Não existe “cérebro de homem” e “cérebro de mulher”, diz estudo
Manual Do Homem Moderno
Se você é daquelas pessoas que acham que o cérebro do homem e o cérebro da mulher são diferentes e que isso justifica nossos comportamentos, temos uma má notícia: você está errado. Não há características cerebrais universais que difiram entre os sexos e justifiquem um homem ser menos capaz de algo ou uma mulher sentir mais intensamente tal coisa.Estar acima do peso pode fazer seu cérebro envelhecer até 10 anosComo melhorar sua memória sem se esforçar para issoQuem afirma isso é Lise Eliot, uma neurocientista da Universidade de Rosalind Franklin e principal autora de um estudo recentemente publicado sobre o assunto. “O cérebro é como outros órgãos, como o coração e os rins, que são semelhantes o suficiente para serem transplantados entre mulheres e homens com bastante sucesso”, explica Eliot em um comunicado oficial.A investigação é extensa e analisou centenas de outros estudos feitos com base em ressonância magnética e autópsias ao longo de três décadas. A conclusão foi a de que os cérebros dos homens são 11% maiores, em média, e que isso é proporcional ao tamanho do corpo. Mas a diferença de sexo ou gênero no cérebro não é suficiente para estabelecer um parâmetro comparativo. “Os cérebros de homens e mulheres diferem ligeiramente, mas a principal descoberta é que essas diferenças são devidas ao tamanho cerebral, não ao sexo ou ao gênero”, diz o estudo.Embora a equipe da Dra. Eliot não tenha sido a primeira a concluir que homens e mulheres têm o mesmo cérebro, esse estudo da Universidade de Rosalind Franklin é o maior e mais amplo feito até agora.Diferenças de comportamento: papo furado“As diferenças sexuais no cérebro são minúsculas e inconsistentes”, aponta Eliot. “E nenhuma dessas diferenças relacionadas ao tamanho pode explicar as diferenças comportamentais entre homens e mulheres, como empatia ou habilidades espaciais”, afirma.Para chegar nisso, os cientistas revisaram 13 supostas diferenças anatômicas entre os cérebros masculino e feminino defendidas ao longo dos anos, rastreando as medidas de cada uma em centenas de estudos. Eles encontraram grandes diferenças entre essas medidas de estudo para estudo – concluindo que os argumentos que defendem supostas diferenças são, quando vistos em contexto mais amplo, imprecisos.Eles também refutam a crença de longa data de que os hemisférios cerebrais das mulheres são de alguma forma melhor conectados do que os homens – o levaria a uma comunicação cerebral esquerda/direita mais forte e sincronizada entre funções distintas. Isto é falso.“A quantidade de características que de fato diferem é bem pequena”, diz Eliot. “Pensar em diferenças cerebrais de gênero pode parecer divertido e interessante, mas essa falsa impressão de que existe um ‘cérebro de homem’ e um ‘cérebro de mulher’ teve um enorme impacto sobre como tratamos e criamos meninos e meninas, homens e mulheres”, conclui Eliot.