Ansiedade e estresse podem elevar nível do colesterol?
Tecmundo
*Este texto foi escrito com base em informações de agências e autoridades sanitárias, hospitais e especialistas em saúde. Se você ou alguém que você conhece possui algum dos sintomas descritos aqui, nossa sugestão é que um médico seja procurado o quanto antes.
Com a profusão de notícias, tarefas e dispositivos disputando nossa atenção, é comum as pessoas se sentirem cada vez mais ansiosas e estressadas atualmente. Devido às novas formas de trabalho, tem se falado sobre a importância da nossa saúde mental como forma de combater o surgimento de complicações ainda maiores.
Mas esses dois sintomas do mundo moderno também podem causar alterações fisiológicas importantes. O aumento dos níveis de colesterol é um deles. Entenda a relação entre esses problemas e saiba como se prevenir.
O estresse é um fator de risco para o colesterol alto (Fonte: Shutterstock)
O colesterol é um lipídio produzido pelo nosso corpo. Ele também pode estar presente em alguns alimentos, mas sua concentração costuma ser tão baixa que não chega a ser preocupante.
Entretanto, existem outros nutrientes na comida que podem influenciar os níveis de colesterol: as gorduras. Tanto as gorduras trans quanto as saturadas influenciam diretamente o nosso metabolismo e a produção desse lipídio.
Se a concentração dele chega a valores muito altos, as chances de a pessoa sofrer de ataques cardíacos e derrames aumenta também. E é aí que está a maior preocupação de médicos que buscam manter seus níveis regulados.
O colesterol alto aumenta o risco de ataque cardíaco (Fonte: Shutterstock)
Acontece que existem fatores de risco que contribuem para esse desequilíbrio. Histórico familiar, obesidade, diabetes e tabagismo são alguns deles. E também os hábitos de vida, que podem ter grande impacto sobre nossa saúde.
Estresse e colesterol
Existem muitos estudos científicos que tentam descobrir as relações entre esses dois problemas: estresse e colesterol. Os pesquisadores desconfiam, em primeiro lugar, que um possa acarretar no outro indiretamente.
Uma pesquisa mostrou, por exemplo, que uma pessoa estressada pode desenvolver hábitos alimentares menos saudáveis. Isso, por consequência, pode levar à obesidade e diabetes, fatores de risco bem conhecidos do colesterol alto.
Mas a ligação pode ser mais íntima também. Outro trabalho científico com mais de 90 mil participantes concluiu que trabalhadores irritados liberam maiores concentrações de cortisol, um hormônio, e adrenalina, um neurotransmissor.
O estresse do dia a dia pode prejudicar nossos hábitos alimentares, e com isso favorecem o colesterol alto (Fonte: Shutterstock)
Essas substâncias podem estar por trás de um mecanismo metabólico responsável pela produção do colesterol. Isso, segundo os autores do trabalho, faz parte do mecanismo de "luta e fuga", um conjunto de reações naturais do corpo em situações de perigo.
Dentre os diferentes tipos de estresse, o crônico é aquele que mais apresenta risco. Casos de período curto são menos danosos à saúde, mas também vale a pena evitá-los. O mesmo vale para a ansiedade.
Prevenção
Não há escapatória, para lidar com o problema o ideal é cortar o mal pela raiz. Prevenir as causas do estresse e da ansiedade são a melhor maneira de garantir que não sejam desencadeados os mecanismos que levam ao colesterol alto.
Lidar com o problema, entretanto, é difícil. Por isso o ideal é buscar ajuda profissional de um psicólogo que possa orientar o paciente e acompanhá-lo durante o processo de mudança de hábitos.
Praticar atividades físicas é um dos métodos de tratamento mais recomendados para quem sofre cotidianamente de irritação no trabalho. Depois de fazermos exercícios o corpo passa a liberar uma série de substâncias químicas capazes de nos acalmar. E de quebra, ajuda a regular o colesterol.
Outra maneira de melhorar significativamente a qualidade de vida é através da alimentação saudável. Uma dieta variada e rica em vitaminas pode ter efeitos benéficos sobre o estresse, já que a falta de nutrientes pode afetar nosso humor.
Também é preciso ficar de olho nas calorias. Mas erra quem pensa que quanto menos, melhor. Pelo contrário, dietas drásticas e com ingestão calórica pequena podem favorecer não só nossa pré-disposição cotidiana como também a produção do cortisol - que aumenta o colesterol.
Por fim, em alguns casos, pacientes precisam também de medicação específica para poder enfrentar com mais tranquilidade os desafios do dia a dia. Mas tais remédios só devem ser tomados com prescrição médica.
Há correlações entre ansiedade e colesterol alto que são conhecidas por pesquisadores e especialistas. Apesar disso, ainda existem muitos fatores que precisam ser descobertos e esclarecidos.
O mais provável é que o estresse ajude na liberação de substâncias que estimulam a produção dos lipídios no nosso corpo. Além disso, a falta de hábitos saudáveis é um fator de risco em comum para ambos os problemas.
De qualquer forma, quem quer evitar problemas como infartos e derrames precisa manter um olho aberto para o estilo de vida que leva. A prática de atividade física e a alimentação equilibrada são o básico para reduzir os riscos e garantir uma vida mais tranquila.