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Delta do Mississipi – conheça o lugar onde nasceu o blues
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Delta do Mississipi – conheça o lugar onde nasceu o blues

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Rota De Férias
11/12/2021 19h52
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Para os fãs de blues, o Delta do Mississipi é um dos lugares mais especiais do planeta. Afinal, foi lá que o ritmo nasceu, passando de uma tradição oral dos escravos que trabalhavam nas plantações, sobretudo de algodão, até se popularizar e tomar conta dos EUA e do mundo.

Ground Zero Blues Club, em Clarksdale | Paulo Basso Jr.

A base para visitar a região é a cidade de Clarksdale. A partir dela, você tem fácil acesso a diversos destinos que fazem parte da mítica Rota do Blues nos EUA, como Tunica, Cleveland, Indianola, Greenwood e Greenville. Todas essas cidades estão nas imediações da Highway 61, a "estrada do blues", que liga o norte ao sul dos EUA.

Onde fica o Delta do Mississipi

O Delta do Mississipi é uma região situada entre os rios Mississipi e Yazoo no noroeste do estado do Mississipi, abraçando também parte do Arkansas e da Louisiana. Fértil para o plantio do algodão,  o local foi povoado por fazendeiros e populações de escravos afro-americanos. É justamente essa mistura de culturas que favoreceu o desenvolvimento do blues.

A Rota do Blues no Delta do Mississipi

Hooker Grocer & Eatery, Clarksdale, na Rota do Blues | Paulo Basso Jr.

Uma vez no Delta do Mississipi, no sul dos EUA, esqueça a imagem da Disney World. Ali, você tem contato com uma realidade mais nua e crua, de cidades que se desenvolveram com a exploração do trabalho escravo e sofreram com a segregação racial.

Trata-se de um EUA de verdade, popular,  sem restaurantes chiques ou hotéis-butique. Não tem clima de faz de conta, mas muita história familiar e ótima receptividade. A paisagem é marcada pelos campos de algodão e por cidades degradadas, a gastronomia vai do típico churrasco sulista a frango frito e panquecas, e a música, ah, essa é diversão garantida.

Entre histórias de artistas que venderam a alma para o diabo em troca do "dom do blues" e guitarras apelidadas com nomes de mulheres, veja o que fazer na Blues Trail do Delta do Mississipi. Pelo caminho, diversas placas azuis sinalizam que você está em um ponto turístico, como o local em que um músico tocou ou nasceu.

Clarksdale

Delta Blues Museum | Paulo Basso Jr.

Clarksdale é a melhor base para os fãs de blues que chegam ao Delta do Mississipi. É lá que fica o Delta Blues Museum, um dos melhores lugares da viagem para conhecer a história do blues, com seções específicas destinadas a grandes nomes do ritmo, a exemplo de Muddy Waters.

Crosswords, no Delta do Mississipi | Paulo Basso Jr.

A grande atração de Clarksdale, porém, é a Crosswords. Trata-se do mítico cruzamento entre a Hwy 322/N State St. e a Desoto Ave. (antigas US Hwy 61 e Old US Hwy 49) em que, reza a lenda, Robert Johnson teria vendido a alma para o diabo em troca de receber o “dom do blues”. Você conhece os detalhes desta história aqui.

Red’s Lounge | Paulo Basso Jr.

Na hora de ouvir boa música, os melhores lugares são o Ground Zero Blues Club, que tem como um dos proprietários o ator Morgan Freeman, e o Red's Lounge. O primeiro é bem turístico, com uma baita decoração e um bom cardápio de porções e sanduíches, enquanto o Red's Lounge é pitoresco, simplório e recebe os melhores músicos.

Onde comer em Clarksdale 

Abe’s BBQ | Paulo Basso Jr.

Para almoçar, não há nada mais clássico que a Abe’s BBQ, churrascaria típica do sul dos EUA que fica bem em frente à Crosswords – reza a lenda que Robert Johnson teria comido um sanduba lá antes de vender a alma para o diabo.

Outra casa famosa é o Hooker Grocer & Eatery, que não tem os pratos mais apetitosos, mas conta com um ótimo pátio aberto e recebe grandes bandas de blues.

No café da manhã, há duas boas opções: o Bluesberry Cafe, onde bandas de blues se apresentam enquanto o dono, o bluesman Watermelon Slim, vem bater papo na sua mesa, e o Our Grandma House of Pancakes, cujo nome já diz tudo: ali, são servidas deliciosas panquecas da vovó.

