Psicólogo explica como não deixar os sofrimentos do passado interferirem em uma nova relação
Máxima
Quem nunca sofreu por amor que atire a primeira pedra, não é mesmo? O passado pode ser assustador e fazer com que as portas do nosso coração sejam fechadas para novas aventuras.
O psicólogo Dr. Alexander Bez comentou, em exclusividade para a Máxima, sobre esse assunto tão delicado e íntimo.
Sofri no passado e agora estou conhecendo uma nova pessoa. Como não descontar os erros do passado nessa pessoa nova? Esse é um dos grandes questionamentos que fazemos ao dar início a uma nova relação.
"Em primeiro lugar, esquecer o passado! Entender que o que passou tem que ficar, literalmente, no passado. No entanto, para muitas pessoas essa tarefa não é tão fácil, porque envolve situações que podem suscitar desde traumas profundos, necessitando trabalhos psicoterápicos, até a predominância do Transtorno de Stress Pós-Traumático. Fazer a dissociação entre as duas pessoas é a primeira dica. A segunda é entender e ter em mente que cada pessoa é uma pessoa, e todos nós somos diferentes! A terceira é tentar aprender com os erros do passado, não os repetindo e se superando.", disse o especialista.
O medo de se relacionar pode aparecer pelo caminho nessa jornada. O especialista comentou como deixar de lado esse sentimento e se entregar a um novo amor.
"O medo de se relacionar existe e psicologicamente falando é normal, as amarguras e dissabores do passado, através das lembranças e desses conflitos negativamente experienciados. Com o tempo, o medo vai ficando cada vez menor, e através de novas perspectivas a pessoa consegue novamente enxergar esperança em novas relações, mas, se isso tiver definitivamente te impedindo de se relacionar, o mais aconselhável é procurar uma terapia para superar esse trauma.", falou.
O Dr. Alexander falou sobre como evitar as comparações entre o passado e o presente.
"Principalmente, não adotando ações de transferências amorosas, que às vezes se dão a nível inconsciente. Muitas pessoas tentam recriar uma situação amorosa, que outrora fora boa, em uma situação atual. Existe um erro muito comum que também se dá no âmbito inconsciente, quando a pessoa se dá conta, ela está efetuando os mesmos tipos de programas, as mesmas viagens... e isso fica ainda pior quando a pessoa se relaciona com uma cópia (fisicamente falando) da pessoa anterior, evidenciando um conflito psicoemocional que existe nas esferas obscuras da mente, sem acesso à consciência perceptiva. A melhor maneira em se evitar essas comparações entre o passado amoroso e a atual relação é eliminar todas essas questões de transferência, necessitando, na maioria dos casos, de psicoterapia para trabalhar essas questões.", disse.
O que fazer para não esperar que essa pessoa nova cometa os mesmos erros da pessoa que me envolvi no passado?
"Após já estar em processo psicoterápico, ter a consciência de que não é a mesma relação, romper com as fantasias do passado, buscar amadurecer emocionalmente, valorizar a relação atual, jamais fazer comparações entre os parceiros, atual e ex, nem mesmo comentários, manter uma relação baseada em uma integridade conjugal, homogênea e democrática, nunca adotar posturas ditatorial-unilateral. Enquanto o fantasma do(a) ex habitar os calabouços do inconsciente, não há como uma nova relação ser saudável emocionalmente.", disse ele.
Alexander Bez - Psicólogo, Especialista em Relacionamentos pela Universidade de Miami (UM), Especialista em Ansiedade e Síndrome do Pânico pela Universidade da Califórnia (UCLA), Especialista em Saúde Mental, atua na profissão há mais de 20 anos.