Diagnóstico precoce de câncer de pâncreas: estratégias para aumentar a sobrevida
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Responsável por 5% das mortes causadas pela doença no Brasil, o câncer de pâncreas se destaca como o sétimo mais letal no país. Segundo estudos, uma maneira de aumentar significativamente as chances de sobrevivência é realizar o diagnóstico rápido da doença, com um sintoma de alerta sendo o prurido na pele, presente em 75% dos pacientes.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) registra anualmente cerca de 12 mil mortes decorrentes desse tipo de câncer no Brasil, conforme o Atlas de Mortalidade. Já a base de dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Globocan, revela que em 2020 foram diagnosticados 495 mil novos casos de câncer de pâncreas em todo o mundo e 466 mil pessoas faleceram em decorrência da doença, fazendo com que seja a 7ª causa de mortalidade por câncer no planeta.
Uma das principais razões para o alto índice de mortalidade é o fato de que a maioria dos pacientes só tem acesso ao tratamento nos estágios mais avançados da doença. Nos estágios iniciais, o câncer de pâncreas apresenta sintomas pouco distintos, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Em termos de comparação, a taxa de sobrevida após cinco anos do diagnóstico é inferior a 5% nos casos avançados da doença. No entanto, com o diagnóstico precoce, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos (SEER), a taxa de sobrevida em cinco anos aumenta para 43,9%.
Diante disso, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) destaca a importância de estratégias para aprimorar o diagnóstico precoce e evitar que as pessoas procurem atendimento médico apenas nos estágios avançados da doença. A investigação estratégica é essencial para identificar o câncer de pâncreas antes que sintomas vagos, como dor abdominal, perda de peso e fadiga, se tornem mais evidentes.
Quanto ao tratamento, é necessário realizar uma análise criteriosa de vários fatores como o estágio da doença, a região onde está localizado o tumor, dados sobre a saúde geral do paciente além de fatores biológicos. A cirurgia é a opção mais comum, podendo envolver a remoção de parte do pâncreas, do duodeno, da vesícula biliar e até mesmo do estômago. Quanto mais cedo for descoberto, mais eficaz e segura será a cirurgia oncológica.
Além da cirurgia, outros tratamentos não cirúrgicos, como quimioterapia, radioterapia e imunoterapia, podem ser indicados caso a caso, contribuindo para aumentar a sobrevida dos pacientes.
Entre os principais fatores de risco para o câncer de pâncreas estão o histórico familiar, a idade avançada, o tabagismo e a obesidade. É importante que as pessoas que apresentam um ou mais desses fatores de risco e sintomas vagos e inespecíficos busquem avaliação médica.
É importante também observar a relação entre o câncer de pâncreas e o diabetes, pois pacientes que desenvolvem diabetes súbito em idades mais avançadas devem ser examinados para descartar ou confirmar a presença da neoplasia.
Além disso, médicos podem solicitar exames de triagem em possíveis pacientes com alto risco, como os que tem histórico familiar de câncer de pâncreas ou mesmo síndrome de pancreatite hereditária. Exames de imagem e testes de sangue para marcadores tumorais também podem ser incluídos para detectar a doença.
Com a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e a implementação de estratégias efetivas para detectar o câncer de pâncreas, espera-se que a taxa de sobrevivência possa ser significativamente melhorada em casos desta grave doença.