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Juliette Freire diz que pretende congelar óvulos: quando o procedimento é indicado?
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Juliette Freire diz que pretende congelar óvulos: quando o procedimento é indicado?

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Bons Fluidos
15/05/2023 20h45
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© Reprodução/Instagram - Freepik
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Aos 33 anos, Juliette Freire, campeã do BBB 21, revelou, em entrevista ao jornal O Globo que tem planos para aumentar sua família no futuro e irá recorrer ao congelamento de óvulos para preservar a fertilidade: “Até os 35 anos, vou congelar meus óvulos e, até os 40, gerar”, afirma.

A decisão é inteligente, visto que as mulheres vivem uma verdadeira luta contra o relógio para conseguir ter filhos, afinal, a fertilidade feminina é limitada: a mulher já nasce com a quantidade de óvulos que terá durante toda a vida. Não à toa, muitas mulheres se arrependem de não ter congelado óvulos previamente.

É o caso da influenciadora Graciele Lacerda: em tratamento para engravidar, a noiva de Zezé Di Camargo disse recentemente, através de seu Instagram, que seu maior arrependimento é não ter congelado óvulos antes. E a dor de Graciele é compartilhada por muitas mulheres.

Felizmente, o congelamento de óvulos vem se tornando cada vez mais popular. “A criopreservação é uma técnica de congelamento que pode ser feita em óvulos, tecido ovariano, espermatozoides e embriões. Na temperatura de -196 °C, essas estruturas mantêm seu metabolismo completamente inativado, mas preservando sua viabilidade. Muitos casais precisam preservar os gametas por se depararem com a impossibilidade imediata de maternidade ou paternidade, seja por escolha ou por circunstâncias adversas”, explica o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana.

Quem pode realizar o congelamento de óvulos?

A verdade é que qualquer mulher acima dos 18 anos pode congelar seus óvulos. Porém, existem algumas situações em que o procedimento é especialmente indicado:

Você está se aproximando dos 35 anos

As mulheres estão tendo filhos cada vez mais tarde por uma série de fatores, seja por não se sentirem prontas ainda, por estarem investindo na carreira ou por ainda não terem encontrado o parceiro certo. O problema é que por volta dos 35 anos, há uma grande diminuição da fertilidade feminina, com redução significativa das chances de gestações bem-sucedidas.

“Como a mulher já nasce com todos os óvulos que terá ao longo da vida, ocorre, com o passar dos anos, uma queda na quantidade e qualidade dessas células, o que dificulta a fecundação. E mesmo se a mulher engravidar, as chances de complicações, como erros genéticos e abortos espontâneos, é maior”, explica o Dr. Fernando Prado, especialista em Reprodução Humana, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM).

Por isso, o congelamento de óvulos é uma excelente opção para quem deseja adiar a gestação por motivos pessoais, aumentando as chances de uma gravidez bem-sucedida quando a hora chegar.

“Mas não é preciso esperar até os 35 anos para congelar os óvulos. Na verdade, o recomendado é que quem deseja congelar os óvulos procure um especialista quanto antes, pois, quanto mais cedo os óvulos forem congeladores, maior será sua qualidade e, consequentemente, maiores serão as chances de gravidez”, aconselha o médico.

Você tem histórico familiar de menopausa precoce

Ocorrendo após os 40 anos, a menopausa é caracterizada principalmente pela interrupção da menstruação, marcando o fim definitivo da capacidade reprodutiva da mulher. No entanto, algumas mulheres podem apresentar a menopausa precocemente, antes mesmo dos 40 anos, devido à interrupção da produção de hormônios e óvulos pelo ovário.

“A menopausa precoce pode ter uma série de causas, que incluem desde maus hábitos, como tabagismo, até doenças infecciosas e autoimunes. Mas possui um forte fator genético. Por isso, mulheres com familiares que apresentaram sintomas da menopausa precocemente devem procurar um especialista para realizar uma avaliação da reserva ovariana e, caso necessário, congelar os óvulos, assim garantindo a possibilidade de conceber um filho no futuro ainda que entre na menopausa antes da idade convencional”, afirma o Dr Fernando Prado.