Onde ficar em Clarksdale

Para ficar perto das principais atrações de Clarksdale, a dica é o Travelers Hotel. Trata-se de um hotel muito estiloso, com quartos bem simples, sem TV, mas com um jeitão rústico único e um atendimento de primeira. Dali, dá para fazer quase tudo a pé, inclusive de noite.

Shack Up Inn, no Delta do Mississipi | Paulo Basso Jr.

Quem quer entrar no clima do blues pode ficar também no Shack Up Inn, hotel famoso por abrigar uma área fechada para shows e um quintal enorme cercado de cabanas que remetem às residências simples das plantações, onde moravam os bluseiros quando tudo começou. Fica um pouco afastado do centro.

Tunica

A partir de Clarksdale, quem segue para o norte chega em menos de um ahora a Tunica. É lá que fica o Gateway to the Blues Museum and Visitor Center, o portal de entrada da Rota do Blues. Há diversos instrumentos históricos para apreciar por lá.

A cidade abriga também a placa azul da Highway 61 Blues, estrada que você percorrerá em todo o Delta do Mississipi e que é uma espécie de Meca para os fãs do ritmo. Não à toa, Bob Dylan tem um álbum chamado “Highway 61 Revisited”.

Onde ficar em Tunica

Uma boa dica de restaurante em Tunica é o The Hollywood Cafe, que serve pratos típicos do sul dos EUA.

Stovall Plantation

Stovall Plantation | Paulo Basso Jr.

Pouco menos de 15 minutos de carro separam Clarksdale da Stovall Plantation. Foi lá que Muddy Waters viveu a maior parte dos seus primeiros 30 anos e gravou sua primeira música, em uma traquitana instalada no porta-malas do carro de um empresário que procurava talentos na região.

Não há nada para fazer lá, a não ser ver a placa azul que indica que o bluesman viveu naquela plantação de algodão, a maior parte na cabana que foi reconstruída no Delta Blues Museum. No texto da placa, há um registro histórico: encantados com o som de Muddy Waters, certos ingleses resolveram batizar sua banda com o nome de uma das canções do ídolo: “Rollin' Stone”.

Cleveland

Dockery Farms | Paulo Basso Jr.

Já no sentido sul, de Clarksdale são apenas 45 minutos de carro até Cleveland, onde fica a Dockery Farms, a plantação de algodão mais icônica da história do blues. Ali viveram, trabalharam ou frequentaram nomes como Charley Patton, Son House, Tommy Johnson, Howlin Wolf e Robert Johnson.

A entrada da Dockery Farms é marcada por um posto de gasolina antigo. Lá dentro, o passeio é por sua conta. Dá para ver uma placa azul que conta a história do local, observar maquinários antigos e assistir a um vídeo que revela como era a vida por lá no auge do cultivo de algodão nos EUA.

Fique de olho nos botões vermelhos espalhados em mesas nas edificações de madeira. Ao apertá-los, ótimos blues começam a ecoar pelas caixas de som. Assim mesmo, do nada. É demais.

Indianola

B.B. King Museum | Paulo Basso Jr.

Outra parada imperdível do Delta do Mississipi é Indianola. É lá que fica o B.B. King Museum, um museu moderno e com ótima curadoria, onde dá para aprender toda a trajetória do Rei do Blues.

Não precisa nem conhecer tanto a carreira do músico para ficar boquiaberto com os detalhes. Passando pelas várias salas, você descobre que ele nasceu numa fazenda de algodão em Itta Bena, perto de Indianola, De quebra, entende como B.B. King levou o blues para as pessoas brancas dos EUA e se depara com várias Lucille, como ele chamava suas guitarras – veja o motivo aqui.

Onde ficar em Indianola

Vale a pena passar no restaurante The Crown, no centrinho, para almoçar, A comida é simples, de estilo caseira e bem saborosa. Tem arroz branco com peixe empanado e legumes, frango e outros pratos. De sobremesa, há diversos tipos de tortas.

Greenwood

Vá a Greenwood visitar o túmulo em que Robert Johnson estaria supostamente enterrado. Outros dois lugares já foram indicados como o jazigo do músico, mas o de Greenwood é o mais aceito pelos historiadores.

Greenville

Outra cidade que vale a visita no Delta do Mississipi é Greenville, mais uma com diversas referências ao blues. Ali, há uma ponte linda que conecta o Mississipi ao Arkansas e um restaurante emblemático, o Doe's Eat Place, que serve bifes enormes, do tipo Flintstones, desde 1941.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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