Variante do coronavírus detectada na África do Sul assusta cientistas e OMS
Tecmundo
Recentemente, uma pesquisa revelou que a vacinação trouxe mais segurança à população, mas parece que a pandemia ainda está longe de acabar. Nesta última quinta-feira (25), cientistas detectaram uma nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 na África do Sul, nomeada de B.1.1.529.
O Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul afirmou que foram confirmados rapidamente 22 casos positivos — novos casos continuam sendo confirmados conforme saem os resultados das pessoas testadas. A variante também foi encontrada em Botswana, e em Hong Kong com um viajante sul-africano.
Um dos grandes perigos da nova cepa são as suas mutações, já que ela pode mudar, se tornar mais transmissível e até escapar da resposta imunológica do corpo humano. Até o momento, os cientistas já observaram 32 mutações da proteína spike, estrutura em forma de espinhos que reveste o vírus e o ajuda a infectar uma pessoa saudável.
Até o momento, foram registrados quase 3 milhões de casos e 89 mil mortes causadas pela doença
“Embora os dados sejam limitados, nossos especialistas estão trabalhando horas extras com todos os sistemas de vigilância estabelecidos para entender a nova variante e quais podem ser as implicações potenciais”, disse o diretor-executivo do NICD, Adrian Puren.
Situação grave alertou a OMS
Após a revelação dos cientistas, o governo da África do Sul solicitou uma reunião urgente com a Organização Mundial de Saúde (OMS) para discutir sobre a evolução da variante e sobre como prevenir novos infectados. Até o momento, menos de 30% da população sul-africana completou as duas doses e isso pode ser uma preocupação para a OMS, já que há mais possibilidades da cepa se espalhar entre os milhares de não vacinados.
Inclusive, após a revelação da nova descoberta, o governo do Reino Unido colocou a África do Sul, Namíbia, Lesoto, Botsuana, Eswatini e Zimbábue na lista de restrições de viagem por conta da pandemia — valendo já a partir desta sexta (26). Ou seja, voos comerciais saindo do Reino Unidos aos países citados estarão proibidos e sem previsão de volta.
“Nós sabemos que B.1.1.529 tem muito mais mutações do que outras variantes e tem mutações vistas em outras variantes que estão associadas a maior transmissibilidade e escape imunológico. É o número e o tipo de mutações que estão preocupando os virologistas e imunologistas”, disse a professora Christina Pagel.
Infelizmente, até o momento, os cientistas não sabem se a variante é capaz de burlar as proteções dos ciclos completos de imunização.