Dia do orgasmo: Ginecologista esclarece as 5 principais dúvidas sobre o prazer feminino
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No dia 31 de julho é comemorado o dia do orgasmo. A data, que surgiu na Inglaterra em 1999 tinha, entre outras razões, o objetivo de promover o debate sobre o tema, sobretudo entre as mulheres. Vários estudos na área do prazer sexual feminino indicam que, em média, uma em cada cinco mulheres relataram dificuldade em ter orgasmo.
Com o passar dos anos, o assunto tem sido mais discutido, nas rodas de conversas, mídia e em consultas médicas. Mas, assim como outras questões que pertencem ao universo feminino e, em especial a sexualidade da mulher, o tema ainda é considerado um tabu e muitas mulheres ainda têm dúvidas e receio em procurar orientação médica.
Por isso, para celebrar a data da melhor forma, o ginecologista, obstetra e especialista em estética íntima, Dr. Marcelo Ponte, esclareceu os cinco principais questionamentos das mulheres sobre o orgasmo.
Como saber se já tive um orgasmo?
De acordo com o especialista, a intensidade e sensações podem variar de mulher pra mulher. Mas, existem alguns fatores fisiológicos que são característicos.
“O orgasmo é o resultado de um estímulo contínuo, que provoca a sensação de euforia, seguida de uma sensação de relaxamento. No início o organismo tem um pico de adrenalina, que gera um aumento dos batimentos cardíacos, tensão muscular e respiração ofegante. Em seguida, há um pico de endorfina e serotonina, provocando aquela sensação de descanso e relaxamento”, explicou.
As mulheres também ejaculam?
O especialista afirmou que, a ejaculação feminina, chamada de squirt, existe, mas por ser uma condição anatômica, apenas cerca de 10% da população feminina tem essa reação durante o orgasmo.
“Diferente dos homens, as mulheres não liberam, necessariamente, nenhuma secreção que evidencie a chegada do clímax. Mas isso não significa que elas não chegaram lá”, contou.
Tem alguma forma de prolongar ou intensificar a sensação do orgasmo?
O clímax da mulher dura, em média, seis segundos. O tempo e intensidade podem ser diferentes de mulher para mulher.
“É uma questão muito particular. Mas existem algumas dicas que podem ajudar a aumentar e intensificar o prazer”, conta. Segundo o especialista, o uso de acessórios podem auxiliar nesta questão. “Existem vários tipos de acessórios que ajudam a estimular as zonas erógenas da mulher, como o clitóris. O uso de massageadores e vibradores podem ajudar, assim como os produtos que aquecem e esfriam, pois aumentam o estímulo na região. Outra dica, é o fortalecimento da musculatura pélvica, através de movimentos de pompoarismo. Estes movimentos também aumentam o estímulo, além de proporcionar à mulher o controle da intensidade da relação sexual”, explicou.
Existe mais de um tipo de orgasmo. Verdade ou mito?
“Verdade”. De acordo com o ginecologista, existem dois tipos de orgasmos mais comuns entre as mulheres: o vaginal e o clitoriano.
“O vaginal acontece por meio da penetração. Já o clitoriano acontece com o estímulo do clitóris, durante a relação sexual ou da masturbação. A intensidade de cada um é individual para cada mulher”, explicou.
Por que algumas mulheres não conseguem ter orgasmo?
Segundo o Dr. Marcelo, existem duas possibilidades dentro deste cenário.
“Primeiro tem a questão cultural, como falei anteriormente, onde a mulher não se conhece, tem aquele costume de reprimir os seus desejos, isto pode fazer com que ela não tenha ou encontre mais dificuldade de chegar ao orgasmo. A outra possibilidade é a anorgasmia”, disse.
A anorgasmia é uma doença que provoca a incapacidade de chegar ao clímax e que pode atingir homens e mulheres. De acordo com o ginecologista, fatores físicos e emocionais podem provocar essa disfunção.
"Depressão, ansiedade, estresse e o acúmulo de preocupações podem provocar essa condição. Assim como uso de alguns medicamentos e substâncias tóxicas", pontuou.
No caso das mulheres, a doença pode provocar dor e desconforto durante as relações sexuais.
"Sentir dor ou incomodo durante as relações sexuais, não é normal. A dificuldade de chegar ao clímax e a falta de libido, já devem ser sinais de alerta. É necessário ter atenção com qualquer anormalidade na região íntima e durante as relações sexuais. É recomendável fazer sempre um acompanhamento ginecológico”, finalizou.