Complexo materno: ligação com a mãe é espelho de futuro relacionamento?
Bons Fluidos
Sofia teve um parto a fórceps. A mãe quase morreu no dia em que ela nasceu. Cresceu em um lugar onde todos a tratavam de forma diferente, pois era a única que tinha os olhos azuis. Sempre foi muito delicada e adoecia com muita facilidade.
Desde cedo sentiu que era um peso para a família. Então, sempre buscou não dar trabalho, afinal, a mãe tinha problemas demais. Teve que sustentar Sofia e mais 6 filhos sozinha.
Ela considerava a mãe uma batalhadora, mas quando ia dormir, sentia vontade de ter mais carinho e amor. Mas a mãe de Sofia sempre estava cansada demais. Sendo assim, ela se agarrava ao seu pequeno bicho de pelúcia velho e desbotado, em busca de um certo conforto antes de dormir.
30 anos depois. Sofia estava sentado em seu sofá amarelo, recordando os velhos tempos. Sorriu sozinha ao se lembrar que tinha seu bichinho de pelúcia até hoje.
Se casou com André, um homem frio e distante. Ele trabalhava muito e mal tinha tempo para ela. Certo dia, no café da manhã, Sofia se deu conta que André tinha o mesmo comportamento da mãe. Ou seja, era distante, frio e mal tinha tempo para ela.
Foi quando ela quis entender um pouco melhor sobre isto, para tentar melhorar o seu casamento, pois se continuasse assim, a chegada do divórcio seria apenas uma questão de tempo.
Relação com a mãe é espelho de relação amorosa
O complexo materno é formado quando a criança ainda está no útero da mãe. Tudo o que a mãe pensa, sente e vivencia, o bebê sente como se fosse dele.
Uma pessoa com o complexo materno positivo tem autoestima elevada, autoconfiança, autovalorização, autorrespeito, amor-próprio e sabe se cuidar. Prioriza o seu bem-estar e sua saúde psíquica. Alguns estudos na epigenética com mamíferos trazem a luz esta questão. O autor do livro A biologia da crença, Bruce Lipton fala sobre isto.
E se formos avançar para os conceitos sistêmicos, podemos falar sobre os padrões de repetição familiar. Atualmente é inegável a importância de se ter uma gestação tranquila, justamente para evitar danos a psique do bebê. No entanto, isto é algo distante para a maioria das gestantes no Brasil. Afinal, a mulher, hoje em dia, além de ter os afazeres dentro de casa, tem uma dupla jornada.
Muitas passam a gestação sozinha, pois o pai não assume ou não está presente, dando um suporte emocional para a mãe.
Como resolver?
Se prevenir em muitos casos não é possível, é preciso remediar. E isto vem através da terapia. Liberar as emoções aprisionadas, identificar e elaborar as questões pendentes com a mãe, fazem a diferença em todas as áreas da vida.
Se isto não é trabalho, pode acontecer o mesmo que ocorreu com Sofia: uma repetição no padrão. Afinal, a mãe é o primeiro relacionamento, e a partir deste todos os outros serão moldados. Além disso, a pessoa quando cresce normalmente se trata, como a mãe a tratou.
Neste artigo, estou falando sobre o complexo materno. Mas não me entenda mal, pois o pai também tem o seu lugar.
Em outro momento, posso escrever sobre o complexo paterno, pois ele quando está negativado pode gerar outras questões emocionais para a pessoa.
O complexo é importante, pois ele é estruturante. Ele se torna um problema quando está negativado. Quando uma pessoa teve uma relação complicada com a mãe, é provável que tenha o complexo materno negativo. Uma pessoa com o complexo materno negativo tem baixa autoestima, uma autoimagem negativa, carência, insegurança e outros sintomas.
Não quero dizer com isto, que uma pessoa que se sente assim só tem o complexo materno negativo. A verdade é que existem várias outras questões necessárias para a análise. Falar da psique humana desta forma, fica muito simplista e está é última coisa que o ser humano é.
Sugiro que se você notar que algo não está confortável para você internamente, busque ajuda. Faça terapia, cursos, leia livros e aprofunde em seu mundo interno. Todas as respostas estão dentro de você, ao buscar ajuda, conseguirá perceber isto com mais clareza.
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Grande abraço! Cuide-se com amor.
Adriana Mantana.