FAR: Changing Tides cativa e brilha como o seu antecessor
Tecmundo
Eu adoro jogos indies com premissas artísticas, que possuem uma trilha sonora suave e um visual diferentão. Foi assim com os jogos Limbo e Inside, que ajudaram os gamers a filosofar e pensar um pouco mais sobre a vida.
Em 2018, FAR: Lone Sails, chegou ao mercado com uma ideia parecida dos títulos citados. Mas com uma diferença: o personagem precisava de um veículo para se deslocar ao longo da aventura.
O trabalho feito pela suíça Okomotive foi perfeito. Depois de pouco mais de 2 horas, o enredo me cativou e serviu para que eu pensasse um pouco sobre minha vida até então. Como damos importância ao materialismo e esquecemos do simples.
Mesmo sem a necessidade de um novo game, a empresa lançou neste mês de março, FAR: Changing Tides, para Xbox Series X, Xbox, PlayStation 5, Nintendo Switch, Xbox One, PlayStation 4 e PC.
Escolha o enredo
Assim como no jogo anterior, você assume o papel de um personagem que precisa andar, praticamente sem lenço, sem documento, como já dizia a música de Caetano Veloso. O jogador assume o papel de comandante em uma embarcação à vela.
No game anterior, o personagem controlava um trem à vela, que precisava do vento ou de combustível para se mover ao longo do cenário. Agora, a colcha de retalhos é construída no mar.
No início da história, o título não diz absolutamente nada, assim como no jogo anterior. Você deve prosseguir na aventura, utilizando um bom gerenciamento dos itens adquiridos ao longo da aventura.
O gameplay funciona de forma parecida com o anterior. Ao conseguir objetos, eles são incinerados para gerar energia. Consequentemente, o combustível necessário para que o barco possa se locomover.
Só que o vento também estará presente. Em alguns momentos em que o jogador não tiver como utilizar o motor do navio, poderá tentar a sorte controlando as velas. Por mais que o jogador se preocupe em estocar objetos, fique tranquilo, que no final das contas tudo dá certo.
Os movimentos são precisos e todas as tarefas podem ser feitas com muita tranquilidade. Vale destacar que as partes do navio são interligadas, facilitando a movimentação dentro embarcação.
Arte de primeira
FAR: Changing Tides segue o visual artístico encontrado no primeiro jogo, mas com uma diferença. O novo título bebe menos de paletas escuras e resolve se aproximar um pouco mais do mundo real.
As cores foram muito bem utilizadas. Na primeira parte da aventura, o visual agrega junto de navios destruídos e maquinários submersos. Na segunda, o tom mais claro dita o ritmo do jogo, aproveitando o clima abaixo de zero.
Alguns elementos vivos também foram colocados ao longo do cenário. Eles aparecem com muita parcimônia, para justificar a solidão que o personagem vive. Existem aves, caravelas e alguns animais, que até demonstram que o local foi habitado recentemente.
Gameplay
Assim como no primeiro jogo, o personagem será responsável por fazer tudo o que ocorre dentro do navio. Tudo precisa ser feito de forma correta, para que ele não quebre. Ao longo da aventura, o jogador encontra algumas caixas que consertam os problemas encontrados no navio.
Ao longo da aventura, o jogador também achará itens interessantes, como baús, caixas de música e troféus. Eles poderão ser utilizados para gerar energia, ou então você pode guardá-los.
Em alguns momentos, você se apega a estes itens, mas entenderá rapidamente que o materialismo deve ser deixado de lado. Somente dessa forma será possível chegar ao destino final.
Além disso, o jogador deverá solucionar alguns quebra-cabeças ao longo da aventura. Geralmente eles aparecem quando o seu navio não consegue prosseguir no cenário.
Em nenhum momento o jogo é repetitivo, pois cada puzzle possui uma grande originalidade. É impressionante como a empresa conseguiu deixar o jogo suave e prazeroso ao longo de suas 3 horas.
Cheguei a encontrar alguns bugs que travavam a continuação da história, algo bem chato. Por sorte, o auto-save funcionou de forma correta e eu continuei a aventura sem muitos problemas
O jogo também possui uma excelente fluidez, sem problemas de desempenho. Vale destacar que eu joguei no PC. Alguns jogadores de Nintendo Switch reclamaram que alguns itens ficam borrados na tela, por serem pequenos demais.
Vale a pena?
FAR: Changing Tides é uma “continuação” à altura do seu antecessor, lançado em 2018. O jogo consegue cativar o jogador do início ao fim. Independentemente de ser um prosseguimento na aventura, você pode jogá-lo mesmo não tendo colocado as mãos em FAR: Long Sail.
Antes de adquirir o jogo é importante entender que ele não possui ação frenética ou um fator replay grande, devido a falta de itens colecionáveis. É um título feito para você se divertir e criar sua própria narrativa após o término da aventura.