Novo estudo aponta que uso de anabolizantes aumenta risco de morte em quase três vezes
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Um estudo finalizado recentemente, acompanhou mais de mil homens usuários de esteroides anabolizantes e comparou com quase 60 mil homens não usuários ao longo de 11 anos.
O uso indiscriminado dessas substâncias sintéticas derivadas da testosterona é considerado um problema de saúde pública. Além de trazer riscos à saúde cardiovascular, o estudo revelou que o uso de anabolizantes aumenta em 2,8 vezes o risco de morte.
Durante o período de acompanhamento, 33 usuários de anabolizantes morreram, enquanto no grupo controle de não usuários foram registradas 578 mortes. Quando analisadas as mortes não naturais, como acidentes, crimes violentos e suicídios, a diferença foi ainda mais acentuada, apresentando uma taxa de mortalidade 3,64 vezes maior entre os usuários de esteroides.
Diante desses resultados preocupantes, especialistas alertam para a necessidade urgente de conscientização sobre os efeitos do uso de anabolizantes. Apesar das limitações do estudo, que não permite identificar as causas específicas das mortes e não ajustou para outras variáveis que podem influenciar a saúde dos participantes, os especialistas consideram os resultados significativos e reforçam as evidências de riscos à saúde advindos do uso de anabolizantes.
Para os pesquisadores, um estudo clínico randomizado, com uso de placebo, seria o desenho ideal para avaliar os efeitos dessas substâncias de forma mais precisa. No entanto, devido às altas doses utilizadas pelos usuários e às restrições éticas, esse tipo de estudo é inviável.
Além de orientar sobre as consequências do uso de anabolizantes, os especialistas ressaltam a importância de oferecer suporte aos indivíduos que decidem interromper o uso. A suspensão abrupta da substância pode causar sintomas de abstinência, como cansaço e fraqueza, e o organismo pode levar cerca de 52 meses para se normalizar.
É essencial fornecer alternativas aos indivíduos que utilizavam esteroides e decidiram parar, como um acompanhamento interdisciplinar e individualizado. O paciente pode ser orientado por um profissional de educação física para um treinamento adequado, além de receber uma nutrição adequada e suplementação, se necessário. Em alguns casos, um acompanhamento psiquiátrico e psicológico também pode ser necessário.
Apesar das mudanças positivas no nível de conscientização sobre o uso de anabolizantes desde a proibição no Brasil, os especialistas destacam que o problema ainda persiste e que os riscos superam os possíveis benefícios. Não há uma dose segura dessas substâncias, mesmo pequenas quantidades ou doses reduzidas podem trazer efeitos colaterais graves, alerta o especialista.