Lost in Random é como um conto infantil dark cheio de aleatoriedade
Tecmundo
O selo EA Originals já viabilizou diversos games divertidos e bem diferentes, como It Takes Two, Unravel e Fe. Esse último foi feito pela Zoik, desenvolvedora sueca que está por trás de Lost in Random, jogo que leva a palavra "aleatório" bem a sério. Pudemos conversar com os responsáveis pelo título e jogar suas primeiras horas e aqui estão nossas impressões iniciais dele.
Um conto infantil de Tim Burton?
A trama de Lost in Random tem um gostinho de conto infantil dark, numa pegada meio O Estranho Mundo de Jack ou mesmo de Coraline. Acompanhamos a jovem Even, junto de seu companheiro cúbico Dicey, que deverá viajar por todos os seis reinos para salvar sua irmã Odd que foi levada pela Rainha para viver com ela em Sixtopia.
Se você entende a língua inglesa, percebeu que o nome da protagonista e de sua irmã são respectivamente Par e Ímpar em português. Esse é só um dos muitos trocadilhos em nomes que o jogo apresenta relacionados a números e sorte, pois nesse universo "o Aleatório é justo, o Aleatório prevalece e o Aleatório governo".
Even não pode fazer nada quando sua irmã foi levada pela Rainha.
Durante as quase 4 horas de gameplay que pude jogar, visitei a decadente Onecraft e a bipolar Two-Town, os dois primeiros reinos que apresentam diversas diferenças estéticas e culturais. Isso me fez entrar naquele mundo de cabeça e apreciar cada detalhe e diálogo com bastante atenção.
Na parte dos diálogos, eles pecam por não apresentarem sincronia labial por parte dos NPCs e por serem relativamente longos, mas impressiona pelo trabalho de voz espetacular e por inteirar o jogador ainda mais nesse universo. É uma pena que a transição brusca entre eles e a jogatina, contando até com uma leve tele preta entre as duas, acabe atrapalhando um pouco a imersão.
O jogador pode escolher o que falar para os personagens que encontra em sua jornada.
Porradaria a base de dados e cartas
Não se deixe enganar pelo subtítulo acima: o combate é feito por meio de espadas, arcos, estilingues e até bombas, mas tudo gira em torno de um dado e um deck de cartas.
Como comentado anteriormente, Even está acompanhada do pequeno Dicey, um cubo que fala uma língua totalmente bizarra mas que todos naquele mundo aparentemente entendem. Além de ser seu fiel escudeiro, ele é utilizado para gerar mana durante os confrontos.
Hordas de inimigos caçarão Even, que só poderá fazer duas coisas: correr e bater.
Ao encontrar um inimigo, sua única arma é um estilingue que, por não dar dano, deve ser utilizado para quebrar os cristais azuis que crescem no corpo dos inimigos. Ao recolhê-los, uma barra lateral cresce e puxa cartas do baralho de Even. Cada uma tem um custo, uma habilidade e um tipo, como dano, defesa e trapaça. Para usá-la, é necessário jogar Dicey e torcer para que caia em um número bom que permita você aplicar a melhor estratégia possível naquele momento.
Como disse Klaus Lyngeled, chefe de desenvolvimento do game, o jogador precisará aceitar o resultado, adicionando uma profundidade estratégica nessas batalhas. E vale ressaltar que os itens possuem durabilidade, o que obrigado o jogador a puxar novas cartas constantemente.
E o título possui uma mecânica de criação de decks já que novas cartas podem ser compradas com Mannie Dex (sim, mais um trocadilho). Assim, cada jogador pode montar a melhor combinação para seu estilo de jogo.
Há uma variedade bem grande de cartas para serem compradas.
Where is the portuguese?
Até o momento, não sabemos se Lost in Random contará com localização em português. No menu, pude contar aproximadamente 6 línguas, como alemão, italiano, espanhol, chinês e inglês. Isso me atrapalhou em uma missão e acredito que outros poderão ter esse problema se o título não tiver legenda no nosso querido idioma.
Em um determinado momento, em Two-Town, tive que pedir um favor a um personagem que adorava rimar, mas não tinha aptidão para tal atividade. Ele então pede para ajudá-lo em criar um poema para sua "segunda lua", sendo necessário completar a frase com uma palavra que ele pedia, que rimasse com o resto. Como haviam diversas palavras que eu nunca tinha visto na minha vida, tive que ir chutando e recomeçando após cada erro, o que gerou um pouco de frustração em mim.
Palavras parecidas, sonoridades parecidas mas significados diferentes.
Acredito que isso não estará em outros momentos do título, mas é um pouco incomodo principalmente considerando que o Brasil é um dos maiores mercados de videogames do mundo. A EA tem um ótimo histórico em relação a localizar jogos para nosso país, mas essa informação não constar nem mesmo na página da Steam do jogo incomoda bastante.
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Lost in Random será lançado dia 10 de setembro para PS4, Xbox One, PC e Switch, além de estar disponível para PS5 e Xbox Series X/S por meio de retrocompatibilidade.