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Divertido, JoJo's Bizarre Adventure: All Star Battle R falha no online
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Divertido, JoJo's Bizarre Adventure: All Star Battle R falha no online

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Tecmundo
02/10/2022 22h00
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Há 35 anos, Hirohiko Araki começou a escrever o mangá que marcaria para sempre a história da cultura do Japão: JoJo’s Bizarre Adventure. Depois de 25 anos, a obra foi adaptada para as telas, onde continua até hoje com a sexta parte do mangá: Stone Ocean, em exibição na Netflix. Em comemoração a ambas as datas, a Bandai Namco resolveu trazer de volta um dos jogos mais populares da saga, lançado ainda quando o anime não era tão popular no ocidente, com um visual repaginado e algumas adições especiais. Nasce assim JoJo’s Bizarre Adventure: All Star Battle R.

O jogo de luta 3D lançado originalmente para Playstation 3 foi recebido com críticas mistas pela imprensa da época, alegando se tratar de um produto única e exclusivamente para fãs, devido a sua escassa experiência offline e sua mecânica rasa para jogos de luta. Será que o remaster feito pela CyberConnect2 consegue superar essa barreira e levar as bizarrices do universo de JoJo para fora da sua base de fãs?

Qualquer um pode ser o usuário de Stand

Uma das principais adições que JoJo’s Bizarre Adventure: All Star Battle R traz quando comparado ao jogo original foi a adição de 10 personagens ao já considerável elenco de 40 disponíveis anteriormente. Desde o carismático e amado Robert E.O. Speedwagon  até alguns menos populares como Prosciutto & Pesci e Ghiaccio, é digno de nota o trabalho e atenção dada às novas adições, que assim como todos os personagens até a parte 6, contam com os dubladores originais do anime como vozes.

É importante ressaltar aqui também que esse vasto elenco de 50 personagens é facilmente o ponto alto e mais positivo de JoJo’s Bizarre Adventure: All Star Battle R. Cada um deles joga e se comporta como sua contraparte na aventura criada por Araki. Joseph Joestar? Pode contar que ele usará sua famosa estratégia infalível (correr em disparada) ou adivinhar o que o oponente falará a seguir. Josuke Higashikata? É melhor não falar do cabelo dele ou ele partirá para cima de você sem dó.

Com figuras marcantes de todas as eras do anime, opção não vai faltar.Com figuras marcantes de todas as eras do anime, opção não vai faltar.Fonte:  Divulgação/Bandai Namco 

Mas se engana quem pensa que esses pequenos easter eggs e recriações de momentos do anime se limitam a apenas um fanservice. Cada uma das ações que citei (e muitas outras) são refletidas diretamente na jogabilidade de cada um dos personagens, de forma que cada um deles possui um gameplay e características únicas a eles e que reflete, diretamente, o que vemos deles na saga original.

Esse mesmo capricho também é usado nas 16 fases do título, cada uma com sua próprias referências, que podem ser ativadas em locais específicos da arena e trazem diferentes perigos para os dois combatentes. Se estiver nas ruas de cairo, é melhor tomar cuidado com o carro desgovernado a mando de DIO que pode passar por cima de você, por exemplo. Esses gimmicks podem ser desativados, para os jogadores que preferem uma experiência mais competitiva, mas no geral são apenas mais uma amostra da carta de amor à franquia que JoJo’s Bizarre Adventure: All Star Battle R entrega.

A história dos Joestar

Outra grande novidade nesse remaster é a troca do antigo modo história mais tradicional do título original pelo chamado All Star Battle Mode. Embora isso tenha incomodado alguns jogadores, é importante lembrar que o modo história presente no game de PS3 não contava com cutscenes ou cenas dubladas, tendo toda a história fora de batalhas sendo narrada por meio de textos na tela.

A premissa do All Star Battle Mode é contar com alguns dos famosos embates que marcaram a história da linhagem Joestar por meio de combates simples, também sem cutscenes, mas adicionando algumas lutas que nunca ocorreram na obra de Araki.. Um exemplo é a divertida luta entre Dio e DIO (não você não leu errado) onde o último comenta que lutar contra seu antigo eu seria um excelente treinamento para seu stand. O modo também conta com recursos e desbloqueáveis que podem ser adquiridos ao vencer cada uma das batalhas mas também ao completar objetivos secretos, em que o jogador tem uma breve noção do que será necessário fazer, mas com algum detalhe faltando (usar ‘o especial ???’ é um dos exemplos mais recorrentes).

Embora seja divertido o novo modo All Star Battle podia ser um pouco mais do que é.Embora seja divertido o novo modo All Star Battle podia ser um pouco mais do que é.Fonte:  Divulgação/Bandai Namco 

Embora o modo seja legal e alguns desses conflitos inéditos sejam interessantes, é impossível não admitir que o mesmo carinho e atenção dados aos personagens e seus movimentos e ataques não aparece por aqui. A ausência de cutscenes fica ainda mais difícil de se defender quando percebemos que as falas entre os personagens são as mesmas que temos em duelos online ou contra a CPU, o que faz o novo modo ser apenas um conjunto de lutas (algumas com condições especiais) para destravar cosméticos e títulos.

