Aumento da expectativa de vida "desacelera" em países mais longevos, aponta estudo
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Um estudo realizado por cientistas dos Estados Unidos revelou que a tendência mundial de aumento da expectativa de vida tem desacelerado nas últimas décadas. De acordo com a pesquisa publicada na revista Nature Aging, a maioria das pessoas não deve chegar aos cem anos de idade sem avanços biomédicos significativos. A análise se baseou nos oito países com as populações mais longevas do mundo.
Entre os países estudados, foi observado que, nos anos 1990 até 2019, houve uma desaceleração considerável nos avanços da longevidade, com exceção da Coreia do Sul, que manteve um aumento semelhante ao do século passado. Hong Kong despontou como líder mundial em longevidade, com uma expectativa de vida ao nascer de 85,5 anos. Japão, Coreia do Sul e Suíça completam o pódio dos países com maior longevidade.
A pesquisa também apontou que para aumentar significativamente a expectativa de vida máxima, seriam necessárias mudanças drásticas na forma como as pessoas enfrentam a velhice. Reduções na mortalidade infantil e melhorias na higiene, alimentação e acesso a tratamentos foram fatores cruciais para o aumento da longevidade média ao longo do último século.
Os cientistas liderados por Stuart Jay Olshansky alertam que, apesar de avanços biomédicos poderem impulsionar o aumento da expectativa de vida, até o momento não há indicativos concretos dessas inovações no horizonte. Os números e cálculos indicam que em países onde já se atingiu uma expectativa de vida elevada, como Hong Kong, Japão e Coreia do Sul, pode ter sido alcançado um limite biológico. Em contrapartida, países como o Brasil, com expectativa de vida ao nascer de 76,5 anos, ainda têm espaço para melhoras e, portanto, para aumentar a longevidade.
O estudo completo pode ser acessado pelo site da Revista Nature Aging em inglês.