Logan Paul gasta US$ 3,5 milhões em possíveis cartas falsas de Pokémon
Tecmundo
Depois de ser atacado pela internet por fazer uma mesa de resina usando Game Boys, o digital influencer Logan Paul voltou a ser alvo dos noticiários. Desta vez, ele gastou US$ 3,5 milhões (quase R$ 20 milhões, na cotação atual) em cartas de Pokémon – e detalhe, elas podem ser falsas.
O ex-youtuber contou, em dezembro, ter adquirido uma caixa da 1ª edição de Pokémon Trading Card. O valor de US$ 3,5 milhões foi considerado, inclusive, o maior da história envolvendo os boosters do jogo de cartas.
A possibilidade de Paul ter caído em uma “cilada” foi levantada primeiro pelo canal do YouTube Rattle Pokémon. Os produtores de conteúdo fizeram um dossiê completo analisando a trajetória dos itens comprados e quanto eles poderiam valer (já que se trata teoricamente de itens raríssimos).
Depois do vídeo, os editores do site Pokébeach aumentaram a análise e fizeram uma grande publicação sobre o tema. Confira, a seguir, um pouco do histórico do assunto.
A investigação
A caixa de cartas comprada por Logan Paul já era conhecida antes mesmo de chegar até às mãos do influenciador. Os itens surgiram lá em março de 2021 no eBay canadense, quando um usuário colocou as supostas cartas raras à venda em um leilão. A história era bastante esquisita, já que o dono contou várias versões sobre a origem dos produtos e pedia “somente” US$ 72 mil.
Tanto o Pokébeach quanto o Rattle Pokémon explicam que nestes casos, a ação mais comum é que os donos dos produtos raros os levem até uma casa de leilão e principalmente uma empresa de certificação. Como itens assim são extremamente exclusivos, eles precisam passar por uma verificação de autenticidade.
O canadense dono das cartas acabou conseguindo vender as peças para uma pessoa que disse ter autenticado a compra através da empresa Baseball Card Exchange. Apesar do know-how com cartas esportivas, a companhia chama a atenção por ser completamente desconhecida entre os fãs de Pokémon.
Chegando até Logan Paul
Depois da primeira venda das cartas, elas foram repassadas para um segundo colecionador pela “bagatela” de US$ 2,7 milhões. Foi este homem que negociou os produtos com Logan Paul pelo valor de US$ 3,5 milhões.
Nas mãos do influenciador foi possível notar várias incongruências. Uma delas é que o código “WOC060331E”, que está na etiqueta da caixa, parece não corresponder aos códigos das primeiras edições das cartas de Pokémon. Isso sugere que as etiquetas são falsas e foram impressas por alguém que não sabia desse detalhe.
Além dos problemas com as etiquetas e códigos de barra, o dossie dos especialistas aponta que o dono da Baseball Card Exchange, que fez a autenticação, simplesmente não sabia que as primeiras cartas de Pokémon tinham um filme plástico ao redor delas, por exemplo. Em um troca de e-mails que se tornou pública, o dono da companhia reconheceu que não sabe nada sobre Pokémon, na verdade.
Até mesmo a disposição do lacre de segurança da caixa de Logan Paul foi questionado, já que a empresa transportadora costuma colocar o lacre de maneira diferente
Com todos esses indícios e outros ainda mais específicos, a conclusão dos especialistas é que muito provavelmente as cartas de Logan Paul não são originais.
E agora?
Ao ficar sabendo de toda a dúvida em relação à autenticidade das cartas, o próprio Logan Paul anunciou ontem (05) que estava indo para Chicago. Ele se encontrará com a Baseball Card Exchange para conversar sobre o processo de autenticação – que provavelmente falhou de maneira épica, já que o autenticador ao menos entende sobre monstrinhos de bolso.
Logan Paul é até um fã assíduo de Pokémon. Em uma luta realizada no ano passado contra Floyd Mayweather, o influencer chegou a entrar na arena com uma carta rara do Charizard no pescoço. Apesar de curtir a franquia, aparentemente Paul não entende muito de como funciona o colecionismo, certificação, autenticidade e nem mesmo que este mercado tem sofrido há anos com cartas falsas.