Garden Story é uma aventura doce, mas que ainda precisa amadurecer
Tecmundo
Depois de enfrentar a correria e o estresse do dia a dia, nada melhor do que um jogo mais tranquilo para relaxar a mente e recarregar as energias. E com uma estética que lembra muito títulos como Stardew Valley e Harvest Moon, Garden Story promete ser uma excelente opção, com um mundo extremamente colorido e personagens muito fofinhos.
Mas será que este RPG realmente vale a pena? Bom, confiram nossa análise para descobrir!
Uma aventura frutástica
Trocadilhos ruins a parte, a trama do título pode ser simples, mas ainda contém uma mensagem importante sobre se reconectar com as pessoas ao seu redor.
O Groove, o mundo do jogo, já foi um local próspero e cheio de abundância. Contudo, algo mudou completamente, e suas quatro cidades inspiradas nas estações do ano – Spring Hamlet, Summer Bar, Autumn Town e Winter Glade – precisaram começar a lidar com monstros criados pelo temível Rot e foram se distanciando pelas situações que estavam enfrentando.
Cabe aos Guardiões, figuras escolhidas para manter a ordem, auxiliar a população a resolver questões locais e impedir que as criaturas monstruosas causem confusão. Porém, seus números foram declinando, e os poucos que restaram não são capazes de cuidar de todos os locais que precisam deles desesperadamente.
E é aí que começa a jornada da uvinha Concord, um dos habitantes mais jovens de Spring Hamlet, que após ser nomeado como guardião, precisa ajudar não somente seu lar, mas também os locais ao redor a voltarem a prosperidade e se reconectarem com seus vizinhos.
A uvinha aventureira acaba sendo um “pau para toda obra”, precisando utilizar seu tempo durante o dia para atender pedidos de consertar pontes (literal e metaforicamente), fornecer suprimentos, construir itens e, é lógico, derrotar inimigos – que se tornam mais numerosos e perigosos quando a noite cai.
E como não pode faltar em nenhum RPG, depois de cumprir um objetivo específico, as masmorras de cada área são liberadas para que o pequenino guardião explore e derrote o monstro chefe responsável por causar os piores “pepinos”.
Mesmo sem ser algo extremamente elaborado, a história não deixa de ser bonitinha e fácil de acompanhar, e é essa falta de complexidade que torna o jogo leve e uma boa forma de relaxar. As missões diárias de Concord são simples e permitem que as cidades a se tornem cada vez melhores, além de desbloquearem itens novos nas lojas.
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Dá para passar tranquilamente um bom tempo coletando recursos, aprimorando o conteúdo das bibliotecas para aprender como construir itens novos, derrotando as criaturas criadas pelo Rot e garantindo que o Groove volte ao seu antigo esplendor.
E se customização de personagem for a sua praia, Garden Story está repleto de chapéus e mochilas para deixar o protagonista ainda mais adorável durante a aventura, e o recurso de construção é uma ótima forma de dar seu toque pessoal para as áreas que estão sob os seus cuidados.
As armas certas para o serviço
Pode esquecer espadas longas, arcos, clavas e marretas. Aqui, os armamentos são ótimos para lidar com os inimigos e ajudar nos serviços gerais. O arsenal de Concord vai aumentando a cada cidade que ele passa, e inclui itens como picareta, martelo e até mesmo uma vara de pesca!
E como quase todos os personagens do mundo são frutas e legumes, a cura fica por conta do Dew (Orvalho), que pode mudar de composição dependendo do local e ainda oferecer outros bônus.
Tanto as armas como as poções podem ser aprimoradas nas lojinhas em troca de dinheiro e alguns itens específicos, mas o desenvolvimento do jovem guardião é o mais interessante.
Existem itens que melhoram os status de Concord, e podem ser encontrados no fim das masmorras e em alguns pontos do mapa. Porém, como o cerne do game é sobre conexões especiais, somos apresentados às memórias: um recurso que está ligado com a evolução pessoal do protagonista e seu envolvimento com outros guardiões.
Equipadas em slots – que são desbloqueados conforme a uvinha se aprimora – elas fornecem mais benefícios para o personagem e podem ser conseguidas através de conversas, realizar um determinado número de ações e encontrar túmulos de antigos protetores.
Uma boa forma de lembrar que nosso passado, crescimento e as pessoas que nos cercam são de extrema importância para nossa evolução.
Nem tudo são flores (ou frutas, no caso)
Mesmo com todos seus pontos divertidos e fofos, Garden Story não deixa de ter seus problemas. A barra de estamina de Concord acaba atrapalhando o combate, que já não é o mais fluido de todos.
O protagonista roxinho só é capaz de realizar um pequeno número de golpes antes de ser necessário se afastar e esperar a barra encher novamente, e ainda assim pode ser que nem acerte a maioria deles, tornando as batalhas mais longas sem a menor necessidade.
Os inimigos também deixam de ser desafiantes conforme o jogo progride, pois conforme a vida vai aumentando, as armas são aprimoradas e levando muito orvalho, eles já não oferecem muita resistência e se tornam até levemente irritantes.
Além disso, as missões diárias não são muito variadas, e em certo ponto, começam a ficar cansativas. É claro que depois de avançar o bastante, é possível ignorá-las e passar direto para as dungeons, porém pode esperar ficar de consciência pesada, pois cada tarefa não concluída traz uma mensagem das coisas ruins que aconteceram na cidade pela sua “incapacidade de terminar seu serviço”.
Ou seja, mesmo sendo uma aventura simples para relaxar, é preciso dar uma pausa de vez em quando, ou pode acabar "roxo de raiva".
Vale a pena?
O título é simples, divertido e relativamente curto. Os designs e as cores das cidades e masmorras são muito bonitos, e ainda temos um protagonista extremamente adorável e uma história muito fofinha.
Apesar dos problemas mencionados acima, ainda é uma ótima forma de desligar a mente por algumas horas e apreciar os esforços de Concord em sua jornada como um jovem guardião, aprimorando seu mundo e fazendo novas amizades pelo caminho.