Quando o amor precisa falar mais alto: caminhos para fortalecer diálogo entre pais e filhos
Virgula
Para Núria Santos, mentora em inteligência emocional e especialista em relacionamentos familiares, o problema não nasce da tecnologia, mas do que fica sem nome entre pais e filhos. “O perigo nunca é a ferramenta. O perigo é o silêncio. Quando um jovem não encontra espaço seguro para expressar dor, ele procura qualquer outro lugar que o escute, mesmo que esse lugar seja nocivo”, afirma.
A especialista reforça que, diante das incertezas emocionais da nova geração, as famílias precisam aprender uma nova forma de conversar, mais empática, mais interessada e menos reativa. Não se trata de controlar o que os filhos consomem, mas de construir confiança para que eles se sintam seguros ao pedir ajuda quando algo vai mal. “A verdadeira proteção não está em vigiar. Está em vincular”, completa.
Três caminhos práticos para reaproximar pais e filhos, segundo Núria Santos:
1. Criar momentos de conexão sem telas
Pequenas rotinas, como jantar juntos, caminhar no quarteirão ou conversar antes de dormir, ajudam a reconstruir intimidade. “Quando o olho no olho volta, a confiança volta junto”, afirma Núria.
2. Validar sentimentos, mesmo quando não concorda
Se o filho diz que está triste, angustiado ou sobrecarregado, a primeira resposta não deve ser correção. “Diga: ‘Eu entendo que isso está difícil para você’. A validação abre portas que o julgamento fecha.”
3. Explicar que pedir ajuda é força — não fraqueza
Mostrar aos jovens que pedir apoio é natural (e não motivo de vergonha) reduz o isolamento emocional. “Famílias que normalizam pedir ajuda salvam vínculos, e salvam vidas”, destaca.
Ao final, Núria reforça que nenhuma família precisa ser perfeita para criar segurança emocional. Precisa, sim, ser presente, interessada e aberta ao diálogo. Porque, quando o amor fala mais alto, a escuta deixa de ser uma tarefa, e se torna cuidado.
Saiba mais no Instagram de Núria Santos.

