Rei Charles é diagnosticado com câncer: com o aumento do número de casos, como se prevenir?
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A Família Real comunicou que o Rei Charles III, de 75 anos, foi diagnosticado com câncer. Recentemente, o monarca foi internado para tratar um crescimento benigno da próstata e, durante passagem pelo hospital, foi descoberto um tumor maligno em seu corpo, como evidenciou o Palácio de Buckingham. Não foram divulgadas informações sobre o tipo de câncer e o estágio da doença.
O anúncio acima evidencia os dados captados pela Organização Mundial da Saúde (OMS): em seu mais recente relatório, cerca de 20 milhões de pessoas foram diagnosticadas com câncer em 2022. A expectativa é de que esse número ultrapasse a casa dos 35 milhões novos casos em 2050.
Aumento dos diagnósticos de câncer: tem prevenção?
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada ano, são diagnosticados mais de 700 mil casos. Esse número, no entanto, poderia ser reduzido até pela metade com a adoção de um estilo de vida mais saudável e a realização de exames de rastreamento e de rotina – muitos deles capazes de detectar condições pré-cancerígenas.
De acordo com Dra. Lucíola Pontes, oncologista e líder médica do Centro de Cuidado em Oncologia e Hematologia do Hcor, um estilo de vida saudável melhora todas as áreas do corpo e atrasa o desenvolvimento de várias doenças. “Comer alimentos balanceados, não exagerar no consumo de álcool, fazer exercícios físicos e não fumar são apenas alguns pontos que podem ajudar a retardar o aparecimento de cânceres no geral e de doenças vasculares”, explica.
Outra maneira de cuidar da saúde é realizando exames preventivos e de rotina, importantes em duas frentes na luta contra a doença – alguns com a capacidade de rastrear condições pré-cancerígenas e outros fundamentais para a detecção precoce da condição, possibilitando terapias mais simples e efetivas, com aumento significativo das chances de cura.
“É fundamental que o indivíduo busque orientação médica para avaliar a necessidade de check-ups anuais de rastreamento, geralmente a partir dos 40 anos. Para indivíduos com casos de câncer na família, é recomendado iniciar antes. O diagnóstico precoce é imprescindível e ajuda muito nas chances de cura”, afirma Dra. Lucíola.
“Ouça” seu corpo
A oncologista também reforça a necessidade de ouvir os sinais que o corpo dá. “Às vezes, é uma dor que não passa, uma mancha que não desaparece, então, é muito importante averiguar o mais rápido possível para descartar a hipótese de câncer. Os jovens também precisam se cuidar e tomar mais cuidado com o estilo de vida que adotam, pois a incidência nesse grupo vem crescendo consideravelmente”, alerta a profissional.
Ainda que a medicina esteja avançando regularmente e estejam sendo criados centros de cuidado específicos para cada tipo de câncer, muitas pessoas ainda vêm a óbito por descobrirem a doença em estágios avançados.
Para ampliar o acesso da população a programas de prevenção, foi recentemente aprovado um Projeto de Lei (Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer) que visa diminuir a incidência, contribuir para a melhoria da qualidade de vida do paciente, reduzir a mortalidade e assegurar acesso ao cuidado integral. “Por isso, é muito importante controlar os fatores de risco e manter a saúde em dia. Somente com a prevenção será possível ver o número de casos cair”, finaliza.