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A Plague Tale: Requiem traz bom combate, mas peca no ritmo de jogo
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A Plague Tale: Requiem traz bom combate, mas peca no ritmo de jogo

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Tecmundo
17/10/2022 18h00
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É sempre bom aprender com o tempo. Esta não é apenas uma filosofia humana, mas também uma lição para qualquer empresa. E foi exatamente isto que ocorreu com a Focus Home Interactive.

A empresa francesa de games, responsável pelas séries Trackmania Wargame, ganhou notoriedade com A Plague Tale: Innocence. O game, que se destacou pelo elemento de furtividade (além de gráficos belíssimos), ensinou a produtora a acertar em cheio no segundo título.

São vários detalhes que chamam a minha atenção, entre eles, a mecânica de jogo, o fator replay e a beleza do game. Mas será que eles foram bem inseridos?

Plague Tale: Innocence ficou marcado pela sua jogabilidade focada em resolver quebra-cabeças e passear por cenários maravilhosos por meio da furtividade. No game, a atiradeira utilizada por Amicia era basicamente para resolver ações furtivas e isso causou uma mesmice no jogo, que importunou muitos jogadores.

Aprendendo com o tempo

Quatro anos depois, A Plague Tale: Requiem chegou para encantar os jogadores e mostrar que é possível fazer uma sequência com qualidade. Mas antes de falarmos sobre as novidades, é importante situar o jogador no tempo.

Requiem segue sendo um jogo de ação em terceira pessoa, com ingredientes sombrios e aterrorizantes na medida certa. Em alguns momentos, é possível se sentir em um game de mundo aberto, mas não se engane.

A aventura ocorre 6 meses após os acontecimentos do primeiro título, na França Medieval do século 14. Nele, a família de Amicia viaja para o sul, que ainda não foi destruído pela peste negra.

Amicia fará de tudo para curar seu irmão, Hugo, que vive com uma misteriosa doença sanguínea. Mas para isso, ela terá que controlar um trauma, o de matar inimigos – e também lidar com o alquimista Vaudin.

Para que todo o desenrolar da história acontecesse de forma harmoniosa, era importante que novos elementos entrassem em jogo. Só que o caminhão de inserções pode ter custado caro.

Independentemente disso, temos que destacar o talento do Asobo Studio, que colocou ingredientes para a aventura ganhar brilho, vida e inconsistência. Mas como assim, inconsistência? Bom, primeiro vamos falar dessas novidades.

Em um jogo movido pela furtividade, colocar elementos de ação pode ser perigoso. Poucos títulos na história conseguiram fazer isso com tanto brilho, como a franquia Deus Ex. Agora, em Requiem, além de se esgueirar pelos arbustos, o jogador pode atordoar e enforcar inimigos. Aliás, prepare-se para utilizar a famosa besta para destruir os inquisidores franceses.

Livre e solto

Um dos grandes problemas encontrados na edição anterior era a jogabilidade. E ela interferia diretamente no gameplay do jogo. Os comandos eram difíceis de serem executados, o que atrapalhava demais nas ações de stealth, responsáveis por grande parte da aventura.

Em Requiem, a movimentação está mais polida, deixando o game mais realista e jogável. E este ingrediente ajudou a potencializar o combate, inserido de vez no game.

Como disse anteriormente, Amicia poderá utilizar diversos itens para derrotar os inimigos. Além da besta e da atiradeira, será possível criar alquimia para destruir quem passar pela sua frente.

O Ignifer, já utilizado no game anterior, servirá para acender brasas e superfícies inflamáveis. O Tar, que é o alcatrão, torna os locais inflamáveis, que podem ser excelentes contra adversários com tochas.

E não pense que parou por aí. O jogador poderá utilizar o Odoris para combater os ratos, ajudando em suas fugas, e o Exstinguis, que acaba com incêndios e cega inimigos por um tempo.

Um detalhe importante é que você poderá determinar o futuro do seu jogo. Caso opte pela furtividade, o jogador vai desbloquear habilidades que desenvolverão esta experiência de jogo. Caso opte pelo combate, o jogador terá um crescimento progressivo em habilidades de luta e uma abordagem mais letal.

