Como o organismo reconhece um vício? Medicina do Estilo de vida tem como pilar controle substâncias tóxicas
Bons Fluidos
Um indivíduo pode consumir uma variedade de substâncias “tóxicas”, que vão do chocolate às drogas. As cinco mais comuns, e que também são mais propensas a serem destrutivas, são: o tabaco, o álcool, a cannabis, os estimulantes e os opioides.
Como explica o dicionário, o vício está relacionado ao uso compulsivo de uma substância apesar de consequências negativas, caracterizado pela tolerância e sintomas psicológicos bem definidos sobre abstinência. O vício é uma doença crônica, geralmente derivada de fatores individuais e do ambiente onde a pessoa se encontra. Conforme o site da American Society of Addiction Medicine (ASAM):
“Vício é caracterizado pela inabilidade de se abster constantemente, redução no controle do comportamento, ânsia, redução do reconhecimento ou problemas significativos com seu comportamento e relações interpessoais, e disfunção na resposta emocional. Assim como outras doenças crônicas, o vício envolve ciclos de recaídas e remissão. Sem tratamento ou compromisso com atividades para recuperação, ele é progressivo e pode resultar em incapacidade ou morte prematura”.
Nós temos um circuito cerebral responsável pela resposta a recompensas naturais, como comidas e relações sociais. O vício em drogas, no entanto, também ativa esse caminho de recompensa, causando um aumento na produção de dopamina. Simultaneamente, o cérebro reduz o número de células que respondem à dopamina. Esse fator permite o fenômeno de tolerância que leva a uma necessidade no aumento da quantidade necessária de substância para sentir o mesmo nível de “alegria” gerada pela recompensa.
Todas as drogas configuram vícios?
O autocuidado é essencialmente um conceito amplo, que engloba não se automedicar com drogas e medicamentos. Por isso, o vício em determinadas substâncias é investigado por profissionais de saúde que atuam em medicina do estilo de vida, uma vez que interfere no processo de nos cuidarmos.
Existem critérios para caracterizar o uso de substâncias como abusivo. No contexto da Dieta do Mediterrâneo, por exemplo, consumir vinho, ou seja, o álcool, durante as refeições e comemorações é comum e faz parte de uma série de hábitos saudáveis dessa população que possui os menores índices de doenças cardíacas.
Fora desse cenário, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de álcool é um fator causal em mais de 200 doenças e lesões. Está associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde, tais como distúrbios mentais e comportamentais, incluindo dependência ao álcool, doenças não transmissíveis graves, como cirrose hepática, alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares, bem como lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito.
Por isso, é importante ficar atento ao volume consumido de álcool e ao padrão de consumo. O ideal para mulheres adultas é não ultrapassar 3 unidades no dia e 7 unidades em uma semana. Para os homens, não se deve ultrapassar 4 unidades no dia e 14 unidades em uma semana
E temos ainda outro grande inimigo da saúde. Na verdade, o cigarro é responsável por mais mortes do que a combinação das seguintes causas: álcool, incidentes com armas de fogo, imunodeficiência viral, uso de drogas ilegais e acidentes de veículos motorizados. Outro fator chocante é de que as mortes prematuras decorrentes do consumo de cigarro são até 10 vezes maiores do que as mortes em todas as guerras em que o país esteve.
Conseguir se livrar desses vícios não apenas previne danos futuros, mas pode reparar os danos que já foram feitos! Apoio psiquiátrico e psicológico individuais ou em grupos são as ferramentas básicas para iniciar o processo!
Um grande beijo,
Carol.