Como são as culturas fúnebres mundo afora
Rota De Férias
No Brasil e em vários países ocidentais, as culturas fúnebres consistem em encarar a morte com muita tristeza. Nem todas as nações, contudo, seguem esse conceito. Em vários destinos da África e da Ásia, por exemplo, o fim da vida é visto como algo positivo e encarado de um jeito leve e otimista.
Abaixo, conheça algumas culturas fúnebres mundo afora.
Culturas fúnebres ao redor do mundo
Gana
Gana, na África, segue um rito funerário cheio de alegria. Inclusive, o famoso “meme do caixão”, que viralizou nas redes sociais em 2020, vem de uma gravação de um funeral ganense.
Embora o costume de ter homens dançantes levando o caixão seja particularmente comum, apenas os mais ricos têm condições para contratar o serviço. O objetivo é comemorar a vida do falecido e não focar apenas a tristeza de sua morte.
Também acredita-se que a pessoa deve ser enterrada com signos que lembram sua vida. Por isso, os caixões – que demoram duas semanas para ficarem prontos e devem ser encomendados apenas depois da morte – podem ter formatos inusitados, como de frutas, carros e peixes.
México
O Dia de Finados do México (celebrado em 2 de novembro) é quase o equivalente ao Carnaval do Brasil. A relevância do Dia de los Muertos é tanta que virou um símbolo mexicano e ganhou até mesmo uma animação da Disney, vencedora do Oscar, "Vida – A Vida é Uma Festa".
Com festas de três dias, as famílias se reúnem com comidas, bebidas e muita dança para homenagear os entes queridos que já se foram. Altares com flores, fotos e a enigmática La Catrina são feitos perto das janelas.
A crença diz que os mortos voltam à Terra nesse dia para visitar os familiares. Por isso, devem ser recebidos da melhor maneira possível.
Egito
No Egito, a pessoa deve ser enterrada, no máximo, dentro de 24 horas – e isso deve ser feito antes do pôr do sol. Pela crença muçulmana, não é adequado deixar o corpo longe da terra por muito tempo.
Velas e incenso são acesos no ritual de limpeza para afastar os maus espíritos. O corpo deve ser colocado do lado direito, em direção à Meca, cidade da Arábia Saudita onde nasceu Maomé.
Após a purificação, o cadáver é enrolado completamente em mortalhas, com as pernas amarradas por uma corda. A mão esquerda fica no peito, abaixo da direita.
O caixão serve apenas para transferir o corpo até o cemitério. Quando chega, é enterrado apenas com a mortalha.
Turquia
Na Turquia, a regra das 24 horas e do pôr do sol também se aplica. O corpo é levado por familiares do mesmo gênero, salvo no caso de filhos e cônjuge. A limpeza é feita de três a sete vezes e depois o cadáver é enrolado em panos brancos, amarrados com quatro cordas.
Antes do sepultamento, ora-se o Salatul Janazah, uma oração fúnebre. Participantes do funeral devem fazer três filas horizontais em direção à Meca, separadas por homens, mulheres e crianças. Todos rezam o primeiro capítulo do Alcorão.
Nauru
Os nauruanos acreditam que os mortos viram espíritos. A partir daí, começa a jornada Ebwiyeye. O falecido precisa se rastejar, em direção ao pôr do sol, sobre um pináculo de bordas afiadas, mas sem se machucar. Se as árvores no caminho o capturarem, isso significa que ele fez maldades em vida.
Uma pessoa que não foi boa na Terra é rapidamente reconhecida no mundo dos mortos. Sua punição é o eterno constrangimento.
Haiti
No Haiti, a religião predominante é o Vodu. Após a morte de um haitiano, sua alma é composta pelo gro bonange (anjo bom, força da vida) e o ti bonange (pequeno anjo, essência da pessoa), que fica próximo ao corpo por até nove dias.
Neste período, o ti bonange fica exposto ao ataque de feiticeiros que podem transformá-lo em zumbi. A alma se separa do corpo e passa um ano e um dia vivendo em “águas escuras”. Se neste meio tempo algo der errado, sua alma pode ficar vagando pela Terra e trazer má sorte à família.
Se tudo der certo, a alma é retirada do corpo que está nas águas e colocada em um pote de barro, o govi. A alma é tratada com Deus. Em cerimônias subsequentes, o pote é queimado ou quebrado, liberando a pessoa para viver em paz, até seu renascimento em Lafrik Guiné.
O que fazer quando um brasileiro morre no exterior?
Avisar o consulado
Independentemente de como vai ser o funeral, as autoridades devem ser informadas da morte.
Assim, quando um brasileiro morre em outro país, o Consulado Brasileiro da região deve ser contatado o quanto antes.
Registrar o óbito
O óbito pode ser registrado na Repartição Consular da jurisdição do local mediante declaração de um familiar brasileiro, que deve comparecer ao Posto.
A Certidão de Registro de Óbito é feita pelo Consulado, posteriormente transcrita no Cartório do 1º Ofício do Registro Civil do local de seu domicílio ou no Cartório do 1º Ofício do Distrito Federal.
Translado
Se desejado, o corpo pode voltar para o Brasil. Para que a administração do aeroporto autorize o embarque, é preciso apresentar o atestado de óbito, laudo médico de embalsamento ou conservação e autorização para remoção do cadáver concedida pela polícia do local da morte.
Recomenda-se contratar os serviços de uma agência funerária, no país do óbito, que tenha experiência com traslados e que possa se encarregar de todos os trâmites. A empresa estrangeira deve ter contatos com uma funerária brasileira, que se responsabiliza pelo resto do processo quando o corpo estiver no Brasil.
Caso a família não tenha recursos, o sepultamento acontece no exterior, seguindo os termos da legislação local, a cargo do Estado estrangeiro.