Cuidados essenciais para a saúde ocular no outono
ICARO Media Group TITAN
A chegada do outono traz consigo a necessidade de cuidados extras com os olhos. Um relatório mundial de qualidade do ar apontou altos índices de poluição no Brasil, o que pode causar ressecamento das mucosas, alergia ocular, olho seco e conjuntivite.
De acordo com o 6º Relatório Mundial de Qualidade do Ar, publicado recentemente, a emissão de material particulado simples (PM2.5) no Brasil em 2023 foi 2,5 vezes acima do recomendado pela OMS. Isso indica que a qualidade do ar no país é um sério problema. Pesquisadores apontam que o PM2.5 é a menor e mais perigosa partícula de poluição, podendo afetar não só os pulmões, mas todo o organismo.
Além disso, a quantidade de poluentes atual pode comprometer o desenvolvimento do sistema imunológico das crianças e causar problemas como câncer, doenças cardíacas e dificuldades respiratórias em adultos.
Estima-se que cerca de 20% da população brasileira sofra de alergias nas vias aéreas, como rinite e sinusite, e a chegada do outono, aliada à poluição e à queda de temperatura, tende a aumentar as crises alérgicas, afetando também os olhos. Os principais sintomas da alergia ocular são coceira, vermelhidão nos olhos, inchaço das pálpebras e lacrimejamento. Recomenda-se agendar uma consulta oftalmológica ao primeiro sinal desses sintomas.
Além disso, aplicar compressas frias feitas com gaze e água filtrada pode aliviar o desconforto e evitar o ato de coçar os olhos, que pode danificar a córnea e levar a problemas como o ceratocone.
O tratamento da alergia ocular varia de acordo com a gravidade do caso, sendo que alguns pacientes necessitam apenas de colírios anti-histamínicos, enquanto outros podem precisar de tratamentos mais intensivos com colírios contendo corticoides ou mesmo imunossupressores, sempre sob supervisão do oftalmologista para evitar complicações.
Outro problema que merece atenção durante o outono é a síndrome do olho seco, que pode atingir até 24% da população de todas as faixas etárias devido ao uso frequente de dispositivos digitais. O ato de piscar menos enquanto estamos em frente a telas de computadores e celulares pode ressecar os olhos e causar lesões na córnea, principalmente em pessoas que usam lentes de contato. Os sintomas incluem visão embaçada, ardor e irritação ocular.
O tratamento para o olho seco varia de acordo com suas causas. Em casos de deficiência na produção da camada aquosa, pode-se recorrer ao implante de um plugue na glândula lacrimal para estimular o fluxo de lágrimas. Já para o tipo evaporativo, é possível aliviar os sintomas com uso de colírios lubrificantes, compressas mornas nas pálpebras e higienização das bordas palpebrais com xampu neutro.
O outono também traz consigo o aumento de casos de conjuntivite viral, que pode ser causada por diferentes vírus, sendo o adenovírus o mais comum, o mesmo que causa resfriados. Essa doença é altamente contagiosa e provoca sintomas como vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, coceira, sensação de corpo estranho, queimação, fotofobia e visão borrada.
O tratamento para a conjuntivite viral envolve o uso de colírios anti-inflamatórios e lubrificantes, e em casos mais graves pode ser necessário realizar a remoção de membranas que se formam sobre a conjuntiva por meio de tratamento a laser.
Para evitar doenças oculares no outono, é importante manter a imunidade em alta, descansar adequadamente, praticar atividades físicas leves, evitar espaços abertos e manter-se hidratado. Ao primeiro sinal de desconforto ocular, é recomendado aplicar compressas frias feitas com gaze e água potável e buscar ajuda profissional.