Maquiagem com filtro solar pode ser usada como protetor solar?

A resposta é DEPENDE. É verdade que alguns profissionais da área da saúde estética, nas redes sociais e até alguns dermatologistas desaprovam a utilização de “maquiagens funcionais” (com proposta multifuncional, como, por exemplo, foto-proteção e antienvelhecimento associados a make), mas a verdade é que não podemos generalizar, e sim, existem alguns produtos que podem ser substituídas pelo foto-protetor convencional sem nenhum prejuízo e pelo contrário, com alguns benefícios adicionais.

O grande problema está na quantidade de filtro solar (com cor ou sem cor) aplicada e nos valores de FPS (Proteção contra radiação ultravioleta do tipo B) e FPUVA (Proteção contra radiação ultravioleta do tipo A) do produto, mas calma: Eu vou te explicar e ensinar a você avaliar se você pode ou não usar sua base como protetor solar está bem?

Maquiagem com filtro solar pode ser usada como protetor solar?

Como é feita a determinação de FPS e FPUVA?

Existem laboratórios especializados neste tipo de análise e eles contratam voluntários, no qual aplicam uma quantidade de 2mg/cm2 de pele do produto teste (também fazem testes in vitro). Essa porção equivale a um pouco menos que uma colher de chá para o rosto todo e o resultado obtido refere-se a essa quantia de produto aplicada. Assim, se for aplicado menos, o filtro solar protegerá menos também.

Usamos uma quantidade de protetor solar muito inferior a que deveríamos

Então, estudo demonstraram que a quantidade real de protetor solar aplicada varia entre 0.39 a 1.0 mg/cm2 de pele. Se aplicarmos um protetor solar com FPS 70 (na quantidade correta 2mg/cm2) em uma porção de 1.0 mg/cm2 o FPS cai para 37. E se aplicado 0,5mg/cm2 o FPS cai para apenas 19,7. Em base desse conhecimento possuímos duas alternativas: aplicamos a quantidade correta ou escolhemos um FPS alto (com boa proteção UVA) para chegarmos a um nível de proteção solar satisfatório.

Este é o grande problema, e quando se trata de uma maquiagem com fator de proteção solar as pessoas tendem a aplicar menos ainda, utilizando uma quantidade suficiente apenas para cobrir a pele, sem pensar na necessidade de uma porção maior para que ocorra uma proteção solar efetiva. A maioria das bases com filtro do mercado possuem fator de proteção solar baixo. E justamente pelo que expliquei a vocês esse é um grande problema.

Porém, já existem maquiagens funcionais com fator de proteção solar bastante adequados, com FPS 70 e até mesmo 90, e ótima cobertura contra radiação UVA. Estes, sim, podem e devem ser utilizados como protetor solar único desde que você capriche na camada aplicada.

Cor: uma proteção extra!

As maquiagens e filtros solares com cor utilizam minerais como os óxidos de ferro e dióxido de titânio para conferir a coloração e cobertura. Esses pigmentos inorgânicos, não só nos deixam com a pele mais bonita e uniforme, mas também conferem um benefício extra e super importante: a proteção contra a luz azul (Aquela do celular, tablets e outras luzes artificiais). A luz azul aumenta a produção de radicais livres e metaloproteinases, vilões e responsáveis pela piora e aparecimento de manchas e envelhecimento cutâneo. Portanto, a cor é uma grande aliada a saúde da nossa pele e devemos explorar, sim, essa opção!

Baseado em tudo que te contei, então, você pode, sim, utilizar um protetor solar com base. Agora ainda com propriedade e realizando uma escolha e uso consciente. Proteção solar alta e camada generosa irão te proteger e te deixar mais linda ainda. Conhecimento é tudo, né, pessoal? Fica a DiKa 😉

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Karina Soeiro

Farmacêutica, Biomédica, Mestre em Ciências Farmacêuticas pela USP, professora universitária e palestrante internacional em conferências e cursos médicos e farmacêuticos. Consultora em pesquisa e desenvolvimento de dermocosméticos para farmácias de manipulação e marcas Brasileiras, Norte Americanas e Alemã. CEO da farmácia de manipulação Apotheka e fundadora da Cosmeteria Gourmet, marca de cosmecêuticos inspirada na confeitaria e atualmente representada por 60 farmácias de manipulação em todas as regiões do Brasil. Karina é também criadora do primeiro clube de inovação para farmacêuticos, o Innovation Club.

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