Como foi a compra do PlayCenter pela Cacau Show?
Aventuras Na História
Na última terça-feira, 20, o Grupo PlayCenter, dono do famoso parque de diversões da Barra Funda, em São Paulo, fechado há 12 anos, foi comprado pela Cacau Show, marca nacional de chocolates. O valor da venda, por sua vez, não foi informado à imprensa.
Conforme repercutido pelo portal O Globo, o objetivo da empresa alimentícia é explorar o ramo do entretenimento, conectando a marca com um nome conectado com experiências inesquecíveis para muitos brasileiros.
Segundo anunciado por Alexandre Costa, o CEO da Cacau Show, ele tem o sonho de criar um parque de diversões temático, assim simultaneamente promovendo seus chocolates e continuando o legado do PlayCenter.
"Estamos ansiosos para integrar o Grupo PlayCenter à família Cacau Show, oferecendo ainda mais valor aos nossos clientes. Durante os nossos primeiros 35 anos de história, o Cacau e o chocolate sempre estiveram presentes em nossa marca e, agora (e nos próximos anos), chegou o momento de enfatizarmos ainda mais o nosso Show, que agora vai além do nosso produto!", afirmou o empresário em um comunicado ao público.
Legado
Em seus quase 40 anos de história, o PlayCenter recebeu 60 milhões de visitantes, ou cerca de 1,6 milhões por ano, segundo informações repercutidas pelo UOL.
Inaugurado em 1973, o parque de diversões, que já foi o maior da América Latina, foi fundado pelo engenheiro boliviano Marcelo Gutglas. Fechou em 2012, após problemas logísticos e financeiros (como dúvida acumulada, e preços altos necessários para a manutenção do negócio).
Além disso, a reputação fora abalada fortemente após terem ocorrido alguns acidentes em atrações — como a Double Shock e a montanha-russa Looping Star — que, infelizmente, deixaram pessoas feridas. Vale acrescentar aqui que os três indivíduos que tiveram ferimentos causados pelo mau funcionamento de brinquedos do local tiveram seus custos médicos pagos pela marca.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o fundador do parque, que hoje tem 83 anos, disse ter sido difícil passar adiante aquela que considerava "a maior realização de sua vida".
Vacilei, sim. Algumas vezes. Eu vendi o Playcenter com o cérebro, não com o coração", desabafou Marcelo Gutglas.
Ainda assim, é um ciclo que ele considera finalizado: "O PlayCenter era uma família feliz. Isso me deixa lisonjeado e com certa nostalgia. Foi um ciclo da minha vida. Mas acabou".
Gutglas também fez boas previsões para o mercado de entretenimento nacional. Apesar de acreditar que a reabertura do parque de diversões necessite de um grande investimento, ele pensa que o setor tem um futuro promissor:
É um setor que vai crescer. O Brasil tem todas as características necessárias para isso. Há o número de habitantes, o jeito alegre do brasileiro, que gosta de se divertir e estar em ambientes alegres. Estão acontecendo muitos investimentos em parques no país", previu em entrevista ao veículo.
Vale apontar que, para colocar um local como o PlayCenter em funcionamento novamente, também é necessário obter licenças ambientais junto do governo — de forma que é um processo muito mais burocrático do que na década de 70.
O Grupo PlayCenter, aliás, administra ainda hoje diversas operações pequenas, com muitas delas em shoppings centers. Alguns exemplos estão presentes nos shoppings Aricandauva, Eldorado, Tatuapé e Center Norte. No total, a companhia possui um faturamento estimado de mais de 100 milhões de reais por ano.