Você sofre com condições que podem afetar a fertilidade

Uma série de doenças pode prejudicar a capacidade reprodutiva da mulher. Nesse sentido, a endometriose figura entre as principais causas de infertilidade feminina.

“A endometriose ocorre quando as células do endométrio, mucosa que reveste a parede do útero, não são devidamente expelidas durante a menstruação, se espalhando pelo aparelho reprodutivo, o que atrapalha a implantação do embrião fecundado, e até mesmo por outras regiões como intestino, apêndice e bexiga”, diz o Dr. Rodrigo Rosa.

A intervenção cirúrgica é uma das opções terapêuticas, normalmente indicada quando não há resposta ao tratamento clínico ou quando a doença atinge estados muito avançados, causando dor intensa, por exemplo.

“O tratamento cirúrgico da endometriose é realizado por meio da videolaparoscopia, procedimento minimamente invasivo que visa retirar os focos de endometriose, melhorando a anatomia dos órgãos reprodutivos e diminuindo o efeito inflamatório da doença no funcionamento desses órgãos”, afirma o especialista.

No entanto, a cirurgia da endometriose pode ser um problema para mulheres que ainda desejam engravidar. “Isso porque o procedimento pode causar um impacto importante na fertilidade, já que, dependendo da abordagem, a videolaparoscopia pode reduzir em até 70% a reserva ovariana, que reflete o estoque de óvulos da mulher. Dessa forma, o congelamento de óvulos é indicado para preservação da fertilidade em mulheres que serão submetidas ao procedimento e desejam engravidar posteriormente”, acrescenta o médico.

Você foi diagnosticada com câncer

Certos medicamentos também podem interferir na fertilidade feminina, como no caso da radio e quimioterapia, comumente utilizadas para combater o câncer.

“Uma das maiores complicações da quimioterapia é a perda da função dos ovários, o que causa infertilidade, seja ela permanente ou temporária. E, apesar de não ser um fator prioritário durante o tratamento oncológico, a fertilidade pode se tornar uma questão importante para a mulher após a cura da doença, principalmente para aquelas que ainda não possuem filhos”, alerta o Dr. Rodrigo Rosa.

“O congelamento de óvulos é, então, recomendado, pois é muito difícil prever quais as chances de a mulher sofrer com infertilidade após a cura do câncer de mama, visto que o impacto do tratamento oncológico sobre os ovários vai depender de uma série de fatores, como a gravidade do câncer, o tipo de quimioterapia utilizada e a idade da paciente”, completa.

Você está passando por um procedimento de Fertilização In Vitro

A mulher pode optar pelo congelamento de óvulos mesmo durante a Fertilização In Vitro, seja porque a coleta de espermatozoides não foi suficiente para realizar a fecundação naquele momento ou porque foram coletados mais óvulos saudáveis do que o necessário para o procedimento.

“No último caso, podemos manter os óvulos congelados até que a mulher deseje engravidar novamente. E não é preciso ter pressa, pois, após passarem pela criopreservação, os óvulos se mantêm viáveis por um longo período. E, mesmo que a mulher não tenha a intenção de ter outro filho, os óvulos ainda podem ser congelados e doados para outras mulheres que estão tentando engravidar, mas não possuem óvulos viáveis”, finaliza o Dr. Fernando Prado.


FONTES:

*DR. FERNANDO PRADO: Médico ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana. É diretor clínico da Neo Vita e coordenador médico da Embriológica. Doutor pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Imperial College London, de Londres – Reino Unido. Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) e da Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE). Whatsapp Neo Vita: 11 5052-1000 / Instagram: @neovita.br / Youtube: Neo Vita – Reprodução Humana

*DR. RODRIGO ROSA: Ginecologista obstetra especialista em Reprodução Humana e sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, e do Mater Lab, laboratório de Reprodução Humana. Membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH), o médico é graduado pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM). Especialista em reprodução humana, o médico é colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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