Trabalho de primeira qualidade

Desde o primeiro jogo, a beleza gráfica já chamava a atenção dos jogadores. Quando joguei A Plague Tale: Innocence, me encantei com o apresentado, principalmente com certos elementos como o brilho e o fogo. A otimização sempre teve muita qualidade, independentemente de ser jogado em 1080p ou 4k.

Em Requiem, eles conseguiram aumentar o nível de qualidade das imagens, sem deixar de lado as cores, que foram pouco utilizadas no primeiro título.

Cada pixel está em seu lugar e a beleza do cenário chega a ser estonteante. Vale destacar também o sonho de Hugo, que apresenta uma ilha bucólica, com grandes elementos artísticos.

O jogador também está inserido em momentos sombrios, com cores mais escuras e tudo aquilo que pode aterrorizar os jogadores mais emotivos.

Ah, o jogo também ganhou em cores, principalmente ao conhecer a nova casa da família de Amicia. Ela se localiza no sul da França e, ao chegar, é possível ver a beleza e o encantamento do lugar.

Era necessário tudo isso?

Com a inserção de diversos itens e possibilidades na jogabilidade, a pergunta que fica é se era necessário incrementá-lo dessa forma.

Eu acredito que sim, mas isso não é o suficiente para tornar a aventura desafiadora. Digo isto, porque grande parte do jogo poderia ser melhorado, principalmente os inimigos.

Eles são simples e com pouca diversidade. Com o passar do tempo fica muito fácil derrotá-los. Vale destacar também que a inteligência artificial deles é baixa, o que torna a aventura sem brilho.

Para se ter uma ideia, os ratos são mais espertos do que os seres humanos presentes no jogo. Tem algo errado por aqui, certo?

Vale a pena?

Requiem é uma sequência digna para a série A Plague Tale. Trouxe gráficos melhores, o que já é um grande convite para conhecê-lo. A imersão segue sensacional, com som ambiente e música de primeira qualidade.

Incrementou o sistema de furtividade e trouxe um combate, que pode significar o futuro da aventura e o de Amicia.

Mas tudo tem um problema. Nos momentos em que você quer desenvolver a aventura precisa construir itens de alquimia para resolver puzzles. E infelizmente eles travam o desenrolar da história.

Provavelmente seria resolvido com um enredo mais pontual e, principalmente, com um game design que tornasse a aventura mais fluída.

É sempre bom aprender com o tempo. Esta não é apenas uma filosofia humana, mas também uma lição para qualquer empresa. E foi exatamente isto que ocorreu com a Focus Home Interactive.

A empresa francesa de games, responsável pelas séries Trackmania Wargame, ganhou notoriedade com A Plague Tale: Innocence. O game, que se destacou pelo elemento de furtividade (além de gráficos belíssimos), ensinou a produtora a acertar em cheio no segundo título.

São vários detalhes que chamam a minha atenção, entre eles, a mecânica de jogo, o fator replay e a beleza do game. Mas será que eles foram bem inseridos?

Plague Tale: Innocence ficou marcado pela sua jogabilidade focada em resolver quebra-cabeças e passear por cenários maravilhosos por meio da furtividade. No game, a atiradeira utilizada por Amicia era basicamente para resolver ações furtivas e isso causou uma mesmice no jogo, que importunou muitos jogadores.

Aprendendo com o tempo

Quatro anos depois, A Plague Tale: Requiem chegou para encantar os jogadores e mostrar que é possível fazer uma sequência com qualidade. Mas antes de falarmos sobre as novidades, é importante situar o jogador no tempo.

Requiem segue sendo um jogo de ação em terceira pessoa, com ingredientes sombrios e aterrorizantes na medida certa. Em alguns momentos, é possível se sentir em um game de mundo aberto, mas não se engane.

A aventura ocorre 6 meses após os acontecimentos do primeiro título, na França Medieval do século 14. Nele, a família de Amicia viaja para o sul, que ainda não foi destruído pela peste negra.

Amicia fará de tudo para curar seu irmão, Hugo, que vive com uma misteriosa doença sanguínea. Mas para isso, ela terá que controlar um trauma, o de matar inimigos – e também lidar com o alquimista Vaudin.

Para que todo o desenrolar da história acontecesse de forma harmoniosa, era importante que novos elementos entrassem em jogo. Só que o caminhão de inserções pode ter custado caro.

