Pets em condomínios: o que pode e o que não pode fazer?
Anamaria
A convivência entre animais de estimação e moradores em condomínios residenciais é um tema que tem diversas questões legais, éticas e práticas. Neste contexto, é importante entender quais são os limites e as responsabilidades tanto dos tutores quanto dos condomínios em relação aos pets.
AnaMaria conversou com Alessandra Bravo, especialista em Direito Condominial e Direito Animal, para saber o que um pet pode ou não fazer em um condomínio residencial, considerando tanto as leis vigentes quanto as boas práticas de convivência.
É essencial compreender que os animais de estimação têm direitos, mas também existem limitações e obrigações que devem ser respeitadas para garantir a harmonia e o bem-estar de todos os moradores.
Abaixo, destacamos algumas das principais diretrizes relacionadas às atividades dos pets em condomínios residenciais, de acordo com a especialista:
Permissões e Restrições: é importante conhecer quais são as permissões e restrições relacionadas à presença de animais. Isso inclui questões como o porte dos animais permitidos, as raças aceitas, a quantidade máxima de pets por unidade e as áreas comuns onde os animais podem circular.
"Muitos condomínios proíbem animais sem justificativa legal, adotam regras excessivamente restritivas ou discriminam raças, o que pode não estar de acordo com a lei. As restrições seguem leis estaduais/municipais, visando critérios razoáveis e cuidados básicos aos animais", diz a especialista.
Cuidados e Responsabilidades: os tutores dos pets têm a obrigação de garantir os cuidados básicos necessários aos animais, como alimentação adequada, acesso a água limpa, cuidados veterinários, exercícios físicos e socialização adequada.
Além disso, devem recolher os dejetos dos animais nas áreas comuns, utilizando os equipamentos adequados para essa finalidade.
Comportamento dos Pets: os animais devem ser treinados para comportarem-se de maneira adequada dentro do condomínio. Isso inclui respeitar os limites de barulho, evitar comportamentos agressivos ou destrutivos e não causar transtornos aos demais moradores.
Caso algum pet apresente comportamento inadequado, cabe ao tutor tomar as medidas necessárias para corrigir essa situação.
"Investigar a causa do constante barulho de um animal é crucial. A conscientização e a mediação ajudam a resolver conflitos de forma amigável", instrui Alessandra.
Convivência Pacífica: a convivência pacífica entre pets e moradores é um objetivo a ser buscado por todos. Isso envolve respeitar o espaço e a tranquilidade dos vizinhos, evitando situações que possam gerar conflitos ou desconforto.
Os tutores também devem estar atentos para garantir que seus animais não causem danos às áreas comuns ou às propriedades dos demais condôminos.
Cumprimento das Regras: é fundamental que os tutores e os condomínios cumpram as regras estabelecidas em relação aos pets.
Isso inclui seguir as orientações sobre o uso de áreas específicas para animais, manter a documentação dos animais atualizada, respeitar os horários permitidos para circulação dos pets e colaborar com as ações de controle e fiscalização realizadas pelo condomínio.
Conscientização e Diálogo: promover a conscientização e o diálogo entre os moradores é uma estratégia importante para garantir uma convivência harmoniosa.
É necessário que todos estejam cientes dos direitos e deveres relacionados aos pets, buscando soluções dialogadas para eventuais conflitos ou problemas que possam surgir.
Entenda as regras para ter animais em condomínios sem atrito
Principais direitos dos animais em condomínios residenciais
Em resumo, um pet pode desfrutar de uma vida saudável e feliz em um condomínio residencial desde que seus tutores estejam cientes das responsabilidades envolvidas e ajam de acordo com as normas estabelecidas.
Ao mesmo tempo, os condomínios devem adotar políticas claras e justas em relação aos animais, promovendo um ambiente que favoreça a convivência pacífica e respeitosa entre todos os moradores, sejam eles humanos ou não-humanos.
Dúvidas de condôminos/síndicos podem ser esclarecidas à luz do Código Civil e da Lei Estadual, refletindo em regras internas do condomínio, que estabelecem direitos e deveres para todos os envolvidos, incluindo regras para a convivência pacífica.
Os portes de animais, raças e espécies permitidas em apartamentos residenciais e as principais restrições são determinadas pela legislação estadual e/ou municipal. No Brasil, não existe legislação federal que restrinja raças ou espécies.
Restrições devem estar fundamentadas e embasadas em critérios razoáveis, como por exemplo, animais silvestres dentro de unidades residenciais.
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