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As polêmicas de Karl Lagerfeld, homenageado do MET Gala
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As polêmicas de Karl Lagerfeld, homenageado do MET Gala

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Aventuras Na História
01/05/2023 19h03
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©Divulgação/ Youtube/ Monocle Films
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O MET Gala é um baile anual que tem por objetivo o levantamento de fundos para a manutenção do Museu Metropolitano de Arte (MET), localizado na cidade de Nova York. O luxuoso evento beneficente costuma chamar atenção devido ao comparecimento de inúmeras celebridades com figurinos criativos e ousados que mostram as últimas tendências da alta costura. 

Como sempre ocorre no dia primeiro de maio, a edição de 2023 será realizada nesta segunda-feira, 1, se iniciando às 18h30 no horário de Brasília. O MET Gala deste ano, porém, tem sido alvo de grande polêmica devido ao tema escolhido para a cerimônia. 

Todos os anos, as roupas dos convidados do baile são ditadas por uma temática diferente. Em 2022, por exemplo, era a "Era Dourada" dos EUA, que se deu durante o século 19.

Já desta vez, é uma celebração do legado deixado por Karl Lagerfield, um famoso designer alemão. Falecido em 2019 aos 86 anos, o homem impactou o mundo da moda, tendo sido, por exemplo, o diretor criativo das grifes Chanel e Fendi. 

Infelizmente, não é apenas as contribuições de Lagerfield à alta costura que chamaram atenção do público durante sua vida — isso pois o estilista também teria feito inúmeras entrevistas controversas à imprensa em que fez comentários considerados racistas, misóginos e gordofóbicos. 

Assim, a escolha de seu trabalho como tema do MET Gala levou alguns a boicotarem o evento em protesto, incluindo a atriz e ativista Jameela Jamil e a popular conta do Twitter "HF Met Gala", que tradicionalmente faz um acompanhamento virtual da cerimônia, falando sobre peças de roupa que combinam com a temática. 

Atritos com o #MeToo

Uma das últimas controvérsias de Karl Lagerfield ocorreu em 2018, durante uma entrevista com a revista Numero em que ele opinou sobre o movimento #MeToo, que incentivava vítimas de agressões sexuais a quebrarem seu silêncio. 

Li em algum lugar que agora você deve perguntar a uma modelo se ela se sente confortável em posar. É simplesmente demais, a partir de agora, como designer, você não pode fazer nada", afirmou na ocasião. 

A seguir, ele defendeu um colega de profissão, o estilista britânico Karl Templer, que teria sido citado em um artigo investigativo da Boston Globe sobre abusos sofridos por mulheres trabalhando na indústria fashion. Na peça, três modelos anônimas teriam acusado o designer de, durante sessões de fotos, respectivamente puxar com força o shorts e a roupa íntima de uma, tocar o seio de outra e a virilha da terceira. 

É inacreditável. Se você não quer que suas calças sejam puxadas, não se torne uma modelo! Junte-se a um convento, sempre haverá um lugar para você no convento. Eles estão até mesmo recrutando!", disse Lagerfield em relação ao caso.

Templer, vale mencionar, se defendeu das alegações em uma carta aberta em que pediu perdão caso houvesse "inadvertidamente tratado uma modelo de forma desrespeitosa ou sem o devido cuidado", argumentando que ajustar roupas para fotografias era parte de seu trabalho e negando quaisquer "comportamentos inapropriados", conforme repercutiu o portal WWD. 

Culto à magreza 

Karl Lagerfield em entrevista / Crédito: Divulgação/ Youtube/ WWD

 

 Em seu livro "A Dieta de Karl Lagerfield", lançado em 2005, o estilista alemão polemizou ao afirmar que a moda é a "mais saudável motivação para emagrecer" e, ao falar das preocupações com a anorexia, um transtorno alimentar, que modelos de passarela são "magras mas não tão magras".

O profissional também atraiu críticas ao comentar publicamente sobre o corpo da artista Adele em uma conversa de 2012 com o veículo francês Metro, quando a descreveu como "um pouco gorda demais, mas tem um rosto bonito e uma voz divina".

Após a declaração viralizar, Lagerfield pediu desculpas à cantora, dizendo que a frase havia sido tirada de contexto e que ele era "seu maior admirador". 

"Às vezes, quando você tira uma frase do artigo, ela muda o significado do pensamento. O que eu disse foi em comparação a [ao corpo de] Lana Del Rey e a frase foi retirada do contexto de como foi publicada originalmente", se justificou, conforme o The Hollywood Reporter. 

À revista alemã Focus, o figurão da indústria fashion ainda disse em 2019 que "ninguém quer ver mulheres curvas" em resposta à ideia que Brigitte, uma outra publicação, pretendia passar a retratar "mulheres reais" em suas fotografias. 

Você tem mães gordas com seus sacos de batatas fritas sentadas na frente da televisão e dizendo que modelos magras são feias (...) O mundo das roupas bonitas é sobre 'sonhos e ilusões'", opinou ele então. 
Karl Lagerfield e Gisele Bündchen em reportagem / Crédito: Divulgação/ Youtube/ WWD

 

Outras controvérsias 

A lista de comentários de Lagerfield a terem gerado repercussão negativa ainda inclui uma ocasião em que disse que o fato da Alemanha estar aceitando a entrada de refugiados de países de maioria muçulmana seria uma "afronta às vítimas do Holocausto", os judeus. 

"Não se pode — mesmo que haja décadas entre eles — matar milhões de judeus para trazer milhões de seus piores inimigos em seu lugar", disse o estilista. 

Em 2008 e 2014, ele ainda causou perplexidade ao assumir sem rodeios que odiava, respectivamente, crianças e idosos. 

"Eu odeio todas as crianças. Para outras pessoas, é algo bom, mas não para mim. Eu não nasci para ser uma pessoa de família", relatou em 2008 em resposta ao entrevistador da revista Prestige Hong Kong, que o perguntou se o designer queria ter filhos. 

Já em 2014, quando ele próprio já estava na terceira idade, Karl Lagerfield revelou que preferia não conviver com indivíduos da mesma faixa etária. 

Você precisa de entusiasmo pelo que faz — e de um ambiente onde as pessoas não falem sobre doenças ou envelhecimento. Não conheço ninguém da minha geração. Acho essas pessoas terríveis", afirmou à revista Zeit. 
Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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