajustar a dieta e o tratamento conforme as necessidades específicas de cada criança.
- Consulte Profissionais: Sempre buscar a orientação de nutricionistas e médicos para um tratamento adequado e seguro.
- Cuidar da nutrição e da saúde de crianças com autismo e TDAH requer um esforço contínuo e integrado entre pais e profissionais de saúde.
Questionado se existem estudos ou evidências que sugerem uma conexão entre a dieta e o desenvolvimento de sintomas de autismo e TDAH, o nutrólogo explica: “Na verdade, algumas questões dietéticas, alimentares, do ponto de vista negativo e positivo, podem piorar ou melhorar. Porque quando você melhora o terreno inflamatório, que a gente chama de terreno biológico da verdade do paciente, tudo melhora. Se você tem um paciente menos inflamado, tudo melhora, mas existem muitos estudos galgando aí um cunho epigenético do autismo. E aí pensar que se nós estamos numa geração doente, né, então um pai doente doa um espermatozóide doente, e uma mãe doente, doar um óvulo doente”.
E continua: “Isso acontece não só com o autismo, mas também com outras doenças. Nós estamos tendo filhos com um número maior de autismo. Além, como eu falei, a epigenética é a influência do meio na genética, então, além disso, se a criança é uma criança autista e, uma das principais características do autismo é o isolamento social, os pais ainda vão lá e dão um tablet para a criança, aí que ela vai se isolar mais”.
Gustavo Sá ainda conta quais nutrientes específicos podem influenciar os sintomas do autismo e do TDAH. “O que é interessante fazer em pacientes com autismo e com TDAH, temos que separar os bolos, mas o ômega 3 ajuda muito nas duas coisas, eu posso usar uma coisa que é o azul de metileno, que é muito legal, não é um tratamento medicamentoso, um coadjuvante que ajuda ali na tenacidade, principalmente no TDAH”, informa.
De acordo com ele, uma dieta menos inflamatória possível é benéfica para a pessoa com autismo e TDAH. “A dieta do Mediterrâneo, ela é uma dieta citada em vários pontos quando a gente tá falando de saúde, como um todo”, cita ele, e faz um alerta: “Se você tem TDAH, tem autismo e ainda tem obesidade, você está jogando gasolina no fogo. É mais ou menos essa dinâmica que eu usaria para explicar para vocês”, diz.
Gustavo fala sobre o papel da nutrição no gerenciamento dos sintomas do autismo e do TDAH. “É importante lembrar que eu não sou nutricionista, né? Eu sou médico, mas a nutrição, ela tem total, total fator quanto... quando a gente volta a falar do controle, do controle do perfil inflamatório daquele paciente. Existem alimentos, aditivos alimentares que devem ser evitados, pessoas com TDAH, com autismo em TDAH, a gente volta sempre na mesma tecla. Os alimentos industrializados, refrigerantes, por exemplo, é péssimo, é péssimo, péssimo, péssimo. Realmente, péssimo”, destaca.
O nutrólogo aponta quais são os sinais de alerta de deficiências nutricionais que os pais de crianças com autismo e TDAH devem estar atentos. “Alerta de deficiência nutricional é uma coisa que não é muito fácil de se perceber, na verdade tem a questão de olhar para a criança e ver um certo nível de desidratação, tem que fazer um acompanhamento para análise de composição corporal e lembrar que criança também faz exame, então a gente precisa lançar a mão desses recursos também”, finaliza.