ORAORAORAORA

Agora é hora de falar da parte boa: encher o amiguinho (ou CPU) de porrada. Aqui a cyberconnect2 também trouxe algumas boas adições à jogabilidade do título original, tornando JoJo’s Bizarre Adventure: All Star Battle R um jogo de luta melhor que seu predecessor. Dentre essas novidades temos a adição de hitstops (quando os dois jogadores apertam o mesmo botão ao mesmo tempo um efeito aparece e ambos não sofrem dano), dashes no ar e talvez a mais importante: assists.

Assim como em alguns outros jogos de luta, All Star Battle R traz a possibilidade de outro combatente te ajudar. Este pode ser chamado de duas formas (ofensiva e defensiva) e, como era de se esperar, tem características específicas para cada um dos personagens do elenco. Além de ter um número diferente de vezes que podem ser invocados, cada um possui diferentes usos, sendo alguns melhores para estender combos, enquanto outros são mais visados para manter o neutro (termo usado em jogos de luta para referenciar uma distância padrão entre personagens).

A jogabilidade rápida e divertida é um dos destaques do títuloA jogabilidade rápida e divertida é um dos destaques do títuloFonte:  Divulgação/Bandai Namco 

Outra adição digna de nota é adição do modo Team Battle, onde podemos lutar em duelos 3v3 ao melhor estilo King of Fighters. Para aqueles não tão acostumados com jogos de luta, neste modo, basta saber que cada jogador escolhe 3 personagens e lutam até que todos os combatentes de um dos times seja derrotado. Enquanto o perdedor tem a chance de começar do zero com seu novo personagem, o vencedor mantém seu HP e barra de especial para o próximo combate. O maior problema aqui é que por algum motivo a Cyberconnect2 optou por não habilitar essa opção nos modos multiplayers, o que é uma pena visto que é uma das formas mais divertidas de jogar All Star Battle R. Infelizmente não é aqui que param os problemas do modo online do jogo.

Star Platinum: THE WORLD

Após listarmos todas as ótimas adições que o remaster trouxe é hora de falarmos de algo que ele não trouxe e que afeta muito negativamente o resultado final do game: o modo online. O primeiro ponto a notar, além da já citada falta do modo Team Battle, é que existem apenas duas formas de se jogar All Star Battle R online: no modo casual e competitivo. Por mais que o jogo tente suprir essa falta de diversidade com missões semanais, isso não é o suficiente para deixar de sentir que algo a mais poderia ter sido feito aqui.

Ainda assim, talvez o maior pecado do modo online do novo título da Bandai esteja em seu netcode que, mesmo após tantos anos desde o lançamento do jogo original, não foi revisto mesmo com inúmeros pedidos da comunidade. Além de não ter adicionado o queridinho da FGC, o rollback netcode, a sensação que temos é que nenhuma melhoria parece ter sido feita desde o título do Playstation 3, lançado há quase 10 anos.

Você vai sentir vontade de usar os poderes do Heaven's Door para refazer o netcode do jogoVocê vai sentir vontade de usar os poderes do Heaven's Door para refazer o netcode do jogoFonte:  Divulgação/Bandai Namco 

Enquanto jogávamos entre os membros da redação, todos residindo no sul e sudeste do país, o lag era perceptível mas não o suficiente para estragar completamente a experiência do game. Quando eu tentei jogar partidas com desconhecidos (tanto via wi-fi quanto via cabo) a sensação muitas vezes é que eu estava sendo afetado pelo famoso stand do protagonista Jotaro Kujo, pois o jogo aparentava “parar no tempo” para retornar alguns segundos depois como se nada tivesse acontecido repetidas vezes. No geral eu acabei desistindo de jogar online e optei por focar no modo All Star Battle, para evitar as frustrações com lag e desconexões.

No geral, posso afirmar que a experiência online do título é facilmente seu maior ponto fraco, o que é uma pena visto que temos um jogo com tanto potencial e que pode acabar sendo ignorado pela comunidade devido a quase impossibilidade de se desfrutar do game devido ao seu netcode.

A próxima coisa que você vai dizer é: vale a pena?

A verdade é que JoJo’s Bizarre Adventure: All Star Battle R é uma carta de amor aos fãs da obra de Hirohiko Araki. Desde o carinho e atenção dado aos personagens e seus movimentos, passando pelas fases e diferentes colecionáveis e cosméticos disponíveis, é notável como o título se esforça, e sucede, em prestar homenagem a um dos mangás mais influentes da história do Japão. Caso você, assim como eu, tenha alguns amigos fãs de JoJo para curtir o multiplayer local, essa com certeza será uma boa adição a sua coleção.

Infelizmente isso não é o suficiente para atrair jogadores não tão acostumados com a obra, ou fãs de JoJo buscando uma experiência online robusta para chamar esse jogo de luta de seu, o que pode tornar o título não tão interessante para a base de fãs mais competitiva do gênero.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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