Esquizofrenia: estudo identifica genes relacionados à doença
Tecmundo
Através do mapeamento do genoma de 76.755 pessoas com esquizofrenia, os cientistas localizaram similaridades em 287 regiões do DNA. Nessas regiões, foram identificados 120 genes que parecem estar intimamente ligados à expressão do transtorno nesses indivíduos.
A esquizofrenia é um distúrbio psiquiátrico caracterizado por problemas de distinção entre a ficção e realidade, e pode estar associada a alucinações auditivas e visuais, disfunções emocionais entre outras características, e causam uma queda significativa na qualidade de vida se não houver tratamento médico.
Além de fatores genéticos, fatores ambientais e outros fatores biológicos, como mutações, podem estar relacionados ao desenvolvimento da patologia.
Esquizofrenia é um distúrbio mental relacionado à dissociação de pensamento.
A fim de elucidar as causas e os mecanismos da esquizofrenia, o estudo liderado pela Universidade de Cardiff, no País de Gales, através do Consórcio de Genômica Psiquiátrica, mapeou o genoma de mais de 300 mil participantes. A pesquisa contou com a participação de 45 países, incluindo o Brasil, que participou com pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e da Santa Casa de São Paulo.
Dentro deste grupo de pessoas, 76.755 são esquizofrênicas, e as demais 243.649 não possuem o transtorno, e participaram como grupo de controle. Além de ser um estudo internacional, e o maior até o momento, a pesquisa incluiu pessoas de populações africanas e origem latina. Demais pesquisas feitas na área, tendiam a analisar apenas pessoas de ancestralidade europeia.
O estudo mostrou que esses genes relacionados a esquizofrenia se expressam apenas nos neurônios, e que são múltiplas as regiões afetadas no cérebro, o que explicaria a dissociação de pensamento, delírios e demais sinais e sintomas do transtorno.
Análises anteriores já haviam demonstrado que a esquizofrenia possuía uma base genética passível de hereditariedade, no entanto, devido à falta de recursos tecnológicos, não era possível, até então, identificar quais genes e em quais regiões eles se expressavam. Graças ao avanço da tecnologia foi possível atribuir a origem da doença a tipos de gene variante, chamado SNVs (Single Nucleotide Variants).
Apesar do sucesso em conseguir identificar e associar os genes que causam a esquizofrenia, os pesquisadores afirmam que esse é apenas o início. Novos estudos devem ser realizados para que as bases da doença sejam completamente elucidadas, e para que tratamentos mais avançados sejam desenvolvidos.