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Return to Monkey Island é um verdadeiro tesouro para os fãs
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Return to Monkey Island é um verdadeiro tesouro para os fãs

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Tecmundo
19/09/2022 17h37
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Return to Monkey Island é mais do que o retorno de personagens queridos e de seus criadores. É também o retorno de um dos gêneros mais legais das décadas de 1980 e 90 e um ótimo argumento para persuadir novatos a experimentarem os adventures point and click pela primeira vez! Entenda todos os méritos do jogo no nosso review completo a seguir!

Nossos leitores mais jovens talvez não saibam disso, mas a série Monkey Island foi um dos principais expoentes dos famosos adventures da LucasArts, que representavam alguns dos principais blockbusters para PC na época. Com o passar dos anos, o interesse dos jogadores foi migrando para outras áreas e, salvo raríssimas empreitadas aqui e ali, os adventures foram aos poucos saindo do radar...

Não vamos nos iludir e achar que, por melhor que Return to Monkey Island seja, ele vá gerar uma nova onda de lançamentos e maior investimento no gênero. Mas esse não é o ponto, ainda que certamente o jogo seja bom o bastante para fazer por merecer que isso acontecesse. O ponto é que a sua simples existência é como achar um antigo e valioso tesouro enterrado após seguir detalhadamente o mapa até o X, colhendo a mais doce das recompensas no processo!

Ou você imaginava mesmo que viveria para jogar mais uma história de Dave Grossman e Ron Gilbert, que não escrevia ou dirigia um game da série desde LeChuck's Revenge em 1991? Agora no comando do estúdio Terrible Toybox e com produção da Lucasfilm Games e da Devolver Digital, o lançamento pode até não ter a mesma pompa de décadas atrás, mas certamente tem o mesmo coração!

Vou evitar dar maiores spoilers sobre a história no texto a fim de evitar as suas surpresas, até porque são muitas delas, e não demora mais do que dez ou quinze minutos até a primeira grande reviravolta acontecer. Mas vale demais aproveitar esse gancho narrativo para dar um conselho de amigo: vale muito a pena jogar os títulos anteriores antes de jogar Return to Monkey Island para refrescar a sua memória!

Afinal, Guybrush Threepwood, Elaine e LeChuck não são os únicos rostos conhecidos que você vai encontrar por aqui, e uma recapitulada básica só vai tornar tudo ainda melhor, então certifique-se de estar em dia com a sua enciclopédia da S.C.U.M.M. (a Script Creation Utility for Maniac Mansion, famosa ferramenta que movia a maior parte dos antigos adventures da LucasArts).

De forma geral, o novo jogo conta a história de Guybrush enquanto ele tenta voltar à Ilha dos Macacos para, enfim, descobrir o seu segredo. Só que fazer isso naturalmente não é nada fácil — especialmente levando em conta que você começa sem ter sequer um barco e tripulação! — e envolve colher um monte de itens, conversar com as mais diversas e malucas figuras, além de solucionar puzzles instigantes, claro.

E já que entramos no tema dos puzzles, vale a pena destacar que tudo o que você espera de um legítimo point and click está aqui: volta e meia você vai precisar combinar itens bem escondidos e fazê-los interagir com outros objetos que exigem um pensamento bem abstrato. Não é tão difícil ou ilógico quanto as maiores pedreiras do gênero, mas é o tipo de coisa que pode te deixar travado por dias às vezes se você não buscar ajuda.

A magia aqui é que a ajuda não precisa mais vir de um amigo, detonado ou guia, já que Return to Monkey Island conta não apenas com diferentes níveis de dificuldade, mas também com um sistema interno de dicas para te ajudar quando você estiver empacado. Isso foi muito bem pensado, e as dicas começam levinhas e sem spoilers, apenas tentando te guiar para a direção certa, mas depois escalam para mastigar a solução. Adventures nunca foram tão acessíveis, e é justamente isso que torna esse jogo um bom ponto de partida para iniciantes.

Jogando no Nintendo Switch, os controles foram bem pensados e, além de andar com o direcional, você pode usar os botões L e R para rapidamente circular entre todos os objetos interativos de interesse na tela. Uma vez destacados, o jogo já deixa claro se aquilo é algo que pode ser pego para o seu inventário ou apenas alvo das observações de Guybrush, o que poupa valiosos cliques e tempo, otimizando a experiência.

Outro elemento bastante nostálgico é o talento de Dominic Armato, que emprestou o mesmo carisma, inocência e empolgação à voz do protagonista que ouvimos décadas atrás! Certamente é uma das melhores performances em um videogame deste ano e digna de todos os elogios, embora o mesmo não possa ser dito do estilo artístico adotado...

Estático, Return to Monkey Island é lindo e você pode até ficar deslumbrado com os cenários e modelos de personagem, mas há algo de estranho na forma como os personagens se movem e nos seus modelos, que parecem um pouco deslocados do mundo, quase como se estivessem pairando sobre a arte, sem existir de verdade por lá e sem fazer contato real entre si. Isso passa uma sensação de estar jogando um título em flash e demora para se acostumar, mas em algumas horas você vai estar prestando mais atenção ao texto e piadas afiadas do que nisso.

Return to Monkey Island tem um público bem específico em mente, e quanto mais afinidade e interesse você tiver não só nos adventures em geral, mas especialmente na história da franquia, mais gratificante ele será. As ferramentas de acessibilidade podem ajudar a conquistar os jogadores mais casuais, mas aqueles já convertidos certamente encontrarão uma experiência absolutamente deliciosa do início ao fim!

 

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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