Independentemente disso, temos que destacar o talento do Asobo Studio, que colocou ingredientes para a aventura ganhar brilho, vida e inconsistência. Mas como assim, inconsistência? Bom, primeiro vamos falar dessas novidades.

Em um jogo movido pela furtividade, colocar elementos de ação pode ser perigoso. Poucos títulos na história conseguiram fazer isso com tanto brilho, como a franquia Deus Ex. Agora, em Requiem, além de se esgueirar pelos arbustos, o jogador pode atordoar e enforcar inimigos. Aliás, prepare-se para utilizar a famosa besta para destruir os inquisidores franceses.

Livre e solto

Um dos grandes problemas encontrados na edição anterior era a jogabilidade. E ela interferia diretamente no gameplay do jogo. Os comandos eram difíceis de serem executados, o que atrapalhava demais nas ações de stealth, responsáveis por grande parte da aventura.

Em Requiem, a movimentação está mais polida, deixando o game mais realista e jogável. E este ingrediente ajudou a potencializar o combate, inserido de vez no game.

Como disse anteriormente, Amicia poderá utilizar diversos itens para derrotar os inimigos. Além da besta e da atiradeira, será possível criar alquimia para destruir quem passar pela sua frente.

O Ignifer, já utilizado no game anterior, servirá para acender brasas e superfícies inflamáveis. O Tar, que é o alcatrão, torna os locais inflamáveis, que podem ser excelentes contra adversários com tochas.

E não pense que parou por aí. O jogador poderá utilizar o Odoris para combater os ratos, ajudando em suas fugas, e o Exstinguis, que acaba com incêndios e cega inimigos por um tempo.

Um detalhe importante é que você poderá determinar o futuro do seu jogo. Caso opte pela furtividade, o jogador vai desbloquear habilidades que desenvolverão esta experiência de jogo. Caso opte pelo combate, o jogador terá um crescimento progressivo em habilidades de luta e uma abordagem mais letal.

Trabalho de primeira qualidade

Desde o primeiro jogo, a beleza gráfica já chamava a atenção dos jogadores. Quando joguei A Plague Tale: Innocence, me encantei com o apresentado, principalmente com certos elementos como o brilho e o fogo. A otimização sempre teve muita qualidade, independentemente de ser jogado em 1080p ou 4k.

Em Requiem, eles conseguiram aumentar o nível de qualidade das imagens, sem deixar de lado as cores, que foram pouco utilizadas no primeiro título.

Cada pixel está em seu lugar e a beleza do cenário chega a ser estonteante. Vale destacar também o sonho de Hugo, que apresenta uma ilha bucólica, com grandes elementos artísticos.

O jogador também está inserido em momentos sombrios, com cores mais escuras e tudo aquilo que pode aterrorizar os jogadores mais emotivos.

Ah, o jogo também ganhou em cores, principalmente ao conhecer a nova casa da família de Amicia. Ela se localiza no sul da França e, ao chegar, é possível ver a beleza e o encantamento do lugar.

Era necessário tudo isso?

Com a inserção de diversos itens e possibilidades na jogabilidade, a pergunta que fica é se era necessário incrementá-lo dessa forma.

Eu acredito que sim, mas isso não é o suficiente para tornar a aventura desafiadora. Digo isto, porque grande parte do jogo poderia ser melhorado, principalmente os inimigos.

Eles são simples e com pouca diversidade. Com o passar do tempo fica muito fácil derrotá-los. Vale destacar também que a inteligência artificial deles é baixa, o que torna a aventura sem brilho.

Para se ter uma ideia, os ratos são mais espertos do que os seres humanos presentes no jogo. Tem algo errado por aqui, certo?

Vale a pena?

Requiem é uma sequência digna para a série A Plague Tale. Trouxe gráficos melhores, o que já é um grande convite para conhecê-lo. A imersão segue sensacional, com som ambiente e música de primeira qualidade.

Incrementou o sistema de furtividade e trouxe um combate, que pode significar o futuro da aventura e o de Amicia.

Mas tudo tem um problema. Nos momentos em que você quer desenvolver a aventura precisa construir itens de alquimia para resolver puzzles. E infelizmente eles travam o desenrolar da história.

Provavelmente seria resolvido com um enredo mais pontual e, principalmente, com um game design que tornasse a aventura mais fluída.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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