Sobrecarga materna pode afetar saúde mental das mães
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A maternidade perfeita e ideal vem sendo um padrão muito reproduzido pela sociedade, que parece beneficiar a todos, menos a própria mãe. O acúmulo exacerbado de funções no dia a dia, além da grande preocupação e exaustão profissional, são grandes indicativos para o surgimento de transtornos mentais e a sobrecarga materna.
A utopia de que a maternidade é uma experiência única e linda, muitas vezes vem acompanhada da solidão de uma mãe, que na maior parte dos casos, não possui uma rede de apoio. De acordo com a OMS, Organização Mundial da Saúde, ao menos 20% das mães em todo o globo apresentaram algum transtorno mental, que em sua maioria vem sendo a depressão.
Para a influenciadora digital e mãe de duas crianças, Laís Brito, grande parte causadora desses transtornos se dá a partir da falta de apoio que uma mãe precisa ter.
"A conta não fecha. Viver em função de uma criança 24 horas e não ter com quem dividir essa carga, não ter uma rede de apoio, com toda certeza é o principal fator para a sobrecarga de uma mãe", disse.
É comum relacionar a sobrecarga à maternidade. Ao longo de toda a gravidez, é necessário que as tarefas sejam divididas, seja com o pai ou algum parente, com o intuito de conseguir tempo para si, o que é algo fundamental para esse processo.
“É cientificamente comprovado que o nosso corpo precisa de pausas, descansar, precisa parar. Se não há apoio para realizar essas pausas, o nosso corpo vai acumulando o cansaço, você fica desgastada física e emocionalmente e os efeitos são péssimos mesmo! Irritação, tristeza, auto estima baixa, culpa por sentir tudo isso”, complementou Laís.
Para Laís, é possível que haja maneiras de evitar o esgotamento materno, ou pelo menos amenizar o que é tão difícil e doloroso para tantas mães.
"É preciso ter uma rede de apoio que te permita a ter pausas e descanso. Mas caso não tenha, a escolha de prioridades a serem feitas no dia, se faz muito necessário. Precisa-se focar nos momentos de pausa, mesmo que a casa fique bagunçada ou a louça fique para lavar", pontuou.
Além disso, a influenciadora reiterou que as tarefas não são somente responsabilidade da mãe.
"Dividir a carga com o parceiro, filhos são 50% da mãe e 50% do pai! Tirando amamentar, todo o resto o pai pode e deve fazer, tanto no cuidado 'braçal', dar banho, dar comida, trocar de roupa, botar pra dormir, quanto no estar sempre atento a criança, se está bem, se precisa comprar algo, se tem fraldas suficientes, se precisa comprar roupas novas. Por incrível que pareça o trabalho 'não braçal' pesa bastante também! Tudo que envolve a criança não é responsabilidade exclusiva da mãe, o pai está aí pra dividir essa carga", disse.
Mesmo que a presença da mãe seja imprescindível no desenvolvimento da criança, principalmente nos primeiros anos de vida, não se pode ignorar que a saúde mental materna se torna um fator ainda mais importante. Laís indica que é necessário fazer tudo dentro do seu limite.
"Não é fácil, mas ajuda muito começar a olhar as coisas com outros olhos, enxergar levezas em pequenas coisas, deixar para arrumar a casa amanhã e fazer algo por você hoje. Peça ajuda! Você não é menos mãe por pedir ajuda, na verdade você é uma super mãe que entende que seu filho precisa que você esteja bem e feliz", finalizou.