Humankind traz fortes elementos da cultura brasileira
Tecmundo
A chegada de Humankind ao PC não é apenas uma boa oportunidade de celebrar o cativante gênero 4X, mas também uma ocasião legal para aprender um pouco mais sobre a cultura do Brasil, uma das dezenas de civilizações que ajudam a contar a história da humanidade no novo game da Amplitude.
A convite de sua assessoria de imprensa nacional, tivemos o prazer de mandar algumas perguntas para William Dyce, o designer-chefe do game, e para Benoit Humbert, historiador que ajudou a garantir maior fidelidade e correção histórica ao longo do gameplay. Saiba tudo sobre a presença do Brasil no jogo!
Na jornada entre a Era Neolítica e a Idade Contemporânea, vocês mencionaram que a Cultura do Brasil poderá ser explorada pelos jogadores. De qual período exatamente estamos falando? Qual época do Brasil foi retratada no jogo? Ele é focado na cultura de alguma região específica?
William Dyce: “O Brasil está disponível como cultura na Era VI, a Era Contemporânea.”
Até o Cristo Redentor do Rio de Janeiro aparece em Humankind.
Benoit Humbert: “Escolhemos retratar o Brasil contemporâneo, abrangendo muitos aspectos diferentes de sua história moderna. Esta escolha também foi para nós um exemplo perfeito do que é o jogo: a mistura de culturas e heranças. É por isso que não nos concentramos em uma região específica, mas queríamos mostrar o Brasil como um todo, feito de tantos componentes diferentes.
Também tentamos fugir do clichê tradicional da cultura brasileira nos video games, focando desta vez na riqueza de suas paisagens, de seu lado rural, além de lembrar as pessoas pelo nome de seu característico legado de “Pulmões do Mundo”, de que a floresta amazônica cobre grande parte do território brasileiro. Por isso também escolhemos uma ilustração principal que lembra o Vale do Café, bem como o fato do Brasil ser o maior produtor de café do mundo. Além disso, foi uma boa forma de misturar diferentes paisagens de fundo com infraestruturas modernas e algumas mais tradicionais herdadas do período colonial.”
Como foi o trabalho de pesquisa para trazer a cultura brasileira a Humankind? Vocês chegaram a conversar com historiadores locais? Visitaram o país pessoalmente para mergulhar na sua cultura e costumes? Como foi a abordagem ao longo do desenvolvimento?
Benoit Humbert: “Não tivemos a chance de visitar o país para o propósito do jogo, mas tentamos ao máximo nos imergir em alguns aspectos da cultura e do modo de vida brasileiros, perguntando aos amigos brasileiros, assistindo documentários, filmes e lendo diferentes tipos de livros, desde estudos históricos sobre os diferentes regimes, sobre agricultura e indústria, até outros mais turísticos. Também procuramos estudar como o Brasil se apresentava em vários jogos eletrônicos para propor uma abordagem diferente.”
As forças armadas do Brasil atacam como as Brigadas de Infantaria de Selva.
Qual aspecto da cultura brasileira que vocês adicionaram ao game vocês acham que os brasileiros mais vão gostar de ver retratada por lá?
William Dyce: “Muitos países têm Forças Especiais com tradições históricas, mas não podíamos inserir todas elas. Não teria sido muito interessante proporcionar todos os comandos como unidade emblemática para cada cultura, então tivemos que escolher apenas um. No final, para o Brasil, optamos pelas Brigadas de Infantaria de Selva.
Quando chegar a hora de sua civilização treinar para operações na selva, muitas das forças especiais do mundo o farão com o exército brasileiro em seu Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS). As Brigadas de Infantaria de Selva do Brasil têm uma grande experiência no combate a guerrilhas e traficantes de drogas nas áreas mais inóspitas da floresta tropical brasileira.”
A agricultura é um dos pontos mais fortes da civilização brasileira.
Benoit Humbert: “Depois que a ficha da cultura brasileira foi lançada, recebemos muitos feedbacks positivos sobre a maneira como retratamos a cultura brasileira contemporânea, evitando aqueles clichês dos quais eu estava falando, mas também porque optamos por representar o país por meio do laboratório de agronomia — inspirado na Embrapa —, de como o Brasil investe na agronomia.
E finalmente, com seu característico legado chamado Pulmões do Planeta, assim como sua unidade, as Brigadas de Selva, queríamos fazer uma referência direta à Floresta Amazônica, e ao fato de o Brasil ter as unidades de selva mais habilidosas do mundo moderno.”
